Previsão

Impactos de medidas restritivas serão sentidos neste mês de abril

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), efeitos na rede hospitalar com redução do número de internações somente começarão a ser percebidas a partir do dia 11 deste mês

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Medidas restritivas estão sendo cumpridas enquanto a vacina não chega para todos
Medidas restritivas estão sendo cumpridas enquanto a vacina não chega para todos

São Luís - O mês de março, considerado o mais grave durante o combate à pandemia do novo coronavírus em todo o país e no Maranhão, foi marcado pela adoção de medidas mais duras para o controle da circulação de pessoas em locais propícios para aglomeração. O governo do Maranhão, nas últimas semanas, emitiu decretos que, semana após semana, elevaram os níveis de fiscalização para minimizar a circulação do vírus entre as pessoas, em uma tentativa de reduzir os percentuais de infecção, ocupação de leitos e saldo de mortes.

O Decreto nº36.630, de 26 de março de 2021, é o que está em vigência atualmente e prevê medidas de suspensão quanto à autorização de reuniões e estabelece regras para outras situações, como a possibilidade de realização de ensino híbrido na rede privada. Segundo o governo, a medida mais polêmica, que provocou a suspensão do atendimento presencial em bares e restaurantes na Ilha de São Luís entre os dias 15 e 28 de março deste ano, causou impactos na economia local e na circulação de renda, em especial entre os pequenos e médios negócios.

No entanto, o governo ainda defende que a medida foi necessária e que outras ações são fundamentais. Segundo o governo, os impactos na redução na curva de infecções, no quantitativo de entradas em hospitais das redes pública e privada e no resultado de mortes somente são sentidos a partir deste mês de abril.

O governo, inclusive, deu um prazo para que a curva de óbitos, em especial, comece a decrescer. Segundo o Poder Executivo, esses aspectos menos negativos no combate à pandemia serão percebidos a partir do próximo dia 11, quando completam 14 dias do fim do estabelecimento das medidas mais duras contra a Covid-19 em 2021.

Preliminarmente, estas determinações ainda não foram sentidas, em curto prazo. Levantamento feito por O Estado, com base nos dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgados diariamente no painel de controle da Covid-19 no Maranhão apontam que, em se tratando da Grande Ilha, o número de óbitos e surgimento de novos casos diários ainda é alto.

No dia 29 de março deste ano, um dia após o abrandamento das suspensões de determinadas atividades, em especial às não-essenciais, segundo a SES foram 11 óbitos na Ilha de São Luís, sendo 5 emSão Luís, 3 em São José de Ribamar e outros 3 em Paço do Lumiar. Ao todo, foram 75 novos casos de pessoas infectadas pelo coronavírus somente nesta data, o que representava um dado menos agressivo em comparação a outras datas, porém considerado acima da média normal.

No dia 30 do mesmo mês e ano, foram 15 óbitos contabilizados na Região Metropolitana, em que o reflexo na prática das medidas restritivas do Governo do Maranhão no mês de março foi mais evidente. Das mortes, 12 foram na capital, um óbito na cidade balneária e outras duas mortes em Paço do Lumiar.

Naquela data, o número de casos mais do que dobrou em relação ao dia anterior. Foram 194 novos casos da Covid-19 no âmbito da Ilha de São Luís.

O número de ocorrências inéditas no dia 30 foi semelhante ao registrado no último dia de implantação de medidas mais duras na circulação de pessoas não somente na Ilha como em outros municípios. No dia 28 de março deste ano, foram 179 novos casos de Covid-19, com a maior parte dos óbitos nesta data registrada na capital, São Luís.

Grupos de risco são os primeiros a receberem a imunização
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Ocupação de leitos
Naqueles dias, ainda de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), os percentuais de ocupação de leitos de UTI na Grande Ilha e em outras regiões do Estado, como em Imperatriz, seguiram altos e superiores a 80%. As taxas de ocupação foram comparáveis aos tempos mais rigorosos da pandemia em 2020, quadro que obrigou o Governo do Maranhão e a Prefeitura de São Luís à época a ampliarem a rede de atendimento exclusiva contra a doença.

Devido ao agravamento, em especial, na Região Metropolitana, a gestão pública voltou novamente a tentar massificar os investimentos no setor. Na quarta-feira (31), foram entregues 10 novos leitos na capital e outros 60 estão disponíveis no Hospital de Campanha, situado no Espaço Renascença.

A capital, São Luís, por meio da Prefeitura, mantém os 30 leitos de cobertura de Covid-19 exclusivos para casos moderados ou graves na Unidade Mista do Bequimão, além dos 50 leitos no Hospital da Mulher. Outros leitos de retaguarda estão no Hospital Universitário.

Impactos anteriores
Ainda de acordo com o governo maranhense, os primeiros 10 dias de abril ainda refletirão os dados das infecções geradas durante o mês de março. Em nota, o governo diz que “o estado vive o impacto da contaminação ocorrida 14 dias atrás”.

Segundo o governo, apesar dos números considerados elevados e graves de mortes, neste momento o Maranhão estaria em uma curva de “estabilização de óbitos” por Covid-19.

De acordo com as autoridades, esta falta de crescimento e aparente manutenção no quadro de óbitos seriam reflexo “da ampliação dos leitos para assistência aos pacientes e o aumento da vacinação do grupo mais vulnerável”.

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Vacinação amplia
O Maranhão registrou esta semana, com a chegada de novas vacinas da Covid-19, pouco mais de 476 mil doses aplicadas em todo o Estado.

Destas, pouco mais de 376 mil da vacina CoronaVac, oriundas do Instituto Butantan. Nesta segunda-feira (5), de acordo com o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, ele e o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, visitarão as instalações do Instituto Butantan para conheceram mais os métodos de fabricação da vacina ButanVac que, de acordo com o governo de São Paulo, deve ser a primeira vacina genuinamente brasileira e fabricada.

Em São Luís, o fluxo de vacinas e de doses aplicadas possibilitou a inclusão de novos públicos. Neste sábado (3 de abril), serão vacinadas as pessoas com 68 anos de idade, conforme estabelecido em calendário divulgado pela Prefeitura de São Luís nas redes sociais até o fechamento desta edição.

Na quinta-feira e sexta-feira (dias 1º e 2 de abril), foram imunizadas pessoas com 69 anos de idade. Na segunda-feira (5), serão vacinadas ainda pessoas com 68 anos de idade e o calendário mais recente deve ser finalizado na quarta-feira, dia 7, com a vacinação das pessoas com 67 anos de idade.

De acordo com a Prefeitura de São Luís, a vacinação ocorre em etapa posterior à inclusão dos dados da pessoa na Plataforma “Vacina São Luís”. Com a inclusão de públicos maiores, a expectativa é que ainda nesta semana pouco mais de 10 mil pessoas acima dos 60 anos de idade sejam imunizadas somente em primeira dose. Sem incluir os públicos que estão sendo imunizados em segunda dose.

Além dos idosos e profissionais de saúde, desde o início da campanha no dia 19 de janeiro deste ano, foram vacinadas pessoas em instituições de longa permanência, pacientes em tratamento de câncer (em instituições específicas para tratamento) e pessoas acamadas. Até o momento, mais de 2 mil pessoas consideradas nesta condição ou com dificuldade de locomoção foram vacinadas.

Medidas válidas
Ainda de acordo com o Decreto nº 36.630, que alterou o Decreto nº36.531, de 3 de março de 2021, iria até o próximo domingo (4 de abril) o funcionamento de determinados estabelecimentos sujeito a regras específicas. No entanto, as medidas foram estendidas.

No caso dos supermercados, por exemplo, o funcionamento somente terá que obedecer a 50% da capacidade dos locais. Nos bares, lanchonetes e restaurantes, praças de alimentação e similares, a lotação destes pontos comerciais na Grande Ilha também não poderá exceder 50%. Durante o restante da programação da Semana Santa, as atividades eclesiásticas deverão zelar para que “nos cultos, missas, cerimônias e demais atividades religiosas de caráter coletivo” seja observado o nível de ocupação máxima de 50% da capacidade do local.

NÚMEROS

14 dias é o tempo estimado pelo Governo para os impactos das medidas restritivas na Ilha
476 mil doses contra a Covid-19 foram aplicadas em todo o Estado

Fonte: Governo do Maranhão

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