Sem data

Anvisa não dá prazo para liberação de vacina Sputnik, comprada pelo MA

No entanto, discurso do Governo Federal é ainda manter o planejamento, divulgado no dia 17 de março, de início da vacinação com o imunizante russo no próximo mês

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Imunizante, segundo o governo, será usado em abril
Imunizante, segundo o governo, será usado em abril (Sputnik V )

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não dá prazo para conclusão da análise de pedido de liberação da vacina Sputnik, encaminhada para o órgão no dia 25 deste mês. O contrato para aquisição de doses russas foi assinado pelo Governo do Maranhão no dia 17 de março deste ano. Inicialmente, a Anvisa teria sete dias para manifestar-se, no entanto, pendências documentais inviabilizam o cumprimento de prazo.

Até o momento, 62,2% dos documentos necessários para o procedimento seguem sob análise. Outros 18,67% não foram sequer apresentados. Consultada por O Estado, a União Química – empresa responsável pelo pedido de uso emergencial do imunizante no país – não se pronunciou sobre o envio dos papeis restantes.

A estrategia do governo maranhense é de esperar pela aprovação ou não do uso do imunizante pela Anvisa, apesar de com base na Medida Provisória nº1.026, sancionada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), estados e municípios estão autorizados a comprar vacinas ainda não registradas pelo órgão nacional de controle.

Apesar da indefinição da Anvisa na análise do pedido da Sputnik, o governo – via Secretaria Estadual de Saúde (SES) – segue o planejamento de começar a vacinar os maranhenses com o imunizante russo neste mês de abril. Para colaboradores do Governo, após a possível liberação da Anvisa, os demais tramites (pagamento dos lotes e envio das primeiras remessas de vacina) ocorrerão de forma célere.

O Governo do Maranhão, conforme acordo celebrado anteriormente, ainda não repassou qualquer percentual dos R$ 253 milhões acertados durante a compra, efetuada via consórcio dos governadores do Nordeste. Segundo o secretário titular da SES, Carlos Lula, o pagamento somente começará a ser feito com a vacina. “Esta etapa somente acontecerá com a vacina”, disse o gestor a O Estado.

Até o momento, apenas as vacinas CoronaVac e Astrazeneca (de Oxford) estão sendo usadas na imunização no Maranhão. Ao quadro “Bastidores”, do Bom Dia Mirante, o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, disse que na segunda-feira (dia 5 de abril) ele e o secretário Carlos Lula estarão em São Paulo (SP) para uma reunião com o governador paulista, João Dória (PSDB).

Em pauta, uma possível compra futura da ButanVac, imunizante nacional que passará por testes e que pode ser aplicado contra a Covid-19 nos próximos meses.

Relembre

Com o custo de R$ 253 milhões, estima-se que o Maranhão receba 4,5 milhões de doses do imunizante russo para vacinar cerca de 2,2 milhões de pessoas. Ao contrário da estimativa inicial, de que a vacina Sputnik pode ser aplicada somente em dose única, o governo – pelo menos no cálculo preliminar – espera que o primeiro quantitativo seja usado para aplicação em doses divididas.

Governo mantém previsão de vacinar a população até o fim do ano

Mesmo diante das indefinições sobre a liberação ou não da vacina Sputnik e demora no repasse de outros imunizantes, o Governo do Maranhão espera vacinar toda a população até o fim deste ano. Até o fechamento desta edição, das 778.410 doses distribuídas para os municípios maranhenses, 460.873 foram aplicadas, o que corresponde a 59,21% das doses disponíveis.

Apesar do discurso de que a cobertura obedece ao cronograma inicial, o fluxo ainda é considerado lento. Apenas 4,9% da população foi imunizada em primeira dose. “Nosso fluxo ainda está lento e por isso estamos investindo em contratações de novos profissionais”, disse ao Bom Dia Mirante o vice-governador Carlos Brandão.

A demora na proteção dos maranhenses foi criticada pela ex-governadora Roseana Sarney. “Os percentuais da população vacinada por estado mostram que o ritmo de vacinação é muito lento [...]. Precisamos melhorar isso com urgência”, escreveu a ex-gestora em sua conta no Twitter.

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