Jovem maranhense ganha bolsa esportiva e busca ajuda para viajar para os EUA
Rodrigo Diniz, o Digão, de 24 anos, morador da periferia de São Luís, diz que já perdeu duas chances e não quer ver seu sonho escapar mais uma vez
SÃO LUÍS - Cair e levantar. Esse preceito é quase que unânime nas mais diversas religiões e credos espalhados pelo mundo. E assim acredita um jovem estudante maranhense, atleta, e também microempreendedor, de 24 anos, que mora na periferia de São Luís. Rodrigo Diniz, o Digão, que faz parte de um projeto social que leva brasileiros para universidades dos EUA através do esporte, recebeu duas propostas para estudar e jogar futebol no país norte americano, e, segundo ele mesmo conta, não segurou a pressão de ter de estudar, treinar e trabalhar. Falhou. Sucumbiu as dificuldades impostas a qualquer jovem pobre hoje no Brasil.
Pois bem, mas agora veio a terceira proposta. E ele não recusou, arregaçou as mangas, foi novamente para rua vender sucão, bombom, água e cremosinho, para custear sua estadia no exterior, focou seus estudos no inglês, virou exemplo para muita gente, e tem contado também com a solidariedade de muitas pessoas, principalmente através de doações e de uma vaquinha que ele criou na internet. Tem até jovens, pobres iguais a ele, mandando PIX de um real (veja todos os conatos dele abaixo). Ele se emociona, e diz não acreditar no que está acontecendo.
Digão, que, além de estudante, se relaciona bem com a bola e tem seus dotes futebolísticos, foi aprovado em mais uma universidade, desta vez em Washington, antes havia recebido proposta de centros de ensino em outros dois estados. Ele, que é integrante da Connection Academy, centro de futebol especializada em intercâmbio esportivo que trabalha na preparação e assessoria de atletas de futebol, precisa juntar dinheiro para não deixar mais uma vez seu sonho escapar entre os dedos.
Nas outras vezes que precisou levantar um montante para pagar os custos da viagem, Digão reconhece que falhou. “Ao longo do tempo, ter que treinar, estudar, e trabalhar, foi me desgastando, me desmotivando. Não tem um motivo exato, não tem culpa de ninguém, eu me desmotivei, principalmente pelo cansaço”, reconhece o estudante, com intuito de não querer se vitimizar, mas encobrindo um mar ainda maior de dificuldade que um jovem negro e pobre encontra no Brasil para conseguir algo do tipo.
Digão conta também que, mesmo depois de muito trabalho, campanhas na internet e até a ajuda de algumas pessoas, ver vários amigos que entraram com ele no mesmo ano na Connection Academy embarcando para os EUA também mexeu bastante com sua autoestima. “Eu cheguei a parar, vi que não vinha nada para mim. Aí veio a pandemia, eu contraí dívidas, falhei com o meu negócio de vender sucão, entrei no vermelho. Fiquei bem cansado. Me faltou também uma educação financeira, não fui educado dessa forma. Eu não atribuo isso a ninguém, porque minha mãe também não teve essa educação, e não teve como ela me repassar esse tipo de conhecimento” conta.
Nova chance e motivação
Porém, o que passou, passou, e Digão agora vive outro momento. As propostas que vieram em 2018 e 2019 são apenas lembranças, que fizeram dele alguém mais forte, como ele mesmo conta em um vídeo publicado na internet. Ele recebeu a notícia de mais uma oportunidade, para o embarcar no mês de julho, e não pensou duas vezes: arregaçou as mangas e se encheu de esperanças mais uma vez.
“Todas essas propostas, esses anos que eu trabalhei e estudei, de certa forma, me ensinou muita coisa, muita gente me ajudou muito. Agora montei uns pacotes de bombons, para vender nos coletivos, estou vendo uns bombons caseiros também para vender, e estou tentando reerguer o sucão, já que entrei em falência. Mas essa oportunidade que eu ganhei novamente eu abracei e irei fazer tudo que estiver ao meu alcance para embarcar”, disse, o agora esperançoso Digão, que vai vender água, cremosinho e sucão nos sinais de trânsito, rifa, bombom caseiro e tudo que for possível, honestamente, para realizar seu sonho. Ele tem também uma vaquinha online e quem quiser ajudar é só clicar aqui.
E, mesmo com todas essas dificuldades, Digão disse que tem até se surpreendido com a ajuda que tem recebido, ele conta que jovens do seu bairro, o Coroadinho, têm ajudado até com PIX de um real.
“A vaquinha online já tá ajudando, tem gente ajudando também na divulgação. Estamos tendo um alcance legal. Preciso de cinco mil, já tenho 500. O povo tá me ajudando, teve até um meninozinho que me ajudou com um PIX de um real. Tem gente ajudando com PIX de cinco, dez reais. Gente que passa na rua e vai me dando o que pode também. Amigos falando para outros amigos, formando uma corrente. Além da minha correria, eu estou tendo muita ajuda”.
Digão disse não acreditar que tem recebido tanta ajuda. Ele se emociona ao falar sobre esse apoio, que o leva acreditar que, mesmo sem atuar nos gramados mais famosos do país, tem uma grande legião de torcedores vibrando pela sua vitória. No momento, está 2 x 0 para o destino, mas ele acredita que pode virar esse jogo.
CONTATOS DO DIGÃO
Vaquinha online - https://www.vakinha.com.br/vaquinha/viagem-pro-estados-unidos-rodrigo-pereira
Instagram - https://www.instagram.com/digao.97/
Telefone - +55 98 8436-5446
Saiba Mais
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.