Imunização

Maranhão tem R$ 50 mi reservados para compra de vacinas contra Covid-19

Secretário Carlos Lula disse que a 1ª etapa de vacinação no estado precisará de cerca de 3 milhões de doses para imunizar cerca de 1,5 milhão de pessoas

Gilberto Léda/ Da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Secretário de Saúde Carlos Lula disse ainda que nas festas de fim do ano é preciso que a população tenha consciência sobre aglomerações
Secretário de Saúde Carlos Lula disse ainda que nas festas de fim do ano é preciso que a população tenha consciência sobre aglomerações (Carlos Lula)

O secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, afirmou ontem, em entrevista ao quadro "Bastidores", do Bom Dia Mirante, que o Governo do Maranhão tem reservados R$ 50 milhões para a compra de vacinas caso seja necessário fazer a compra direta pelo Estado.

Segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), essas aquisições só poderão ser efetuadas se o Plano Nacional de Imunização (PNI) - a cargo do governo federal, via Ministério da Saúde - não for cumprido.

Durante a participação no programa da TV, o titular da Secretaria de Estado da Saúde (SES) endossou discurso do governador Flávio Dino (PCdoB), segundo o qual o governo maranhense aguardará até o dia 15 de janeiro para que a vacinação nacional seja iniciada, antes de voltar a acionar o STF pedindo autorização para comprar seus próprios imunizantes.

“Infelizmente o Ministério da Saúde tem errado ao longo do ano. A gente errou quando apostou em uma vacina apenas. A maior parte dos países apostou em várias vacinas, por isso eles já começaram a imunização e a gente acaba, infelizmente, não tendo data para início da nossa, por isso a gente foi ao Supremo. A gente vai esperar pelo menos até o dia 15. A gente tem recursos reservados para iniciar a imunização da população do Maranhão, caso isso [o PNI] não se concretize”, declarou.

De acordo com Lula, estimativas iniciais apontam que, para a "Fase 1”, quando devem ser vacinados maranhenses com mais de 75 anos e profissionais de saúde, devem ser necessárias 3 milhões de doses de vacina, já que cada grupo deve receber duas doses. Para imunizar toda a população do estado, seria necessário algo em torno de 14 milhões de doses - levando-se em consideração, ainda, que não há previsão de vacinação de menores de 18 anos, nem de grávidas.

Ainda segundo o secretário, na ação que corre no Supremo, o Governo do Maranhão pede que, caso precise comprar as vacinas com recursos próprios, os valores sejam ressarcidos pelo governo federal.

“Na ação que intentamos no Supremo, a gente pediu que houvesse uma espécie de compensação pela União, porque, na verdade a obrigação é da União”, destacou.

Lula apontou, ainda, que já está em contato com outros países para tentar a compra de mais de uma vacina. Ele citou Pfizer e Moderna.

“Eu estou em contato com a Pfizer, ontem tive contato com o embaixador dos Estados Unidos para tentar também contato com a Moderna - além do Butantan e obviamente da Fiocruz, para que a gente tenha condições de ter vacinas no estado o quanto antes”, completou.

Campanha

Carlos Lula também comentou o enfraquecimento do discurso do “fique em casa” após o que a população assistiu durante as eleições deste ano, com aglomerações as mais diversas.

Ele admitiu que o poder de convencimento das lideranças está enfraquecido após o pleito, mas ponderou que, no caso do Maranhão, optou-se por privilegiar a democracia. Ele voltou a sugerir, contudo, que a Justiça Eleitoral ou o Congresso Nacional era quem deveria tomar providências sobre o assunto.

“Foi um problema. A gente tinha que decidir se a gente ia seguir o rito da democracia, e fazer eleição - do ponto de vista sanitário, nada recomendável que a gente tivesse eleição. E a Justiça Eleitoral podia, ou o próprio Congresso podia ter restringido as regras de propaganda eleitoral: ‘Olha, a gente vai ter eleição, mas a gente não vai permitir carreata, não vai permitir isso, não vai permitir aquilo’. No momento em que permite, a gente viu o que aconteceu no Brasil”, comentou.

Para ele - que também participou, sem máscara, de evento político com grande aglomeração - o maior problema foi a falta de exemplo.

"Foi um período intenso de transmissão, mais do que isso: os representantes da população acabam não dando exemplo para a população”, finalizou.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.