Covid-19

Após endurecer medidas, Governo recua e mantém pequenos eventos no estado

Medida serviria para frear elevação de 47 pontos percentuais na taxa de ocupação de leitos de UTI, em um mês, na Ilha e em Imperatriz

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(Carlos Lula)

SÃO LUÍS - Após anunciar o endurecimento das Medidas de restrição social, com a proibição de pequenos eventos no Estado, o Governo do Maranhão voltou atrás e manteve a autorização para estes eventos.

A medida, em primeiro aspecto, serviria para conter a circulação do coronavírus e consequente aumento na ocupação de leitos de UTI.

Levantamento feito por O Estado com base em dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) apontou que o Maranhão, em um mês, registrou alta de 47 pontos percentuais na ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva na Região Metropolitana de São Luís e em Imperatriz.
Por enquanto, as suspensões das cirurgias eletivas e ambulatoriais por 14 dias estão mantidas.

No caso dos eventos, a SES ainda debaterá o tema com representantes do segmento e com membros do Ministério Público do Maranhão (MPMA).

Segundo o Governo, bares e restaurantes seguem funcionando normalmente, no entanto, medidas futuras mais impositivas não estão descartadas. "Se precisarmos tomar outras medidas mais severas nos próximos dias, nós iremos tomar", disse o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula.

De acordo com o gestor, o descumprimento de regras como o uso de máscaras e, principalmente, a promoção de festas particulares de fim de ano são as causas apontadas para o aumento na ocupação de leitos de internação.

A SES confirmou mudanças nos fluxos de atendimento na capital. As unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Parque Vitória e do Vinhais por exemplo passarão a ser exclusivas para a Covid-19, bem como o Hospital Carlos Macieira.

Ainda na capital, até o início do próximo mês, 50 novos leitos estarão disponíveis no Hospital Aquiles Lisboa, no bairro Vila Nova. Já em Imperatriz, deverão ser entregues hoje (26) 11 novos leitos de UTI. Cidades como Viana e outras também terão remanejamento nos fluxos de atendimento.

Colapso

Ainda de acordo com a SES, até o dia 25 do mês passado, apenas 34,8% dos leitos de UTI na Ilha estavam ocupados. Este índice passou, um mês mais tarde, para 81%. Em Imperatriz, há 30 dias, o índice era de 40,6%. Até o último boletim da SES, o percentual de preenchimento de leitos de UTI na cidade era superior a 90%.

Na Grande Ilha, dos 111 leitos disponíveis até o fechamento desta edição, apenas 21 estavam desocupados. Em Imperatriz, até ontem (25), eram três leitos disponíveis.

Segundo a SES, os índices de ocupação atuais são similares aos registrados em junho do ano passado, quando a pandemia ainda estava no auge, em maio do mesmo ano. "A grande contaminação se deu nas festas de fim de ano. A gente falava de eleição, mas é um número muito pequeno de pessoas que se envolve nisso. No caso do Natal, isso envolve muitas pesosas eu aumento foi no mundo inteiro", disse Carlos Lula. l

Jovens e sem comorbidade

Segundo a SES, o Maranhão apresenta uma tendência de mudança de perfil de pacientes graves. Se antes pessoas acima dos 50 anos eram maioria, atualmente pessoas com até 39 anos de idade e sem comorbidades estão internadas. "O índice de uso de máscaras baixou consideravelmente e com a circulação semelhante a tempos anterior à pandemia, isso é conta matemática. Sabia que iria acabar aumentando os casos", afirmou Lula.

Governo prevê aumento "considerável" de óbitos por Covid-19

A estimativa do governo maranhense é de aumento "bem considerável" de óbitos devido à Covid-19 no Maranhão nos próximos dias. De acordo com a SES, a perspectiva se dá pela elevação no número de casos graves.

Em entrevista coletiva, o titular da SES, Carlos Lula, não quis estimar o aumento no percentual. "O Maranhão era um dos estados com menor taxa de óbitos. Com o aumento de internações, por consequência, vai haver um aumento nas mortes. É uma conta matemática", afirmou

Atualmente, de acordo com dados da própria pasta, o Maranhão registra pouco mais de 4.640 mortes em virtude da Covid-19.

No entanto, este dado pode aumentar devido à ocupação de leitos, de casos mais graves e devido a pendência de casos suspeitos. Pelo menos 1,1 mil mortes no Estado aguardam por confirmação oficial de suas causas.

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