São Luís - O Maranhão estima vacinar 1,75 milhão de pessoas em todo o Estado (considerando as três primeiras fases da campanha) contra a Covid-19 a partir do dia 30 deste mês. A meta foi estipulada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) que afirma estar finalizada a logística para o transporte e distribuição das doses em até uma semana, assim que o Ministério da Saúde encaminhar as doses. No entanto, não há data certa para a compra das vacinas pelo Governo Federal.

Segundo o governo estadual, pelo menos 3,5 milhões de doses serão necessárias para a aplicação nos públicos considerados prioritários, dentre eles, pessoas acima dos 60 anos, trabalhadores da saúde, indivíduos com comorbidades e populações indígenas e quilombolas.
Para isso, de acordo com o secretário titular de Saúde, Carlos Lula, existe um acordo com a União para que parte das vacinas adquiridas recentemente pelo Ministério da Saúde (da empresa AstraZeneca e a CoronaVac) sejam fornecidas ao Estado.

“Neste momento, precisamos esquecer as diferenças políticas e se concentrar na população. Por isso, existe sim um acordo e que somente do aval do Ministério [da Saúde] para que as vacinas cheguem ao nosso Estado”, afirmou Lula.

De acordo com o gestor, é necessário que as doses receberam a autorização emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso pelo Plano Nacional de Imunização. Segundo Lula, a liberação aos estados das vacinas ocorrerá de forma simultânea. “A ideia do Ministério é encaminhar as doses ao mesmo tempo, para que não haja qualquer desentendimento entre os Estados”, disse Lula.

Seringas
Lula também confirmou que 4 milhões de seringas e agulhas foram adquiridas previamente. “Essa era uma responsabilidade do Governo Federal e que o Estado faz cumprir”, disse.
Presente ao evento, o governador em Exercício, Carlos Brandão, centrou sua fala na estrutura que será disponibilizada pelo Estado para o envio das doses ao interior. Segundo ele, três helicópteros e dois aviões farão o encaminhamento das doses. O governador citou ainda o plano logístico para recebimento das doses.

Segundo ele, assim que liberada, a vacina será transportada da capital paulista de avião até a cidade de Fortaleza (capital cearense distante 1,1 mil quilômetros de São Luís). De lá, as doses seguirão em transporte terrestre até São Luís, eixo central das doses. Estima-se, segundo o Governo local, que está operação dure três dias.

Assim que estiverem na capital, serão necessários outros três dias para o envio das doses até os dois mil locais de vacinação distribuídos pelo Estado. “Além dessa logística, será fundamental o papel dos órgãos de divulgação para explicar as vantagens das doses da vacina. Não se pode dizer que não é segura a vacina, pelo contrário”, afirmou.

Mais

Segundo o Governo, com a aplicação das primeiras vacinas, espera-se reduzir a taxa de letalidade em 80%. Para isso, o Estado se baseia no levantamento, feito pela própria SES, de que 8 a cada 10 pessoas que faleceram de Covid-19 no Maranhão registravam acima dos 60 anos de idade.

Atualmente, segundo a SES, a taxa de letalidade no território maranhense é de aproximadamente 2,26%.

Governo tem reserva de recursos para vacinas

A O Estado, o Governo do Maranhão confirmou que pelo menos R$ 50 milhões do recurso público estão “separados” para a compra de doses, caso o Governo Federal hesite no envio da vacina para o Maranhão. Segundo o secretário Carlos Lula, há conversas em andamento com fornecedores da China e dos Estados Unidos.

Questionado, o gestor preferiu não revelar os nomes das empresas. “É algo que espero que permaneça sigiloso, mas temos conversas com outras empresas caso seja necessário”, afirmou. Sobre a eficácia das vacinas CoronaVac e da AstraZeneca, a SES informa que são eficazes. “Precisamos parar de espalhar essa história de que, quem tomar esta vacina, vai virar jacaré”, disse Lula.

Sobre o envio das doses aos estados de forma simultânea, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse ontem que o MS seguirá esta logística. “Nenhum estado será favorecido e todos terão o mesmo tratamento”, disse.

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