Farra dos Capelães

Capelães: TRE julga recurso em janeiro

Coligação "Maranhão quer mais" entrou com embargos de declaração na Corte Eleitoral após julgamento da ação do caso conhecido como "farra de capelães"

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
TRE do Maranhão retorna, em janeiro, julgamento sobre capelania
TRE do Maranhão retorna, em janeiro, julgamento sobre capelania (Tribunal)

O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) deve retomar em janeiro o julgamento da ação de investigação eleitoral proposta pela coligação “Maranhão Quer Mais”, da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) contra a chamada “farra de capelães”.

O mérito da questão já foi debatido pela corte - que rejeitou por unanimidade os pedidos dos partidos aliados à emedebista -, mas a defesa da ex-governadora protocolou embargos de declaração, que ainda precisam ser apreciados.

A Corte Eleitoral segue de recesso nesse período, e tem retorno às atividades programado para o dia 6 de janeiro. Após isso, os embargos podem ser colocados em pauta.

Segundo revelou O Estado na edição de ontem, o julgamento desse recurso da coligação “Maranhão Quer Mais” ocorrerá em meio à edição, pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), de um decreto que disciplina a prestação de serviços de capelania no âmbito do Estado do Maranhão. O documento foi publicado na edição do dia 22 de dezembro do Diário Oficial do Estado.

O ato estabelece critérios para a prestação do serviço, bem como define o que passa a ser capelania militar, capelania carcerária e capelania institucional. E determina, ainda, que, a partir de agora, a seleção de novos capelães se dará “mediante processo a ser conduzido por Comissão composta por representantes da Casa Civil, da Secretaria Extraordinária de Relações Institucionais (SRI), da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) e da Secretaria de Administração Penitenciária”.

O decreto surge praticamente dois anos após a chamada “farra dos capelães” ser denunciada à Justiça Eleitoral, e dias depois de a defesa da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) questionar, em julgamento no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA), a falta de critérios - e de concurso - para a escolha dos capelães do Estado do Maranhão.

Levantamento apresentado aos membros da Corte Eleitoral apontou, na ocasião, que a contratação e remuneração desses profissionais já consumiu, até este ano, mais de R$ 13 milhões. Foram R$ 4,3 milhões anuais, nos últimos três anos. A conta, no entanto, ainda é defasada. De 47 capelães identificados, só há dados de pagamentos a 34 deles.

Apesar da denúncia, o TRE-MA rejeitou, por unanimidade, Aije proposta pela coligação, após voto do relator da matéria, desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos.

No entanto, durante o julgamento, o procurador Hilton Melo informou que a Procuradoria Regional Eleitoral no Maranhão (PRE-MA) encaminhou à Procuradoria Geral da República (PGR) uma representação solicitando a propositura de uma ação direta de inconstitucionalidade contra as leis estaduais do Maranhão que permitiram as nomeações de capelães sem concurso público.

Abuso

No processo, o MDB e os partidos aliados na campanha de 2018 acusam o governador maranhense de liderar um movimento de abuso de poder político e religioso, ao nomear líderes evangélicos como capelães da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), recebendo altos salários sem passar por concurso público. Para o partido, houve um “aperfeiçoamento” do abuso de poder religioso no Maranhão em 2018

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