Feminicídio

PM é preso suspeito do assassinato de sua namorada

O acusado declarou à polícia que a vítima havia sido baleada em uma tentativa de assalto

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
.
. (FEMINICÍDIO)

Maranhão - A cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou nesta sexta-feira, 9, que o cabo da Polícia Militar, Gilgleidson Pereira Melo, foi preso em Timon e encaminhado ao presídio militar, em São Luís, suspeito de ter assassinado sua namorada, Ana Carolina da Silva Carvalho, de 17 anos. Segundo a polícia, o corpo da adolescente foi encontrado com marcas de tiros no tórax, no último dia 5, em um sítio, no bairro Mocó, em Coroatá, onde residia com o policial. Este é o 25º caso de feminicídio no Maranhão, este ano.

O secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Pedro Ribeiro, estiveram em Coroatá na sexta-feira, 9, acompanhando a investigação do caso, que está sob a coordenação da chefe do Departamento de Feminicídio, delegada Wanda Moura.

Jefferson Portela declarou que o cabo Gilgleidson Pereira foi preso em Timon e encaminhado para o presídio militar, em São Luís.

“Não temos conhecimento ainda do que ele estava fazendo em Timon, mas a prisão preventiva foi cumprida e demos a resposta”, disse o secretário de Segurança Pública.

Também na sexta-feira, 9, em Coroatá ocorreu uma manifestação realizada pelos familiares da vítima e moradores. Os manifestantes caminharam pelas principais ruas com cartazes pedindo que a justiça fosse feita e no decorrer da semana ocorreu atos de protesto nas redes sociais.

No período da tarde, o cabo Gilgleidson chegou a São Luís e foi encaminhado para a sede da Superintendência de Homicídio e Proteção (SHPP), na avenida Beira-Mar, onde prestaria esclarecimentos sobre o caso e, logo após, encaminhado para o presídio militar.

Morte da adolescente
Os militares foram acionados por volta das 1h40 do último dia 6 para atender uma ocorrência de um assassinato, ocorrido no bairro do Mocó, em Coroatá. No local, os policiais encontraram a adolescente morta. No corpo dela havia uma marca de tiro provavelmente de pistola no tórax.

O corpo foi encaminhado ao hospital da cidade para ser autopsiado e, logo após, liberado para os familiares. Também no local do crime foi apreendida uma cápsula de pistola e encaminhada para a Polícia Técnica para ser periciada. De acordo com a polícia, o cabo Gilgleidson foi ouvido na delegacia da cidade.

Ele contou para a polícia que estava ingerindo bebida alcoólica na companhia de amigos quando recebeu uma ligação da namorada, que estava no sítio, no Mocó. Ela disse que havia alguns homens tentando invadir o local. O cabo Gilgleidson ao chegar a sua residência foi recebido a tiros e chegou a ver vultos. Houve troca de tiros e sendo uma das balas atingiu o tórax da vítima, que veio a falecer.

Os familiares da vítima não acreditaram na versão apresentada pelo policial militar, que teria histórico de violência conta a namorada. O caso estava sendo investigado pela equipe da Delegacia de Polícia Civil de Coroatá, mas, a partir de quarta-feira, 7, passou a ser coordenada pela delegada Wanda Moura.

Investigação
A delegada Wanda Moura disse que durante a investigação ficou confirmado que a história contada pelo militar não procedia. Ele é casado com uma outra mulher e tem dois filhos, mas estava morando alguns meses com a adolescente, de 17 anos, no sítio do seu pai, em Coroatá.

O militar era ciumento e agressivo. Wanda Moura declarou que a adolescente sofria violência doméstica e era até mesmo impedida de falar com seus familiares. “A adolescente era proibida de sair sozinha do sítio e quando ia a rua era acompanhada pelo policial”, frisou a delegada.

Wanda Moura contou que já foram ouvidas várias testemunhas e disseram que o militar é agressivo. Ele geralmente chegava ao sítio efetuado tiros, inclusive, no dia da morte da adolescente não estranharam o barulho dos disparos. “O local onde ocorreu a morte da adolescente não foi arrombado e nenhum objeto roubado. Apenas o celular da vítima que sumiu. Duas pistolas já foram apreendidas para serem periciadas e os peritos do Icrim já estiveram no sítio. Estamos esperando o resultado dos exames periciais e esse inquérito deve ser encaminhado até a próxima semana para o Poder Judiciário”, explicou Wanda Moura.

SAIBA MAIS

A polícia até o período da tarde de sexta-feira, 9, não tinha efetuado a prisão de um homem, identificado como Carlim. De acordo com a polícia, ele é suspeito de ter assassinado a ex-companheira, identificada como Ana, e o namorado dela, Diego, que era bombeiro civil, no último dia 7, no povoado Cumaru, zona rural da cidade de Senador La Roque. O caso é investigado pela equipe da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoas (DHPP) de Imperatriz.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.