Pesquisa

Quatro em cada 10 jovens já quiseram deixar os estudos

Segunda onda da pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus (Covid-19) ouviu 68 mil jovens de 15 a 29 anos de todo o Brasil; pandemia é um dos principais fatores

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(estudos)

São Paulo - A pandemia de Covid-19 ameaça a escolaridade de jovens brasileiros. Entre os estudantes matriculados na escola ou universidade que responderam à segunda edição da pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus (Covid-19), 43% disseram que já pensaram em parar de estudar desde que suas rotinas foram alteradas pelo coronavírus. Na primeira onda da mesma consulta, realizada em junho de 2020, esse número era de 28%. O estudo indica ainda que 6% dos jovens trancaram a matrícula. Destes, 56% o fizeram durante a pandemia .

A pesquisa promovida pelo Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE), em parceria com Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Mapa Educação, Porvir, Rede Conhecimento Social, Unesco e Visão Mundial, ouviu 68 mil jovens de todo o Brasil, com idade de 15 a 29 anos, entre os dias 22 de março e 16 de abril.
Os principais motivos que levam jovens a interromper os estudos são financeiros (21%) e dificuldades com ensino remoto (14%). Para voltar, gostariam de ter estabilidade sanitária e melhores condições econômicas. Quase metade dos jovens que interromperam os estudos (47%) disseram que retornariam às aulas se toda a população fosse vacinada, e 36% querem garantia de renda básica ou auxílio emergencial.

"Todo este contexto tem forte influência no processo de desenvolvimento da população jovem no Brasil. A situação é grave. Precisamos urgentemente de ações concretas, com real capacidade de promover mudanças, atendendo as demandas emergenciais e apresentando perspectivas de futuro. Uma série de direitos têm sido violados ou negligenciados e para o enfrentamento da complexidade desses desafios será fundamental a construção de soluções que sejam baseadas em evidências, por isso decidimos realizar a 2ª onda da Pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus", afirma Marcus Barão, Presidente do Conselho Nacional da Juventude.

Esses são alguns dos dados presentes no relatório da Juventudes e a Pandemia do Coronavírus (Covid-19), captados por meio de um questionário online com 77 perguntas divididas em cinco blocos temáticos: perfil sociodemográfico; saúde; educação; trabalho e renda; e vida pública.

Os jovens participantes foram convidados a responder as questões pelo CONJUVE e pelas instituições parceiras desta iniciativa e outras organizações da sociedade civil, coletivos juvenis, secretarias e conselhos estaduais e municipais de juventudes, educação e assistência social. Durante a coleta de dados, foi realizado um monitoramento com o objetivo de garantir a diversidade entre os respondentes. Posteriormente, também foi feita uma ponderação nos dados para manter a coerência da amostra com a distribuição de jovens de 15 a 29 anos em todos os Estados brasileiros, tendo como referência a Pnad Contínua 2020 (IBGE).

"O envolvimento de jovens pesquisadores na construção de todas as etapas e a ampla mobilização de redes e coletivos fazem desta pesquisa um importante processo de diálogo e articulação social. A produção e disseminação de conhecimento é fundamental para apoiar o desenvolvimento de políticas sociais e oferecer à sociedade elementos que permitam participar, incidir e monitorar ações com e para as juventudes. Com o adiamento do censo demográfico, tornou-se ainda mais urgente produzir dados atualizados e compartilhar evidências que permitam análises contextualizadas. ", diz Marisa Villi, diretora executiva da Rede Conhecimento Social.

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