Balanço

Falta aço ocorre em 84% das construtoras do país, indica pesquisa

No Maranhão, a situação é agravada porque no estado não há indústrias que produzem o insumo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Falta de aço afeta cadeia produtiva da construção civil, elevando preços
Falta de aço afeta cadeia produtiva da construção civil, elevando preços (aço em falta / indústria de aço)

São Luís - A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou um levantamento com construtoras de todo o país para verificar a real situação do problema da escassez de insumos. Entre as 206 empresas consultadas, 84% disseram que há desabastecimento de aço em suas regiões.

A CBIC também perguntou às empresas quais materiais estão com o prazo de entrega maior que o habitual. Para 82,9% delas, a resposta foi o aço. Questionadas sobre o prazo médio de entrega das usinas em suas regiões, 39,3% das empresas responderam “entre 30 e 60 dias” e 25,7% responderam “entre 60 e 90 dias”.

Ontem (23), durante reunião no Ministério da Economia com representantes da cadeia produtiva do aço e entidades representativas dos principais compradores do país, a CBIC propôs ao governo a redução do imposto sobre a importação do aço para tentar resolver o problema do desabastecimento.

“Precisamos de um choque de oferta para restabelecer o equilíbrio entre a oferta e a demanda. Nossa proposta é a redução imediata do imposto de importação”, disse José Carlos Martins, presidente da entidade.

A CBIC apresentou ao secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, os resultados de sua pesquisa com empresários mostrando a percepção deles em relação ao desabastecimento.

Segundo o presidente do Sinduscon-MA, Fábio Nahuz a falta de insumos afeta toda a cadeia produtiva, pois essa carência de materiais sustenta preços em elevação. “Em nosso estado a preocupação se torna ainda maior, pois não temos indústrias. Esperamos que haja uma boa estratégia para a melhoria desta situação neste ano”, concluiu.

Para Martins, enquanto a oferta e a demanda não forem normalizadas não será possível estabilizar preços. “Quando a construtora tenta comprar da siderúrgica e não consegue, vai na distribuidora e se depara com um valor muito alto”, disse.

O desabastecimento e a insegurança com relação aos custos de vários materiais podem prejudicar a atividade da construção, que no início do ano projetava crescer 4% em 2021 e gerar 200 mil novas vagas de empregos.

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