Incursões

Maranhão é alvo de operações da Polícia Federal

Uma foi contra situação análoga à escravidão e outra, contra bando internacional de drogas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
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. (operação)

São Luís - Em menos de 48 horas o Maranhão foi alvo de duas ações da Polícia Federal (PF). A Finita Servus ocorreu na sexta-feira, 7, no estado e em Santa Catarina, com o objetivo de combater o tráfico de pessoas em situação análoga à escravidão. De acordo com a Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), 20% dos trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão no país são naturais do Maranhão.

O superintendente da PF no Maranhão, Renato Madsen, e os delegados federais, Leandro Ribeiro e Paula Cecília, informaram que durante a ação foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, dois em Santa Inês; um em Centro Novo e dois em São Joaquim, no estado de Santa Catarina.

O material apreendido vai ser periciado e servirá como prova material, enquanto os investigados poderão responder por crimes de reduzir alguém a condição análoga à escravo e tráfico de pessoas. As penas somadas chegam a 16 anos de reclusão e multa.

Segundo a PF, os trabalhadores do Maranhão estão sendo aliciados, mediante fraude e abuso da condição de vulnerabilidade das vítimas, com a promessa de trabalho, alojamento e alimentação pagos pela empresa contratante, e levados ao estado de Santa Catarina. Ao chegarem no destino, os maranhenses descobrem que foram enganados.

Eles são obrigados a morar em alojamentos sem condições mínimas de viver com dignidade, além de ter parte de seu salário e documentos retidos pelos empregadores com a justificativa de pagamento pelas despesas do período. Somente de uma fazenda, em Santa Catarina, foram resgatados 28 maranhenses. A operação foi denominada Finita Servus, que é o termo oriundo do latim e foi utilizado no Império Romano indicando o fim da escravidão.

Grão Branco
O Maranhão também foi alvo da operação Grão Branco, que foi deflagrada pela Polícia Federal, que ocorreu no último dia 11 e tinha como objetivo desarticular uma organização de tráfico internacional de drogas por meio do transporte de grãos. Houve incursões nos estados do Mato Grosso, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Amazonas, Pará, Rio Grande do Sul e Paraná e sendo que um total de 110 mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos.

A polícia informou que as investigações iniciaram no mês de janeiro de 2019 quando apreenderam 495 kg de cocaína, no município de Nova Lacerda, no sudoeste do estado do Mato Grosso. O líder da organização criminosa, já condenado por tráfico de drogas,estava foragido da justiça brasileira.

Ele controlava toda a logística do transporte da droga a partir de uma mansão em um condomínio de luxo em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, desde a saída da droga desse país, por meio de aeronaves, até o recebimento dela em pistas clandestinas no Brasil. O carregamento da droga é feito em carretas e a entrega em grandes centros do país. O nome da operação Grão Branco deve-se ao transporte de grãos, como soja e milho do estado de Mato Grosso para São Paulo para justificar as viagens das carretas que transportavam a cocaína.

SAIBA MAIS

Outros resgates

Uma ação da Polícia Civil de Goiás, no último dia 27, resultou no resgate de 11 maranhenses em uma fazenda, localizada em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. De acordo com a polícia, eles foram encontrados em condições análoga a escravidão e trabalhavam nesse local realizando cortes de eucalipto.

Os maranhenses trabalhavam de domingo a domingo, sem equipamentos de proteção, não tinham comida suficiente, nem água potável e dormiam no chão em colchões improvisados. A polícia informou que o dono da fazenda foi preso em flagrante e estava com os documentos, inclusive, com as carteiras de trabalho dos maranhenses.

No começo deste mês, a maranhense Maria Das Graças de Sousa Rodrigues, de 75 anos, voltou para a capital maranhense após ser resgatada de uma situação análoga à escravidão na cidade de Guaratiba, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A maranhense vivia em situação de cárcere privado e sofrendo maus-tratos, em uma casa que pertencia a uma outra idosa, dormia em uma cama sem colchão e compartilhava o quarto com cachorros. A última vez que ela manteve contato com a família foi com a irmã Maria da Conceição, por telefone, há 40 anos.

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