Alta de preços

Alimentos e bebidas impulsionam inflação em São Luís em maio

A capital maranhense e Fortaleza registraram a segunda maior alta, de acordo com o IPCA; das 16 regiões pesquisadas, só Salvador superou a elevação de preços verificada no cenário local

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Alimentos puxaram inflação para cima em maio
Alimentos puxaram inflação para cima em maio (carne cara)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio/2021, em São Luís, registrou elevação de preços de 1,10%. Houve uma aceleração no aument de preços em relação ao mês anterior, abril/2021, cujo aumento de preços tinha sido de 0,43%. Depois de dois meses de desaceleração no aumento de preços, março e abril, os preços voltaram a ganhar impulso no mês de maio. No caso de São Luís, esse número de maio ficou acima da média do IPCA do Brasil: 0,83%.

Em todas as 16 regiões de pesquisa do IBGE, no mês de maio, assim como vem ocorrendo há meses, uma vez mais, houve elevação de preços, sendo que as taxas mais altas foram observadas na região metropolitana (RM) de Salvador (1,12%) e no município de São Luís e na RM de Fortaleza, ambas com 1,10% de aumento de preços. As menores variações do IPCA foram detectadas na RM de Belém (0,48%) e em Brasília (0,27%).

Pela primeira vez, desde que o município de São Luís foi incluído como uma das regiões de pesquisa do IBGE, maio de 2018, em todos os nove grupos de despesa houve elevação de preços. Os grupos de despesa que mais impactaram na formatação final do IBGE foram, por ordem: alimentação e bebidas (1,34%, impacto de 0,34 ponto percentual), transportes (1,35%, impacto de 0,25 p.p.), habitação (1,63%, impacto de 0,24 p.p.) e saúde e cuidados pessoais (1,06%, impacto de 0,14 p.p.). Depois desses quatro grupos, merece também observação o grupo de despesa artigos de residência (1,57%; impacto de 0,07 p.p.). Esses cinco grupos de despesa foram responsáveis por 94,5% do IPCA de São Luís em maio, que foi de 1,10%. Os outros quatro grupos de despesa, comunicação (0,40%), vestuário (0,39%), despesas pessoais (0,26%) e educação (0,08%) tiveram impacto menor, 5,5%, na formatação final do IPCA de São Luís.

O grupo alimentação e bebidas é o de maior peso dentro da composição do IPCA, pois no orçamento das famílias que residem em São Luís é o que, na média, tem maior relevância nos gastos mensais. Certamente que quanto menor a renda monetária da família maior peso e impacto terá esse grupo de despesa.

Depois de duas quedas consecutivas de preços, -0,23% e -0,28%, meses de fevereiro e março, respectivamente, nos últimos dois meses, os preços voltaram a subir: abril (0,73%) e, agora, em maio (1,34%). Houve, na passagem dos preços do mês de abril para o mês de maio, uma aceleração no aumento de preços. Em termos percentuais, a taxa de inflação, no mês de maio, desse grupo de despesa, praticamente duplicou em relação ao mês anterior. Nos últimos 12 meses, de junho de 2020 a maio de 2021, a inflação acumulada foi de 16,94%, acima do IPCA em geral, , para o mesmo período de tempo, 9,64%. Por bem, esclarecemos que as autoridades monetárias brasileira trabalham com um IPCA para o ano de 2021 de no máximo 5,25%. As carnes (3,02%) tiveram impacto no aumento de preços no grupo de despesa alimentação e bebidas no mês de maio, sendo que os tipos costela (10,11%), acém (7,83%), fígado (11,30%) e chã de dentro (4,32%) foram os de maior destaque. As carnes têm um acumulado de preços em São Luís nos últimos 12 meses de 39,87%, praticamente seguindo a mesma alta para o período, em nível de Brasil: 38,0%. O frango inteiro, que é um substituto natural das carnes vermelhas, teve também aumento de preços, 1,03%, influenciando a alta de preços de alimentos em São Luís. Subitens como tomate (14,05%) e cheiro verde (11,66%), alimentação fora do domicílio (lanches, 5,58%, e refeição, 0,99%), além de leite em pó (2,22%), café moído (3,24%) e feijão mulatinho (7,26%) acabaram por impulsionar o movimento ascendente de preços do grupo alimentação e bebidas.

Ao contrário do que aconteceu no mês anterior, quando foi detectada queda de preços no grupo transportes, -0,96%, muito em função do recuo dos preços nos combustíveis (-2,61%), bem como no preço das passagens de ônibus interestaduais (-5,5%) e intermunicipais (-0,47%), além de serviço de conserto de automóveis (-0,47%), desta feita, em maio, os preços voltaram a subir: 1,35%. Gasolina (2,73%), óleo diesel (6,51%), automóvel novo (1,67%), automóvel usado (1,02%), motocicleta (0,98%) e transporte de ônibus interestadual (5,98%) foram bens/serviços que mais puxaram os preços para cima no grupo de despesa transportes. A gasolina, por ser o subitem de maior peso nas despesas das famílias residentes em São Luís, foi o segundo elemento que mais impactou na formatação total do IPCA no mês de maio, dentre aproximadamente 250 subitens de bens e serviços que o IBGE sistematicamente faz acompanhamento de preços. A gasolina, nos últimos 12 meses, tem um acumulado de aumento de preços em São Luís na casa dos 38,5%. No Brasil, chega na casa dos 45,8%.

A inflação do grupo habitação no mês de maio se deu em decorrência fundamentalmente do aumento de preço na energia elétrica residencial, 4,39%. Houve mudança na bandeira tarifária cobrada ao consumidor, e, a partir de maio, passou a viger a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumido. De janeiro a abril, estava em vigência a bandeira amarela, cujo acréscimo de preço ao consumidor a cada 100 quilowatts-hora consumido era menor: R$1,343. A energia elétrica residencial é o segundo subitem que mais pesa nas despesas das famílias residentes em São Luís, porém, foi o de maior impacto, no mês de maio, na formatação total do IPCA dessa região de pesquisa. Além da energia elétrica residencial, contribuíram para a inflação do grupo de despesa habitação o aumento de preços detectado nos subitens gás de botijão (1,27%), tijolo (2,22%), telha (2,12%), água sanitária (2,4%) e amaciante e alvejante (0,91%). O grupo dos itens de artigos de limpeza, no qual se encontram água sanitária e amaciantes e alvejantes, no ano (janeiro a maio de 2021), tem um acumulado de aumento em São Luís de 4,18%, bem acima da média do Brasil, 1,56%. O gás de botijão é o quinto subitem que mais pesa nas despesas das famílias residentes em São Luís e, no mês de maio, foi a nona contribuição individual na consolidação do IPCA total dessa região de pesquisa. O gás de botijão tem um acumulado de aumento de preços nos últimos 12 meses na ordem de 24,17%, praticamente o mesmo patamar de aumento do Brasil, na média geral das 16 regiões de pesquisa: 24,05%.

Em relação ao grupo saúde e cuidados pessoais, os preços aumentaram praticamente na mesma proporção do mês anterior: 1,05% em abril e, agora, em maio, 1,06%. É o quarto mês consecutivo de aumento nesse grupo de despesa, acumulando uma elevação de preços desde fevereiro na casa de 3,25%. Produtos de higiene pessoal, como produto para pele (11,30%), desodorante (2,74%), produtos de higiene bucal (2,88%), sabonete (2,91%), produto para cabelo (0,91%) tiveram impacto no IPCA desse grupo de despesa. Ademais, medicações, com variação de preços na ordem de 1,27%, embora menor do que o observado no mês anterior, 2,34%, contribuíram para esse aumento de preços no grupo saúde e cuidados pessoais. Vale registrar que foi autorizado a partir de 1º de abril do corrente ano, o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, a depender da classe terapêutica e do perfil de concorrência da substância.

O grupo de despesa artigos de residência desde junho de 2020 vem tendo constantes aumentos de preços. Nesse período, 12 meses, acumulou alta de 12,8%. No mês de maio, o avanço de preços foi na ordem de 1,57%, acelerando em relação ao mês anterior, abril, 1,08%, que, por sua vez, tinha ocorrido aceleração no aumento de preços em relação ao mês de março, 0,73%. O subgrupo tv/som/informática impulsionou a elevação dos preços do referido grupo de despesa, tendo os subitens televisor (5,05%) e aparelho de som (4,01%) como os que mais puxaram os preços para cima nesse mês de maio dentro do grupo de despesa artigos de residência. No subgrupo mobiliário, os subitens que mais impulsionaram os aumentos de preços foram móvel para quarto (1,90%) e móvel para copa e cozinha (2,14%). No subgrupo eletrodomésticos e equipamentos, elevação de preços nos subitens refrigerador (1,75%) e ventilador (1,95%) foram os que mais contribuíram para o comportamento inflacionário do comentado grupo de despesa.

Em relação aos outros grupos de despesa em que se detectou aumento de preços, comunicação (0,40%, em maio; -0,49%, em abril), vestuário (0,39%, agora em maio; 0,88%, em abril) e despesas pessoais (0,26%, em maio; -0,10%, em abril) tiveram alguma influência no IPCA de maio em São Luís. Cada um desses grupos contribuiu com 0,02 p.p. para a consolidação do índice de preços de 1,10%. Educação (0,08%) teve impacto ínfimo. No caso do grupo de despesa comunicação, os subitens que mais estimularam para a subida de preços foram aparelho de telefone (0,94%) e serviços de streaming (4,82%). Quanto ao vestuário, roupas femininas, como calça comprida (3,62%) e sapato (3,76%) tiveram importância destacada para essa subida de preços nesse grupo de despesa. Em despesas pessoais, os subitens de maior impacto na consolidação de um IPCA em alta foram alimento para animais (4,02%) e serviços bancários (0,34%). No acumulado do ano, janeiro a maio, em São Luís, os grupos de despesa que tiveram maiores altas em relação ao IPCA foram: transportes (6,83%), artigos de residência (6,02%) e habitação (4,20%).

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange, ao todo, 16 regiões: as dez principais regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília. Para o cálculo do índice do mês de maio/2021, foram comparados os preços coletados no período de 30 de abril a 27 de maio de 2021 (referência) com os preços vigentes de 30 de março a 29 de abril de 2021 (base).

Cabe ressaltar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março de 2020, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC de maio variou 1,12%, em São Luís

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), assim como ocorreu com o IPCA, apresentou uma aceleração no aumento de preços no mês de maio, quando se compara com o mês de abril: 1,12% contra 0,44%. No Brasil, o INPC de maio foi de 0,96%, também ocorrendo uma aceleração no aumento de preços em relação ao mês anterior, abril, 0,38%. Assim como ocorreu com o IPCA, em todas as 16 regiões de pesquisa do IBGE houve quadro de aumento de preços referentes ao INPC. As regiões de pesquisa em que se detectaram maiores taxas de INPC foram as regiões metropolitanas de Salvador (1,25%), Fortaleza e Porto Alegre, ambas as últimas com 1,17%. São Luís teve o quarto maior INPC dentre as 16 regiões onde o IBGE faz acompanhamento de preços ao consumidor. O acumulado do INPC no ano de 2021, em São Luís, janeiro a maio, é de 3,29%, ao passo que no Brasil é de 3,33%. Quanto ao acumulado nos 12 últimos meses (junho de 2020 a maio de 2021), o INPC de São Luís chegou a 9,28%, ao passo que o acumulado para o mesmo período no Brasil é de 8,90%.

O INPC mede uma cesta de bens e serviços para famílias que auferem de 1 a 5 salários mínimos, sendo o chefe assalariado. É um índice de preços voltado a famílias de menor poder aquisitivo, pois a cesta de bens e serviços dele tem subitens mais essenciais e menos sofisticados que a cesta do IPCA. Para o cálculo do INPC do mês de maio de 2021, foram comparados os preços coletados no período de 30 de abril a 27 de maio de 2021 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de março a 29 de abril de 2021 (base).

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