Covid-19

MA tem alternativa para vacinação em caso de falha no plano nacional

Há um protocolo de intenção de compra de imunizantes pelo governo do Maranhão; no entanto, definição de número de doses só em abril

Gilberto Léda/ Da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Braide confirmou compra de vacinas por meio do Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), da Frente Nacional de Prefeitos
Braide confirmou compra de vacinas por meio do Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), da Frente Nacional de Prefeitos (Braide)

O Maranhão já conta com uma rede de retaguarda e está apto a garantir a vacinação da população mesmo que o governo federal falhe na condução do Plano Nacional de Imunização (PNI).

Nesta semana, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), confirmou a inclusão da capital no Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), da Frente Nacional de Prefeitos, após realização de assembleia geral para criação da entidade.

Na prática, o colegiado de gestores municipais atuará para, em conjunto, negociar vacinas às cidades. "Hoje é um dia importante para a nossa cidade. Incluímos São Luís no Consórcio que vai permitir a compra direta de vacinas dos fabricantes e, com isso, nós vamos aumentar a quantidade de pessoas a serem vacinadas, bem como agilizar a vacinação”, destacou o prefeito.

A iniciativa dos prefeitos assemelha-se à de governadores do Nordeste. Também por meio de um consórcio, eles já assinaram protocolos de compras com o Fundo Soberano Russo para o fornecimento de 37 milhões de doses da vacina Sputnik V.

Com o Governo do Maranhão, o contrato assinado prevê a entrega de 4,7 milhões de doses, ao custo de aproximadamente R$ 254 milhões.

Em ambos os casos, o governo federal pode “atravessar" os negócios e efetuar as compras, incluindo as doses contratadas por estados e municípios no PNI. Mas, se houver falha nesse processo, cada um dos entes poderá proceder às aquisições de forma isolada. Nesse caso, o Maranhão já teria doses o suficiente para imunizar mais de 50% da população.

“O Governo do Maranhão está ofertando essas vacinas ao PNI, porque isso é o que a lei manda. Ou seja, se o Ministério quiser assumir essas compras, como fez com o Instituto Butantan, nós reconhecemos essa precedência. Não queremos confusão, queremos colaboração”, disse o governador Flávio Dino, que, garantiu, também, a compra das doses, caso o Ministério da Saúde não as obtenhas.

“Se o Ministério da Saúde não quiser as doses, o Governo do Maranhão vai efetuar os pagamentos necessários e receber as doses, que serão dirigidas exclusivamente à população do nosso estado para a imunização, sobretudo, dos grupos prioritários e certos segmentos do serviço público, como por exemplo a educação, visto que nossos jovens e crianças estão sem aulas presenciais”, revelou o governador, ainda na semana passada.

Mais vacinas

Enquanto o Estado e os municípios maranhenses não podem adquirir diretamente suas vacinas, o Maranhão segue recebendo do governo federal mais doses de imunizantes.

Na última remessa, foram enviadas ao Maranhão mais 116.250 novas doses de vacinas Astrazeneca e 97.800 doses da CoronaVac. Depois de desembarcadas em solo maranhense, elas foram encaminhadas para a Rede de Frio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), responsável pela distribuição aos municípios maranhenses.

“Conforme determinado pelo Ministério da Saúde, as remessas das doses enviadas deverão ser distribuídas em sua totalidade, conforme o público alvo preconizado. Dessa forma, teremos um significativo aumento no número de pessoas imunizadas, acelerando a rotina de vacinação no estado”, explicou a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da SES, Tayara Pereira.

Alerta

O secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, e representantes de empresas fornecedoras de oxigênio para unidades hospitalares do Maranhão alertaram na segunda-feira, 22, para a situação “grave" e “preocupante" do abastecimento do insumo em municípios do Maranhão.

Em reunião mediada pelo Ministério Público, o titular da SES informou que, no momento, a rede pública estadual de saúde não corre riscos de desabastecimento, mas disse que nas redes municipais a situação já é mais grave. Ele também revelou que o Estado decidiu aditiva em 25% os contratos com fornecedores de oxigênio para tentar evitar um colapso.

Ao se manifestar, o prefeito João Igor Carvalho, de São Bernardo, confirmou a informação: segundo ele, em algumas localidades a falta de oxigênio já é uma realidade.

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