Navio contaminado

Após filipino, mais quatro tripulantes testam positivo para Covid-19

SES ainda não concluiu sequenciamento genômico para identificar possíveis variantes nos tripulantes infectados

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Navio MV Sagittarius continua sem autorização para atracar na área portuária de São Luís
Navio MV Sagittarius continua sem autorização para atracar na área portuária de São Luís (Sagittarius)

São Luís – Tripulante filipino que deu entrada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de hospital particular de São Luís, no último dia 22 de agosto, depois de testar positivo para Covid-19, segue internado desde o dia 23. Nesta terça-feira (31), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que mais quatro pessoas do navio MV Sagittarius testaram positivo para a doença. A pasta afirmou que ainda não há resultado do sequenciamento genômico para identificar a variante do vírus em nenhum dos tripulantes. O caso segue sendo acompanhado pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) e Superintendência de Vigilância Sanitária (Suvisa), em cooperação com a Anvisa.

No total, 19 pessoas fazem parte da tripulação do navio MV Sagittarius, embarcação que está há 10 dias na área de fundeio e não atracou em São Luís. Outros 18 tripulantes, são em sua maioria de origem filipina, além de um tripulante russo e outro da Geórgia, todos realizaram testes, mas apenas cinco aprestaram resultado positivo, contando com o filipino que está internado em UTI da cidade.

Os outros quatro tripulantes com o vírus, cumprem quarentena no navio; três deles assintomáticos e um com sintomas leves. Os demais 14 testaram negativo para Covid-19 e seguem as determinações da Anvisa quanto às medidas sanitárias.
“Por fim, a Secretaria comunica que o navio continua sem autorização para atracar na área portuária de São Luís até que passe o período de incubação do vírus e sejam descartadas as possibilidades de transmissão”, frisou a SES em nota para O Estado.

A variante Delta
Dados da Rede Genômica da Fiocruz mostram que, entre os sequenciamentos de amostras feitas pelo sistema no país, a variante Delta corresponde a 22,1% dos casos sequenciados em julho (mais do que 1 em cada 5 casos). Em junho, o total era de 2,3%. Em maio de 2021, o Maranhão confirmou os primeiros casos da variante Delta do coronavírus (chamada de B.1.617 e encontrada inicialmente na Índia) no Brasil. Os seis casos dessa variante foram detectados em tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que saiu da Malásia e chegou ao litoral maranhense em 14 de maio.

Um dos infectados foi internado em um hospital particular da capital, São Luís e morreu 43 dias depois. Os outros estavam isolados dentro do navio, em alto-mar, a cerca de 35 quilômetros da costa. Dois deles retornaram à embarcação depois de serem medicados em hospital. No entanto, apesar destes seis casos, o governo do Maranhão afirma que o vírus não se espalhou por meio deles e ainda não há transmissão local da variante delta do coronavírus, apenas casos externos.

Contudo, especialistas alertam que a disseminação da variante Delta no Brasil está mais agressiva que a cepa identificada no início da pandemia. De acordo com dados da Rede Genômica Fiocruz, enquanto a variante Gama, a cepa P.1, identificada inicialmente em Manaus, dobrou sua participação do segundo para o terceiro mês de presença, passando de 11,5% para 23,6% dos casos entre dezembro de 2020 e janeiro deste ano, a Delta, originária da Índia, multiplicou sua cota por nove em período similar, indo de 2,3% para 21,5% entre junho e julho.

Estudos apontam que a mutação é 60% mais contagiosa e que a carga viral dos infectados é até 1.260 vezes maior do que nos afetados com variantes anteriores do vírus causador da Covid-19.

Afretamento
A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados realizou na última sexta-feira (27), audiência pública para debater propostas que alteram a legislação de transporte aquaviário e estabelecem regras sobre o afretamento de embarcações estrangeiras, tanto na navegação de cabotagem quanto na navegação interior.

O debate foi solicitado pelo deputado Paulo Vicente Caleffi (PSD-RS), que é autor de projeto de lei sobre o tema (PL 1809/21). Também estão em análise na Câmaras outras duas propostas que regulamentam o assunto: PL 4101/20, dos deputados Lucas Gonzalez (Novo-MG) e Marcel Van Hattem (Novo-RS); e PL 1078/21, do deputado Danrlei de Deus Hinterholz (PSD-RS).

Os três projetos alteram a Lei 9.432/97, que ordena o transporte aquaviário no país.

SAIBA MAIS

Navio MV SAGITTARIUS

O graneleiro MV Sagittarius está atualmente localizado na Costa Leste da América do Sul (ECSA), conforme relatado pelo Sistema de Identificação Automática Terrestre de Transporte Marítimo (Marine Traffic). A embarcação está no porto de São Luís, após uma viagem de um mês e 6 dias com origem no porto Haldia (Índia).
O Sagittarius é uma Bulk Carrier que foi construída há 15 anos, em 2006, e está navegando sob bandeira do Panamá. O seu comprimento total é de 225 metros e sua largura é de 32,26 metros.

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