Sorte no amor e nos negócios. Assim pode ser resumida a história de Marina Trovão e Rafael Oliveira. Casados há dez anos, eles comandam a Botica há seis.
Mas a ligação de Marina com a farmácia de manipulados vem de antes: ela começou a trabalhar nela em 2002, aos 17 anos - primeiro como vendedora e depois de formada, como farmacêutica.
A Botica, vale dizer, foi fundada em 1994 pela tia dela, Sílvia Fiquene, de quem Marina comprou e dá continuidade ao legado do bisavô materno, o médico e alquimista Salomão Fiquene. Sob nova direção, a farmácia trocou a sede original no bairro da Camboa há três anos, quando se mudou para um espaço amplo e moderno na Avenida dos Holandeses.
A pretensão do casal sempre foi a de ampliar os serviços de uma farmácia de manipulados convencional para um trabalho mais autoral, onde o tino empresarial dele e a paixão dela por manipulação em cosmetologia pudesse ser potencializada.
O primeiro produto concebido por Marina foi o Hyalo Booster, um sérum de ácido hialurônico para o rosto.
De lá pra cá, os dois estão envolvidos no desenvolvimento de mais linhas próprias. A primeira delas, à base de óleo de coco babaçu. O protótipo, inclusive, foi o álcool gel, coincidentemente concebido pouco antes da pandemia.
Por falar em pandemia, a Botica foi um dos raros negócios que seguiu caminho inverso na economia. Além do álcool gel próprio, a empresa foi uma das poucas a conseguir abastecer a demanda exigida pelo mercado farmacêutico do Maranhão.
Pegando carona no interesse do mercado internacional por produtos amazônicos, a Botica também está fazendo experimentos com matérias-primas como Buriti e Bacuri - todas, frise-se, encontradas no bioma maranhense.
Em breve, eles lançam uma linha batizada Botica Brasil, com produtos para a pele e itens de casa - como velas, sabonetes para lavabos, aromatizantes, home spray, difusor - à base desses nossos frutos regionais. Com aroma exclusivo de flor de laranjeira e toda a fabricação com a mesma tecnologia das grandes marcas cosmetológicas nacionais.
O foco para o meio-ambiente, aliás, está entre as preocupações deles. A empresa adotou o tripé da sustentabilidade: econômica, social e ambiental. A Botica, por exemplo, passou a usar energia solar nas instalações, a plantar árvores - como Ipê - em canteiros próximos à empresa, além de ações sociais com artesãos quilombolas e quebradeiras de coco babaçu do Maranhão.
Entre os novos planos da Botica, está a expansão para serviços laboratoriais veterinários. Atividade que coincide com a certificação internacional da agência reguladora dos EUA, a FDA (uma espécie de Anvisa do Brasil), que eles acabam de receber.
Eles, que são os únicos do setor farmacêutico no Maranhão a ostentar o certificado ISO 9001.
Juntos e de mãos dadas - na vida e no trabalho.
Alimentando a Esperança
Nos últimos dias, Marina e Rafael têm chamado atenção também pela ação social "Alimente a Esperança", que está arrecadando muitas toneladas de cestas de alimentos não-perecíveis.
A campanha começou em 2019, para marcar o Dia Mundial da Alimentação (04 de outubro). Já na primeira edição alcançou 5 toneladas. Número semelhante foi arrecadado na edição de 2020.
Este ano a ação foi adiantada diante da urgência causada pela pandemia. Cada compra na Botica é revertida em 1kg de alimento e cada doação, a Botica dobra o arrecadado.
Até agora foram alcançadas 10 toneladas. São mais de 1250 cestas básicas, divididas entre 20 instituições (entre comunidades, ONGs e institutos).
Uma das beneficiadas é a comunidade de quebradeiras de coco babaçu do Quebra Pote, que é assistida desde que o projeto começou, recebendo ainda doações de camisas com proteção UV, protetor solar e, mais recentemente, máscaras e álcool gel. Bacana, não?!
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