Chuvas e Áreas de Risco

São Luís é uma das cidades com maior índice oficial de chuvas do MA

A avaliação é do Núcleo de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão, que monitora 28 pontos no estado; em São Luís, choveu 70% do esperado para o mês inteiro

Thiago Bastos / O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Céu encoberto por nuvens escuras é cenário comum nos últimos dias
Céu encoberto por nuvens escuras é cenário comum nos últimos dias

São Luís - A cidade de São Luís, na avaliação do Núcleo de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), é uma das que tem maior registro de chuvas em todo o Maranhão. Levantamento feito por O Estado, com base em pesquisa da instituição de ensino superior, aponta que São Luís contabilizou 350,4 milímetros de chuva somente neste mês de fevereiro.

Apesar do índice alto, a cidade ainda não superou o acumulado de chuvas de fevereiro de 2020, quando 393 milímetros de água a atingiram. Naquele mês, cidades como Icatu (490,6 milímetros) e Turiaçu (com 404,8 milímetros de chuva) registraram saldos maiores.

Estima-se, de acordo com os meteorologistas, que os meses de março e abril serão, conforme prognóstico histórico, os mais chuvosos do ano. Em 2020, o saldo de chuvas no terceiro mês foi de 773,2 milímetros, o dobro do registrado no mês de fevereiro em 2021. Já em abril de 2020, ainda na capital, choveu 414,9 milímetros, um dos maiores saldos acumulados do ano.

No atual mês (fevereiro de 2021), cidades como Zé Doca (403,1 milímetros), Icatu (com 366,8 milímetros de chuva), Grajaú (366,4 milímetros) e Pedreiras (353,2 milímetros) tiveram dados superiores aos de São Luís. A pesquisa da Uema se baseia em 28 pontos mapeados nas regiões Norte, Leste, Oeste e Sul do Estado.

Segundo os analistas, as condições oceânicas e atmosféricas observadas no primeiro trimestre, em especial no Norte do estado, contribuem para as precipitações.

Com a chuva, vem o alagamento em avenidas e bairros da capital, como na Av. Senador Vitorino Freire, Areinha
Com a chuva, vem o alagamento em avenidas e bairros da capital, como na Av. Senador Vitorino Freire, Areinha

“A análise das condições e o resultado dos modelos de previsão climática de precipitação para o trimestre, ou seja, fevereiro, março e abril de 2021, indicam maior probabilidade dos totais pluviométricos ocorrerem entre valores normais acima da faixa climatológica no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e extremo noroeste do Ceará”, disse a O Estado o meteorologista responsável pelo Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão, Gunter Herscke.

De acordo com Herscke, os próximos meses serão de altas precipitações. “O Maranhão apresenta boa quantidade de chuva para o período de fevereiro, março e abril normalmente, onde se destaca o setor norte com os maiores volumes e onde de fato se inicia o período chuvoso”, disse Herscke.

Um dos fatores apontados para esta característica de chuvas em alto volume é a posição geográfica do estado.

O Maranhão, assim como outros membros da federação, como Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Alagoas apresentam índices de chuva no início do ano superior às outras regiões do país. No entanto, para este ano, a estimativa é de percentuais abaixo da média. “Para estes estados, assim como na maior parte da Bahia, a categoria mais provável é de chuvas de normal a abaixo da faixa normal climatológica”, afirmou o meteorologista Gunter Herscke.

[e-s001]Choveu 70% do esperado para o mês na capital

A concentração de nuvens em determinados pontos da cidade contribui para registros de precipitações irregulares; em alguns bairros chove mais do que em outros

Nos últimos dias, a capital maranhense registrou forte índice pluviométrico, o que preocupou a população ludovicense em geral, em especial sob o aspecto das consequências urbanas do alto volume de chuvas.

Dados do Núcleo de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) apontam que a chuva da tarde de segunda-feira, 22, representou um acumulado de 94,2 milímetros. Segundo a Uema, choveu até o momento 70% do esperado para a capital durante todo este mês.

Entretanto, apesar do saldo considerado alto de chuvas e o acumulado considerável na segunda-feira, 22, e em outras datas, a média histórica de fevereiro ainda não foi superada.

“Até o momento choveu cerca de 70% do esperado para o mês todo. Reforço que estes dados observados são da estação meteorológica localizada na Uema em São Luís”, disse o meteorologista, Gunter Reschke.

Registros e previsão

Nos últimos dias, os registros dos impactos das chuvas na capital são propagados nas redes sociais. Em avenidas como Daniel de La Touche, Jerônimo de Albuquerque, dos Africanos e em áreas do Centro, o acúmulo de água da chuva – somada à ausência de estrutura de escoamento do volume de líquido – desgasta a camada asfáltica e causa inundações. A previsão é que o fim de semana seja de chuvas na cidade.

A concentração de nuvens em determinados pontos da cidade contribui para registros de precipitações irregulares, ou seja, em específicos bairros costuma chover mais do que em outros.

SAIBA MAIS SOBRE O NUGEO

De acordo com informações da própria Uema, em abril de 1996, uma parceria entre o governo federal, através do Ministério da Ciência e Tecnologia, e do governo estadual, gerou a criação do Núcleo Estadual de Meteorologia e Recursos Hídricos (Nemrh), integrando o Maranhão ao Programa Nacional de Monitoramento de Tempo, Clima e Recursos Hídricos, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Segundo o responsável pelo grupo de trabalho, Gunter Reschke, o departamento funciona com base em uma rede de coleta de dados, aperfeiçoada por computadores, satélites em tempo real e corpo técnico.

Números

  • 350,4 milímetros de chuva foi o acumulado de chuvas em fevereiro de 2021
  • 393 milímetros de precipitação foi o acumulado de chuvas em fevereiro de 2020
  • 773,2 milímetros foi o índice de chuvas na capital em março de 2020
  • 414,9 milímetros foi o saldo acumulado de chuvas em abril de 2020

Fonte: Nugeo da Uema

Acumulado de chuvas em cidades do Maranhão em fevereiro de 2021

  • Zé Doca (403,1 milímetros)
  • Icatu (366,8 milímetros),
  • Grajaú (366,4 milímetros)
  • Pedreiras (353,2 milímetros)
  • São Luís (350,4 milímetros)
  • Fonte: Nugeo da Uema

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