Fadinha de prata!

"O skate é para todo mundo", diz Rayssa Leal depois de ganhar a prata

Brasileira mais jovem a ganhar uma medalha, a maranhense fez questão de exaltar a inclusão no esporte e falou sobre o caminho difícil que trilhou

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Rayssa fez o Brasil parar na madrugada
Rayssa fez o Brasil parar na madrugada (RAYSSA LEAL SKATE )

TÓQUIO - Rayssa Leal está em êxtase. A skatista de apenas 13 anos, seis meses e 21 dias, se tornou a mais jovem atleta do Brasil, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos, superando a marca que pertencia a Rosângela Santos, do 4x100m do atletismo, bronze aos 17 anos em 2008. Ela levou a prata em Tóquio na categoria street do skate e, após subir no pódio, fez questão de lembrar o apoio que recebeu do pai e da mãe para fazer a história com tão pouca idade e deixou uma mensagem de inspiração.

"Se você pode sonhar você pode realizar. Não desista dos seus sonhos, persista que tudo vai dar certo", destacou a jovem skatista, em entrevista à TV Globo.
"Não consigo explicar a sensação de estar aqui realizando meu sonho e de toda a minha família. Meu pai e minha mãe estiveram nos piores e melhores momentos. É muito gratificante todo o esforço que eles fizeram. Essa medalha é muito especial pra mim", festejou a maranhense.

A "Fadinha", como ficou conhecida por andar de skate fantasiada quanto tinha somente seis anos, chegou a ouvir que skate não era um esporte para meninas. A sua prata em Tóquio reforça que não há espaço para preconceitos no skate, um esporte democrático e que, em sua estreia no programa olímpico, já garantiu duas medalhas ao Brasil. No domingo, Kelvin Hoefler conquistou a prata no street masculino.

"É muito louco. Saber que no início só minha mãe e meu pai me apoiavam e saíam com a cara e coragem para eu poder estar aqui. Skate é, sim, para todo mundo, assim como qualquer esporte, como futebol e handebol. Muita gente fala que handebol é só para meninas. É pra todos e skate não é só para meninos", ressaltou a vice-campeã olímpica em Tóquio.

Na final do street feminino, disputada na madrugada desta terça (horário de Brasília), chamou a atenção a descontração de Rayssa, que, entre uma manobra e outra, foi flagrada dançando e se divertindo com a sua amiga e oponente Margielyn Dida, de Filipinas. Ela parecia não se importar com o que acontecia à sua volta e lidava com a pressão como se não estivesse em uma disputa olímpica.

"Quando eu estou feliz fico animada, fico brincando, me divertindo. Estava dançando com a Didal porque fizeram falta as brasileiras na final comigo", disse ela, em referência às ausências de Pamela Rosa e Letícia Bufoni, que não conseguiram um lugar na final.

História da Fadinha

A pequena Rayssa, nascida em Imperatriz, no Maranhão, é um verdadeiro fenômeno do esporte. Desde 2018, com apenas 11 anos, já integra a seleção brasileira e é vista como uma das melhores do mundo na categoria street, dona de um talento raro.

A primeira vez que ela subiu em cima de um skate foi aos 6 anos, quando seus pais lhe deram o equipamento de presente. Um ano depois, já estava competindo. O mais impressionante é que ela aprendeu tudo por conta própria, sozinha. A garota assista a vídeos dos seus ídolos no celular e depois ficava repetindo insistentemente as manobras.

Aos 9 anos, Rayssa já não competia mais entre as crianças para disputar campeonatos na categoria geral. Passou, então, a levar uma vida de "adulta", treinando três horas todos os dias. Tanto esforço deu certo e agora a pequena Rayssa Leal é medalhista olímpica.

Medalha na escola

Rayssa Leal foi recebida com festa na base do Time Brasil em Chuo. Os atletas que estavam treinando no local aplaudiram e abraçaram a mais jovem medalhista do país em Jogos Olímpicos. Alguns aproveitaram para tocar a medalha e pegar boas energias para suas competições.

A skatista colocou sua foto com a prata no Mural dos Medalhistas, que já conta com a Daniel Cargnin, bronze no judô, e Kelvin Hoefler, prata também no skate.
Quando puder voltar às aulas presenciais, suspensas por causa da pandemia, a adolescente quer levar a medalha à escola para mostrar aos amigos de Imperatriz (MA).
“Quero mostrar a medalha, dizer que conseguimos e agradecer muito o apoio deles. Muita gente da escola me apoiou a andar de skate e quero incentivar as pessoas a começar um esporte novo. Fiquei feliz pelo apoio que recebi de todo mundo, da confederação e COB desde o início, deu todo o suporte. Que em 2024 a gente esteja de novo representando bem o Brasil”, afirmou.

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