Tratamento

Cannabis medicinal: uma nova classe terapêutica

Fitofármacos à base da cannabis são utilizados no tratamento da epilepsia, esclerose múltipla, doença de Parkinson, transtornos do sono e outras doenças

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(cannabis)

O uso da cannabis medicinal é conhecido há milhares de anos, nos remetendo à era que precede a palavra escrita. Atualmente, com o avanço da ciência nos estudos da cannabis como tratamento terapêutico, a substância vem sendo utilizada com segurança por pacientes de todo o mundo.

Diversos estudos, em diferentes fases de pesquisa, apontam os benefícios da cannabis para o tratamento dos sintomas não-motores da doença de Parkinson (depressão, ansiedade, transtornos do sono e outros), das dores e espasmos provocados pela esclerose múltipla, no controle das crises epiléticas e outras doenças. Esses benefícios contribuem de forma significativa para a qualidade de vida dos pacientes que apresentam melhora em quadros de ansiedade, depressão, dores, transtornos do sono, espasticidade, entre outras condições.

"O avanço do conhecimento científico sobre a cannabis medicinal e o desenvolvimento da indústria farmacêutica especializada mostram que a substância pode ser classificada como uma nova área terapêutica disponível para apoiar diferentes especialidades médicas", explica o neurologista Flavio Rezende, mestre e doutor em Neurologia, professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Health Meds.

Os fitofármacos à base da cannabis são desenvolvidos por meio de rigorosos controles de qualidade com 99% de grau de pureza e indicações definidas. "Estudos de fase III para tratar dor e espasticidade na esclerose múltipla e para o tratamento de epilepsias farmacorresistente apresentam evidências científicas sólidas com aprovação regulatória pelo FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos", exemplifica Dr. Flavio Rezende.

A cannabis medicinal possui mais de 480 substâncias químicas. Cerca de 150 destes compostos são denominados fitocanabinóides, sendo que os mais conhecidos e estudados são o THC (Tetrahidrocanabinol), o CBD (Canabidiol) e o CBG (Canabigerol). Os fitocanabinóides se ligam a receptores específicos do corpo humano. Esse sistema complexo é responsável por uma série de funções fisiológicas, incluindo a memória, o humor, o controle motor, o comportamento alimentar, o sono, a imunidade e a dor.

O uso medicinal da cannabis é conhecido em diversas culturas há mais de 5 mil anos. Sabemos que a cannabis percorreu toda a Rota da Seda que interligava comercialmente o Oriente e a Europa, sendo levada ao ocidente pelo médico escocês Willian O'Shaughnessy enquanto participava das missões britânicas nas Índias.

Indicações

Por se tratar de área do conhecimento em desenvolvimento, novas indicações* vêm sendo buscadas pela comunidade científica:

• Ansiedade
• Demência com agitação
• Distúrbios do sono secundários a doença neurológica
• Doença de Parkinson (sintomas não-motores)
• Dor crônica
• Epilepsia (Dravet e Lenox Gastaut)
• Esclerose múltipla (sintomas urinários, dores, espasticidade)
• Esquizofrenia
• Síndrome de estresse pós-traumático
• Síndrome de Tourette

*Estudos variados em fase II, fase III ou observacionais.

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