Pandemia

Flávio Dino e secretário de Saúde com discursos opostos no combate ao Covid

Governador rechaçou na última quinta-feira adotar novos protocolos sanitários por causa da elevação de casos de Covid no estado; Carlos Lula havia anunciado proibição de festas de aniversários, casamentos e batizados, mas depois voltou atrás

Ronaldo Rocha/Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Flávio Dino rechaçou na última quinta-feira adotar novos protocolos sanitários por causa da elevação de casos de Covid-19 no estado
Flávio Dino rechaçou na última quinta-feira adotar novos protocolos sanitários por causa da elevação de casos de Covid-19 no estado (Dino)

O enfrentamento do Estado à pandemia da Covid-19 no Maranhão ficou marcado, na última semana, por uma série de conflitos nas decisões tomadas pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.

Na segunda-feira (25) Carlos Lula anunciou, em entrevista coletiva, a proibição de festividades, aniversários, celebração de casamentos e até de batizados no estado, por um período de 14 dias, por causa da nova onda de contaminação pelo novo coronavirus no estado.

A medida foi duramente criticada por vários setores da sociedade e pela classe empresarial. Em menos de 6 horas após o anúncio, Carlos Lula utilizou o seu perfil em rede social para informar que o decreto que modificava os protocolos sanitários havia sido suspenso até o este fim de semana.

Ele explicou que promotores de eventos reagiram às medidas e disse que o tema seria discutido juntamente com o Ministério Público.

O secretário de Estado da Indústria e Comércio, Simplício Araújo, também havia anunciado, em entrevista à TV Mirante, a elaboração de um documento com restrições mais duras.

“Vamos voltar a debater com bares e restaurantes, vamos consolidar um novo documento, se assim houver propostas novas, e vamos enviar para o Ministério Público, seguindo a orientação do Ministério Público, para que haja um endurecimento. É necessário nesse momento – que nós não temos, em âmbito nacional, por parte do governo federal, um plano efetivo de vacinação para os próximos meses – que nós mantenhamos essas restrições”, disse Simplício, na ocasião.

Bateu cabeça

Quatro dias depois o governador Flávio Dino, que até então guardava silêncio sobre o tema, desautorizou Carlos Lula e Simplício, rechaçou impor qualquer novo protocolo sanitário no Maranhão, sem antes discutir o tema de forma mais ampla.

“Não há, até o presente momento, previsão de mudança de decretos ou protocolos relativos a atividades econômicas no Maranhão. Qualquer mudança, se e quando for imprescindível, será progressiva e antecedida de diálogo”, enfatizou.

A oposição chegou a criticar a postura do governador. O deputado estadual César Pires (PV) cobrou cautela de Dino, em medidas extremas de combate ao coronavírus. Ele falou sobre a penalização à população maranhense, que enfrenta forte crise econômica e financeira.

O deputado federal Edilázio Júnior (PSD) disse que o Governo está perdido no combate ao vírus.

O deputado estadual Yglésio Moyses disse que não faz sentido, do ponto de vista sanitário, vetar festas, casamentos, aniversários e batizados, e permitir, ao mesmo tempo, que o comércio continue funcionando no mesmo período. Para ele, é preciso repensar a estratégia.

O governador Flávio Dino, depois do desgaste, optou por não tratar mais do tema.

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