Sinal de alerta

Segunda onda: mercado funerário fatura alto, mas podem faltar urnas

Com aumento nos casos da Covid-19, cresce procura por urnas funerárias e, segundo a AFUB, eram fabricados cerca de mil caixões por dia, mas com a pandemia houve aumento de 20% na produção

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Covid-19 fez aumentar a venda de urnas funerárias no Maranhão
Covid-19 fez aumentar a venda de urnas funerárias no Maranhão (caixões)

São Luís - Com o novo pico nos casos de morte por Covid-19 em todo o país e não sendo diferente no Maranhão, o mercado funerário da Grande Ilha está faturando dobrado com as vendas de caixões. Na primeira quinzena deste mês, a Associação dos Fabricantes de Urnas do Brasil (AFUB) emitiu alerta sobre a possível falta de urnas funerárias devido, principalmente, a ausência de matéria-prima como aço, TNT e MDF. Somente no Maranhão, até a noite da última segunda-feira, 15, houve o registro de 5.505 óbitos em decorrência da doença.

O agente funerário Gilmar Silva, da Pax São Luís, disse que durante o primeiro pico da enfermidade, no ano passado, houve aumento significativo na procura por urnas funerárias, mas houve queda no decorrer dos meses de novembro a dezembro.

Ele ainda disse que nos últimos três meses, como houve um aumento dos óbitos por Covid-19 em todo o país, consequentemente, reaqueceu o comércio funerário. No ponto comercial em que trabalha, dobrou as vendas dos caixões, principalmente para o interior do estado. “No momento, existe a saída de até nove urnas funerárias por dia, para as cidades do interior e a maioria das mortes por coronavírus”, frisou o agente funerário.

Lenny Mendes, da Funerária São Francisco, contou que esse novo pico de mortes por esta doença aumentou de forma intensa a movimentação no estabelecimento funerário, localizado no Anil. “A procura por caixão está alta e consigo vender quatro a cinco urnas, por dia. Caso a funerária tivesse plantonistas em diversos pontos a venda iria ser maior”, disse a vendedora.

A gerente da Pax Novo Horizonte, Tamires Tavares, contou que diariamente é comercializada em média cinco urnas funerárias, mas já houve dia que registrou a venda de 10 caixões, destinados somente para a capital.

Ela ainda comentou que já a procura por ornamentos funerários, como coroa, roupas e até mesmo a aplicação de formol teve queda significa de até 60%. “A maior parte dos familiares dos mortos não estão optando em fazer velório, então não solicitam a aplicação de formol e de ornamentos”, comentou a gerente.

Falta de urna
Em meio ao cenário de aumento de mortes por Covid-19, pode faltar urna funerária no país. A Associação dos Fabricantes de Urnas do Brasil (AFUB) informou que eram fabricados no país cerca de mil caixões, diariamente, mas com a pandemia houve aumento de 20% na produção.

Ainda de acordo com a AFUB, no momento, há fabricantes que passam por dificuldades com a produção de caixões, pela escassez da matéria-prima e dos constantes reajustes. Em consequência, isso pode gerar atrasos na entrega do material funerário.

A AFUB informou que desde do mês de julho do ano passado que o MDF, que é usado para fazer o painel das urnas, registrou um reajuste de mais de 8%. Enquanto, o aço, outro material utilizado nesse tipo de produção, houve um aumento de 150% e o material de TNT, que é o tecido de polipropileno, o reajuste registrado em todo o país é de cerca de 60%.

SAIBA MAIS

No momento, a AFUB reúne 15 das maiores fabricantes de caixões no país e o número que corresponde a 70% do mercado nacional. As fábricas aumentaram a sua produção acima de 20% para atender a demanda durante o período da pandemia da Covid-19.

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