Movimentação intensa

Chuvas, poluição e pandemia não afastam banhistas da orla de SL

Na Av. Litorânea muitas pessoas brincam na areia e no mar, surfam e jogam frescobol, bares estão lotados; há quem monte acampamento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Mesmo com o céu meio nublado e o mar poluído, movimentação na praia tem sido alta neste mês
Mesmo com o céu meio nublado e o mar poluído, movimentação na praia tem sido alta neste mês (Praia)

São Luís - Mesmo com chuva, praias poluídas e em período da pandemia do novo coronavírus, quando a palavra de ordem é isolamento social, a orla da Ilha se mantém movimentada, inclusive, durante a semana. Muitas pessoas consideram a praia um espaço seguro, por ser aberto e ventilado, e por isso dispensam o uso da máscara. Somente no ano passado, os bombeiros militares realizaram mais de 17 mil abordagens a banhistas, 15 resgastes no mar e houve quatro mortes por afogamento, enquanto, neste ano, cerca de 100 abordagens são feitas na praia por dia e já houve o registro de dois casos de afogamento.

Ontem, na Avenida Litorânea era possível observar várias pessoas na faixa de areia, tomando banho de mar, grupinhos jogando futebol, frescobol na beira do mar, surfando e até mesmo acampando. No calçadão, pessoas faziam caminhada, corriam e andavam de bicicleta e muitos bares estavam lotados.

A professora Lidiane Smith disse que aproveitou a folga do serviço para levar o afilhado, Leonardo Smith, de 5 anos, à praia. “Gosto de vir à praia durante a semana, para evitar aglomeração, mas acabei a encontrando bem movimentada e, como o meu afilhado ainda está de férias, trouxe para se divertir um pouco”, declarou Lidiane Smith.

O engenheiro Jhonatas Mendes foi à praia acompanhado da família. “Como os meus dois filhos ainda estão de férias da escola, resolvemos vir passar o dia curtindo o mar e tomar um pouco de sol. A praia é um local aberto e ventilado, com isso o risco de contrair o coronavírus é um menor”, comentou.

Atenção redobrada
O subcomandante do Batalhão de Bombeiros Marítimos (BBMar), capitão Jefferson, afirmou que os bombeiros estão sempre com a atenção redobrada para evitar qualquer tipo de ocorrência na orla. Este ponto da Grande Ilha não deixou de apresentar bom fluxo de banhistas, mesmo no decorrer do período de pandemia da Covid-19. “No pico da pandemia, os shoppings, parquinhos, clubes de festa e cinemas foram fechados, então, muitos procuraram a praia como forma de lazer”, disse o capitão.

Ele informou que no ano passado mais de 17 mil banhistas foram abordados pelos bombeiros e na área da Litorânea e no Araçagi houve o registro de 15 resgastes de pessoas no mar, quatro óbitos por afogamento, 40 casos de queimaduras por caravelas e 15 ocorrências de crianças perdidas.

Ainda segundo o capitão, os bombeiros realizam o trabalho a pé e no mar. A equipe realiza mais de 100 abordagens a banhistas, diariamente. Neste ano já houve a ocorrência de dois casos de afogamento na orla da Litorânea, um dos casos foi no último dia 17, tendo como vítima Wemerson Oliveira Silva, de 38 anos.

O capitão também contou, que além de afogamentos, os bombeiros já atenderam casos de resgate de animal marinho, inclusive tartaruga morta, queimaduras de caravelas e crianças perdidas dos pais. “Os pais não devem tirar os olhos dos filhos, principalmente, quando estiverem tomando banho de mar”, alertou o subcomandante do BBMar.

Ele ainda informou que as pessoas não devem tomar banho após a arrebentação das ondas e jamais entrar no mar quando ingerirem em demasia bebida alcoólica. Em caso de ocorrência de queimadura com caravela, o ideal é lavar imediatamente com vinagre e entrar em contato com os bombeiros. “O vinagre neutraliza as células urtigantes da Caravela e consequentemente suaviza a dor, mas não deixe de comunicar o fato ao bombeiro”, explicou o capitão.

Guarda-vidas
A Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc) informou, por meio de nota, que o Corpo de Guarda-Vidas da Guarda Municipal de São Luís é responsável pelo patrulhamento preventivo nas praias da Ponta d’Areia até o Espigão e do Olho d’Água. Nestes locais, o grupamento é coordenado pelo subinspetor Antônio Carlos e utiliza torres de observação, que ficam na faixa da areia, sendo com homens munidos de binóculos, fiscalizam a movimentação no mar e suas margens. Além de outros equipamentos de salvatagem.

Em casos de situações adversas, as equipes se deslocam até a água para realizar o salvamento dos banhistas ou fazer algum tipo de alerta. Há grupamento que trabalha durante 24 horas, utiliza quadriciclo, botes e faz a demarcação de bandeiras vermelhas para indicar áreas de risco aos banhistas. Eles também fazem a distribuição de material informativo e educativos sobre prevenção aos afogamentos.

Os guarda-vidas também realizam o patrulhamento ostensivo na segurança física dos frequentadores contra pequenos furtos e ataque de usuários de drogas na praia. A Semusc pede que a sociedade respeite as sinalizações de perigo colocadas nas praias.

Banho impróprio
Dos 22 trechos da orla marítima da Região Metropolitana de São Luís, 17 deles estão impróprios para o banho, de acordo com o laudo mais recente de balneabilidade da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), resultante dos testes emitidos pelo Laboratório de Análises Ambientais, divulgados na quarta-feira, 20.

Os trechos impróprios para o banho estão localizados nas praias da Ponta D’areia, Calhau, São Marcos, Olho d’Água e Araçagi. O laudo, que se refere à ação de monitoramento realizada no período de 21 de dezembro do ano passado a 18 de janeiro deste ano em 22 pontos distribuídos nas praias da capital, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.

No laudo anterior, que foi publicado no dia 13 de janeiro deste ano, foram registrados nove trechos inadequados para o banho. Segundo a Sema, o número de pontos impróprios quase que dobrou em um intervalo de menos de dez dias.

SAIBA MAIS

Ações que podem evitar transtornos com o mar

  • Nunca nade sozinho
  • Nade apenas em áreas supervisionadas por salva-vidas
  • Consulte o salva-vidas para saber as condições para o banho e para o surfe
  • Evitar nadar próximo às embarcações
  • Crianças sempre acompanhadas dos pais na praia, principalmente, durante o banho de mar
  • Caso de ocorrências de queimaduras com caravela, o ideal jogar vinagre e chamar o bombeiros

NÚMEROS

17 mil abordagens realizadas pelos bombeiros na praia da Grande Ilha durante o ano passado
100 banhistas são abordados por dia pelos bombeiros na praia

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