COLUNA SOCIAL

A NOVA "DONA DO PEDAÇO"

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Maryna Saldanha foi uma das tantas profissionais que sentiram o impacto da pandemia - e, ao mesmo tempo, tornou um revés em mudança de carreira
Maryna Saldanha foi uma das tantas profissionais que sentiram o impacto da pandemia - e, ao mesmo tempo, tornou um revés em mudança de carreira

Já pensou em receber o "bilhete" de demissão próximo ao Dia do Trabalho? Perder o emprego costuma ter gosto amargo em
qualquer data, não é verdade?! Mas com a história que trago hoje foi exatamente o contrário.

O último ano de Maryna Saldanha foi uma reviravolta que calha perfeitamente de ser contada hoje. Pois foi depois de uma demissão que ela viu surgir no horizonte a oportunidade profissional que agora faz dela motivo de admiração.

Até o início da pandemia, Maryna possuía um trabalho dos sonhos para qualquer menina de 20 e poucos anos. Morando em São Paulo desde 2014, para onde se mudou ao conseguir uma oportunidade como gerente da loja Lacoste do
Shopping Iguatemi - após uma passagem bem-sucedida pela franquia em São Luís -, ela tinha alcançado o posto de coordenadora de atacado da Alexandre Birman (grife de alto luxo ao grupo
Arezzo).

A princípio, a vinda para o Maranhão era devido ao impacto da Covid, e Maryna seguiu trabalhando via online. Por questão de contenção de custos - e por ela ser uma das mais jovens da equipe - acabou sendo dispensada.

Em meio ao turbilhão de emoções pela mudança repentina e pela situação do mundo, coube a ela se jogar em um hobby que adquirira em 2019: fazer bolos. A princípio, cozinhando apenas para as amigas, Maryna recebeu a primeira encomenda há
exatamente um ano.

Aluna da chef Roberta Julião - cujo bolo de cacau com pistache é um dos mais famosos de São Paulo -, Maryna resolveu apostar na mesma criação, com um toque pessoal, claro. Foi questão de tempo para a sobremesa cair no boca a boca.

E aos poucos, o que era hobby se tornou transição de carreira. E assim nasceu a Artesano Cozinha Afetiva. (Um adendo cronológico: Maryna começou com a Artesano ainda em São Paulo, mas foi a partir da virada de chave no ano passado que a
coisa se tornou de fato em um negócio).

Em menos de três meses, Maryna viu seu aplicativo de mensagens estourar de encomendas. Com o Dia dos Pais, a coisa realmente engrenou. Veio dali o feedback que ela precisava para tornar a empreitada em empresa; e em dezembro, ela
abriu o ateliê culinário (localizado na Lagoa da Jansen).

Ao perguntá-la sobre o motivo de toda a aceitação de seus produtos, ela é categórica em apontar o sabor que "lembra muito as sobremesas da infância e o layout com um quê de caseiro".

Mas não se engane: tudo no processo de produção é muito bem pensado para passar o caráter artesanal que ela imprime às suas receitas.

O entusiasmo de Maryna, é bom que se diga, não se restringe a colocar a mão na massa. Ela gosta de se envolver em todo o processo de empreender. Pensa na construção da marca, em marketing digital, na execução de planilhas, na parte
comercial... Ela participa de cada camada do negócio.

Depois de atender a encomenda de mais de 500 ovos na Páscoa, sem contar nos bolos e cookies que regularmente vende, a boleira já pensa em expandir o negócio. E pretende aumentar as instalações em breve.

Se isso não é dar sabor doce a um revés profissional, eu não sei mais o que é. Ah, e os bolos da Artesano são uma de-lí-ci-a!

Maryna montando uma cesta para o
Maryna montando uma cesta para o "Dia das Mães", novo produto da Artesano, empresa de bolos que ela toca com sucesso em São Luís

O ESTADO VACINADO
Se fosse uma pessoa, "O Estado" já teria tomado a primeira dose da vacina contra a Covid. É que ele completa, neste sábado 1º, 62 anos de existência. Ou melhor: de resistência.

Este ano eu cheguei aos onze anos de casa. Desde 2010 eu ouço que o jornal impresso está com os dias contados, e já perdi as contas das especulações de que "O Estado" estaria chegando ao fim - quando não, sendo vendido pelo Grupo Mirante. E cá estamos.

Não estou aqui defendendo a permanência do formato impresso - por questões que não preciso entrar no mérito, o modelo de jornalismo no papel está em franca substituição pelo virtual. Tampouco sei dos planos da direção da empresa. Fato é que o
jornal segue até aqui em plena atividade.

É imperioso falar de sua conduta durante a pandemia. Em um momento dificílimo da economia, e não esqueçamos que isto aqui também é um negócio como outro qualquer, "O Estado" manteve suas atividades regulares e, na medida do possível, o
quadro de funcionários. E o mais importante: servindo de fonte sobre o que de fato a população deve saber para enfrentar o coronavírus. Aliás, assim como toda a imprensa séria deste país o tem feito (Viva o Jornalismo! O desabafo é livre).

Mesmo com tantos desafios e transformações, "O Estado" mantém sua relevância e a aura criada pelo imaginário maranhense. Posso falar pela reação das pessoas que costumo trazer aqui na coluna. O quanto elas se sentem prestigiadas. Muitas, inclusive, vão às bancas (acredite, ainda há quem tenha esse hábito) pra comprar várias edições. E olha que muitas delas, por
exemplo, são bastante populares nas redes sociais.

Como um apaixonado pela comunicação do meu tempo, vivo atento às formas atuais de nos expressarmos; experimento as
plataformas que vão surgindo; e sofro meus dilemas existenciais por ser um profissional dessa transição do off para o online. Mas não perco meu encanto pelo impresso. Leio o jornal regularmente pelo aplicativo do celular - que, vale dizer, é uma maravilha de acessar -, mas não resisto de folheá-lo no papel vez ou outra (ainda mais se der de frente com um na fila do
supermercado ou da farmácia).

Talvez eu seja um nostálgico inveterado nesse ponto. Mas não me falta prerrogativa. Minha história com "O Estado" é muito significativa. Nome estampou suas páginas pela primeira vez um dia depois de eu ter nascido. Coisa de tio-avô coruja.

Tio Pergentino (o famoso PH para os leitores) é um dos motivos por eu me sentir tão ligado ao jornal. As histórias
dele e a de "O Estado" se confundem. E meu amor por eles, de certo modo, também. Vida longa aos dois!

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