Espera

Maranhão tem 952 pessoas na fila para transplante de órgãos

Com a pandemia da Covid-19, houve queda significativa nas doações; no HU-UFMA, 26 transplantes já foram realizados em 2021; rim é o órgão mais transplantado

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
No Maranhão, o Hospital Universitário realiza transplantes de rim, fígado e coração, e também de tecidos, como córneas e ósseo
No Maranhão, o Hospital Universitário realiza transplantes de rim, fígado e coração, e também de tecidos, como córneas e ósseo (transplante HU-UFMA)

São Luís – No Maranhão, há mais de 900 pessoas aguardando a doação de algum órgão, seja rim, córneas, fígado, coração, entre outros. Até ontem, 9, exatos 942 pessoas estavam na fila de espera, que em muitos casos não tem fim. A pandemia do novo coronavírus dificultou e limitou o processo de validação de doares, dessa forma, a queda no número das doações de órgãos e tecidos caiu significativamente.

Segundo a assessoria de comunicação do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), as principais dificuldades que a pandemia trouxe para o cenário de transplante de órgãos são a identificação e validação do doador, uma vez que, os hospitais notificadores são portas abertas para receberem pacientes infectados com Covid-19. “O HU-UFMA tem usado como estratégias para realizar as captações a triagem clínica e epidemiológica cuidadosa e a realização do RT-PCR do doador, antes das captações de órgãos e tecidos”, esclareceu o hospital.

Em 2021, já foram feitos 26 transplantas na unidade, dos rins e 24 córneas. Em 2020, 11 rins, 157 córneas, um fígado e cinco transplantes ósseos foram realizados no hospital.

Fila de espera
Das 952 pessoas aguardando um órgão, 269 esperam por um rim, 682 córneas e uma pessoa aguarda a doação de um fígado. A fila de espera é única e do estado, sendo gerenciada pela Central Estadual de Transplante. O Hospital Universitário realiza transplantes de rim, fígado e coração, e também de tecidos, como córneas e ósseo.

De acordo com a assessoria, o órgão mais transplantado é o rim, já que além do doador falecido, é possível contar com o doador vivo.

Como ser um doador
De acordo com a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote), no primeiro caso, um doador é capaz de salvar mais de 20 pessoas, podendo doar córneas, coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas, ossos, vasos sanguíneos, pele, tendões e cartilagem. O doador em vida, por sua vez, deve ter mais de 21 anos e boas condições de saúde.

A doação ocorre somente se o transplante não comprometer suas aptidões vitais. Rim, medula óssea e parte do fígado ou pulmão podem ser doados entre cônjuges ou parentes de até quarto grau com compatibilidade sanguínea. No caso de não familiares, a doação só acontece mediante autorização judicial.

“O que eu preciso para ser doador de órgãos é comunicar minha família em vida sobre o meu desejo de ser doador”, frisa nota d a assessoria do HU-UFMA. O hospital também esclareceu que uma pessoa que teve Covid-19 pode doar seus órgãos, após 28 dias sem a doença.

SAIBA MAIS

Transplante - é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas, etc.) de uma pessoa doente (receptor) por outro órgão ou tecido normal de um doador, vivo ou morto. O transplante é um tratamento que pode salvar e/ou melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas.

Quem não pode doar- A doação pressupõe critérios mínimos de seleção. Idade, o diagnóstico que levou à morte clínica e o tipo sanguíneo são itens estudados do provável doador para saber se há receptor compatível. Não existe restrição absoluta à doação de órgãos a não ser para aidéticos e pessoas com doenças infecciosas ativas. Em geral, fumantes não são doadores de pulmão.

O que faz a Central Estadual de Transplante

  • -Coordena as atividades de transplantes no âmbito estadual;
  • -Promove e fornece as ferramentas para inscrição de potenciais receptores;
  • -Classifica os potenciais receptores e agrupá-los segundo as indicações;
  • -Mantém atualizado o sistema de informações disponibilizado pelo SNT com as inscrições que efetuar para a organização do cadastro nacional de potenciais receptores;
  • -Recebe notificações de morte encefálica ou outra que enseje a retirada de tecidos, órgãos e partes para transplante, ocorrida em sua área de atuação;
  • -Determina o encaminhamento e providencia o transporte de tecidos, órgãos e partes retiradas ao estabelecimento de saúde autorizado;
  • -Notifica a Central Nacional de Transplantes de órgãos, tecidos e partes do corpo não utilizáveis entre os potenciais receptores inscritos em seus registros, para utilização entre os relacionados no cadastro nacional;
  • -Exerce controle e fiscalização sobre as atividades relacionadas aos transplantes.

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