São Luís - A violência contra a mulher continua alta no Maranhão. Somente neste ano, 29 feminicídios já ocorreram em todo o estado, enquanto no ano passado, contou com o registro de 60 casos. Ainda ontem Eronilson de Oliveira Moreira estava preso na Unidade Prisional de Pedreiras, segundo a polícia, suspeito de ter assassinado a própria companheira, identificada como Maiana Cristina Ferreira Lima, de 29 anos.

A polícia informou que Eronilson de Oliveira, no último dia 14, teve uma crise de fúria dentro de sua residência, localizada no bairro Matadouro, em Pedreiras. Ele pegou um facão, em seguida, desferiu vários golpes contra a própria esposa. A vítima chegou a gritar por socorro e vizinhos acionaram guarnições da Polícia Militar.

Policiais, bombeiros militares e equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram deslocados para o local. Os militares começaram a dialogar com o suspeito por horas. De acordo com a polícia, Eronilson de Oliveira estava bastante nervoso, sujo de sangue e portava uma faca e um facão.

Em um determinado momento, o criminoso chegou a pedir que os militares o atirassem e apenas sairia do local dentro de um caixão. Somente com a chegada de novos policiais e uma nova jornada de negociação que Eronilson de Oliveira resolveu se entregar, mas, a sua companheira já estava sem vida.

O corpo foi removido ao hospital de Pedreiras para ser autopsiado e o resultado do exame pericial vai ser encaminhado para a Polícia Civil. Já, o suspeito foi preso em flagrante e levado primeiramente para a Delegacia Regional de Pedreiras onde prestou esclarecimentos sobre o caso, logo após, encaminhado para o presídio.

Investigação
A Polícia Civil está investigando a morte da adolescente Bruna, de 14 anos e existe a possibilidade de ter sido vítima de feminicídio. Segundo a polícia, a adolescente saiu de casa no último dia 13 para comprar um caderno e acabou desaparecendo.

Ela foi encontrada morta somente no dia seguinte dentro de um rio, no povoado Tapuio Curto, zona rural da cidade de São Mateus do Maranhão. O corpo dela foi removido para o hospital do município e o resultado deve ser encaminhado no decorrer desta semana para a Polícia Civil, inclusive, testemunhas já começaram a ser ouvidas na delegacia.

Números
Segundo a Coordenadoria Estadual da Mulher do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), o Poder Judiciário desde o ano de 2006, época em que foi sancionada a Lei Maria da Penha, até o último dia 27 já recebeu 82.588 pedidos de medidas protetivas de urgência, conforme relatório de movimentação processual extraído dos sistemas Themis PG e Processo Judicial eletrônico (PJe), pela Diretoria de Informática e Autuação do Tribunal.

Somente entre os anos de 2017 a julho de 2021, ingressaram 53.628 pedidos no Poder Judiciário. Dessa quantidade, foram concedidas 46.311 medidas protetivas, 863 revogadas e 1.378 não foram concedidas. Só neste ano, a Justiça Estadual já recebeu 7.901 pedidos de medidas protetivas de urgência.

Em relação a registro de mortes de mulheres, no Maranhão, de acordo com o Monitor da Violência, 101 mulheres foram assassinadas a tiros ou por arma branca no decorrer do ano de 2018, entre estes casos, 45 foram tipificados pela polícia como feminicídio. Em 2019, 102 mulheres mortas e, deste total, 51 foram casos feminicídio. No ano de 2020, houve o registro de 60 feminicídios em todo o estado e 29 neste ano.

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