Crise

Bolsonaro questiona motivação de pedidos de impeachment

Presidente da República conversou com aliados e criticou a postura de adversários sobre o tema

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(Bolsonaro)

Alvo de mais de 60 pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados, o presidente da República, Jair Bolsonaro, questionou nesta segunda-feira, 8, quem poderia assumir seu lugar e o efeito prático do seu afastamento. "Agora vem os outros: impeachment. Vai resolver o quê? Quer tirar a mim, quer botar quem no lugar?", indagou em conversa com apoiadores, após citar aumento nos preços de combustíveis e de itens da cesta básica.

"Esse 'quem' podia apresentar e nos ajudar com soluções agora. Eu tenho humildade para acolher qualquer sugestão, qualquer uma, seja qual for, a gente estuda", acrescentou o presidente.

Pela linha sucessória, o vice-presidente Hamilton Mourão seria quem assumiria a cadeira de presidente, caso Bolsonaro tivesse um impeachment aprovado.

O vice, contudo, já reforçou em várias ocasiões que não concorda com a onda pró-impeachment que ressurgiu no início deste ano.

A atuação do governo federal durante a pandemia da covid-19 é dos principais motivos para os novos pedidos de impeachment protocolados. A saída de Bolsonaro chegou a ser motivo de carreatas pelo País nos dois últimos fins de semana de janeiro.

A eleição de aliados na presidência da Câmara e do Senado, contudo, diminuiu as chances de que um processo para o afastamento do chefe do Executivo seja aceito. Cabe ao presidente da Câmara aceitar ou não o início de um processo de impedimento. O apoio explícito do Planalto para que o deputado Arthur Lira (PP-AL) saísse vitorioso visava em especial afastar a ameaça do impeachment.

"Tem que buscar soluções? Tem. Graças a Deus mudou o comando da Câmara", disse Bolsonaro.

Em seguida, o chefe do Executivo falou sobre o ex-presidente da Casa Rodrigo Maia (DEM-RJ) sem citá-lo diretamente. Maia articulou a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), que foi derrotado por Lira.

Na reta final das eleições na Câmara, o ex-presidente da Casa também intensificou as críticas ao governo Bolsonaro. "Esse cara que saiu da Câmara agora diz que ele vai encarnar a verdadeira oposição ao meu governo. Ele não tem que ser oposição ao meu governo, tem que ser favorável ao Brasil, porque quando se faz política barata, o povo sofre", declarou.

ICMS

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 8, que o governo não tem a intenção de diminuir o valor do ICMS dos Estados. Ele reforçou que o governo segue focado em encontrar alternativas para o aumento do custo do óleo diesel, reivindicação dos caminhoneiros. Hoje, a Petrobras anunciou aumentos dos preços médios de venda às distribuidoras da gasolina, diesel e GLP, gás de cozinha, que passam a vigorar amanhã.

"Não estou querendo, nem vou pensar e nem poderia diminuir o valor do ICMS", disse em entrevista ao apresentador José Luiz Datena. Na última sexta-feira, 5, o governo propôs ter um valor fixo do ICMS por litro dos combustíveis e realizar a cobrança do tributo nas refinarias, e não na bomba. A ideia, contudo, não foi bem recebida por governadores que temem a diminuição da arrecadação e o consequente impacto nas contas estaduais.

Bolsonaro negou que esteja "brigando" com governadores e reconheceu que os impostos federais também são altos. Ante o novo reajuste de preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras, Bolsonaro se reuniu hoje com a equipe econômica. Segundo o chefe do Executivo, o que o País precisa é de uma mudança do sistema tributário. Ele ponderou, entretanto, que a reforma tributária, em análise no Congresso, ainda deve levar sete ou oito meses para ser aprovada.

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