Pacote de medidas

Governo deve anunciar a volta da redução de jornada e salários

Medida deve ser válida por quatro meses e faz parte de pacote para aliviar empresas, em meio ao avanço da Covid. Ideia é que companhias também possam antecipar férias

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Governo deve renovar suspensão de contrato e redução de jornada, nos moldes da MP 936
Governo deve renovar suspensão de contrato e redução de jornada, nos moldes da MP 936 ( Governo deve renovar suspensão de contrato e redução de jornada, nos moldes da MP 936)

BRASÍLIA – Com o aumento das medidas de distanciamento social em vários estados para conter a disseminação da Covid-19, o governo deve anunciar nesta semana um pacote de medidas para dar um alívio às empresas. Entre elas a renovação dos acordos de redução salarial e suspensão dos contratos de trabalho por prazo máximo de quatro meses nos moldes da MP 936, segundo fontes envolvidas nas discussões.

Os patrões também terão autorização para negociar com seus empregados acordos para antecipar férias individuais, férias coletivas, banco de horas e home office. Esses tipos de acordos estavam previstos na medida provisória (MP) 927, editada em março de 2020.

De acordo com fontes, a expectativa é que a União entre com contrapartida para complementar a renda dos trabalhadores que tiverem redução de jornada e salários, bem como contratos de trabalho suspensos.

A medida deve custar em torno de R$ 15 bilhões, segundo empresários. Ao menos dois planos para financiar o programa estão em discussão.

Seguro-desemprego

Uma das ideias é antecipar o seguro-desemprego de trabalhadores afetados pelos acordos. Dessa forma, a complementação de salário seria bancada por recursos a que o funcionário teria direito se fosse demitido. A ideia enfrenta resistência de centrais sindicais.

Outro plano é recorrer a recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) que ficariam disponíveis caso avance no Congresso o trecho da proposta de emenda à Constituição (PEC) Emergencial que prevê o fim da regra que destina 28% do dinheiro arrecadado no PIS/Pasep para o BNDES.

A manobra permitiria que mais recursos do FAT ficassem disponíveis para investir em outras áreas, inclusive a nova rodada do programa que o governo quer recriar. A manutenção desse artigo, no entanto, é criticada por parlamentares ligados ao setor produtivo, preocupados com a redução de recursos para o banco de fomento.

Uma saída em estudo seria encontrar um meio termo, que seria apenas reduzir a fatia de dinheiro do FAT destinada ao BNDES. Um corte nessa regra já foi aprovado em 2019, na reforma da Previdência, quando o percentual reservado ao banco caiu de 40% para os atuais 28%.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.