São Luís - Ícone do Bumba meu Boi do Maranhão, João Chiador é o próximo homenageado pelo projeto “Amo, Poeta e Cantador: Murais da Memória pelo Maranhão”. A imagem deste grande poeta e cantador será grafittada por Gil Leros no muro da sede do Bumba meu Boi de Ribamar, entre os próximos dias 10 e 13 de agosto. Este é o sexto mural, de um total de 10, que o projeto fará em sete cidades do Maranhão neste ano de 2021.
Criador de toadas que ficaram eternizadas, como “Cidade dos Azulejos” e “Negras Profecias”, João Chiador dedicou a maior parte de sua vida “guarnecendo” nos “batalhões” da Ilha de São Luís. Ele foi amo do Boi da Maioba por 32 anos, para, em seguida, de 1993 a 2017, ser o cantador oficial do Boi de Ribamar. Foi neste ano, no dia 06 de agosto, que veio a falecer, vítima de AVC (Acidente Vascular Cerebral).
João Costa Reis, o João Chiador, morreu com 78 anos de idade, depois de passar cerca de 60 anos servindo à cultura popular do Maranhão. “Ele era grande”, comenta a atual diretora de Marketing do Boi de Ribamar, Thayana Correia Silva, ou apenas Thayana Jacaré, como é conhecida no meio cultural.
Segundo ela, João Chiador era, em si mesmo, uma escola viva. Berço de conhecimento e que foi inspiração para muitos, mesmo sem ter tido a oportunidade de estudar. “E ele continua a inspirar a nova geração de poetas e cantadores. Ele era um cantador que cativava não só pela voz, mas pelo carisma”, assegura Thayana Jacaré, afirmando, ainda, que o “Batalhão de Ribamar cresceu muito mais quando Chiador chegou”.
O presidente do Bumba meu Boi de Ribamar, José de Ribamar Silva Filho, o Ribinha Jacaré, reafirma o crescimento do Boi após a chegada de João Chiador: “Com ele a casa sempre estava cheia”. Conta que todos estão muito felizes e gratos pela homenagem que o projeto “Amo, Poeta e Cantador” vai fazer com a confecção do mural. “João Chiador “serviu” por mais de 20 anos ao Boi de Ribamar; e foi aqui, neste batalhão, que ele passou os últimos dias de sua vida”, relembra.
Ribinha Jacaré finalizou a entrevista com a seguinte declaração: “O homem não pode escolher onde nasce, mas pode escolher onde vai terminar o seu ciclo de vida. E o João Chiador escolheu o batalhão pesado de São José de Ribamar para terminar seus últimos dias, cantando e fazendo poesia por meio das toadas que foram eternizadas em sua voz”.
A construção de grandes “Murais da Memória”, e também de um documentário, em homenagem a personalidades que marcaram a história do Bumba meu Boi do Maranhão é uma idealização do artista plástico Gil Leros em parceria com o Bumba Boi da Floresta de Apolônio Melônio, e conta com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Benfeitoria e do SITAWI Finanças do Bem.
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