Estelionato

Prado Carioca volta aplicar golpe tendo como alvos ministros e gestores estaduais

Carlos Roberto Melo retoma a empreitada criminosa e utiliza o nome do presidente de Administração do Grupo Mirante para obter verbas de forma indevida

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Prado carioca volta a usar o nome de Fernando Sarney irregularmente
Prado carioca volta a usar o nome de Fernando Sarney irregularmente (prado carioca)

SÃO LUÍS - O estelionatário Carlos Roberto Melo, Prado Carioca, que antes adotava como sobrenome Prado, voltou a aplicar golpes utilizando de nomes de empresários, fez o uso novamente do presidente do Conselho de Administração do Grupo Mirante, Fernando Sarney, com o objetivo de tentar obter verbas de forma indevida.

Um dos alvos recentes desse criminoso foi o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Prado Carioca chegou a ligar para a vítima se passando por Fernando Sarney e pediu um repasse de um valor monetário. O estelionatário também tentou aplicar esse mesmo golpe no gestor estadual do Rio de Janeiro e em um presidente de uma grande empresa de telecomunicação.

O outro alvo desse criminoso foi o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Prado se apresentou como Fernando Sarney e pediu que Gilmar Mendes o receba, se intitulando como o “todo-poderoso do estado do Maranhão” e “dono de uma importante empresa de comunicação do estado”.

Prado disse ainda que queria falar com Mendes sobre “negócios”, sem revelar quais assuntos seriam estes. Ele não conseguiu o seu objetivo devido à assessoria do ministro ter entrado em contato com a diretoria do Grupo Mirante para relatar sobre o fato. De acordo com os auxiliares de Mendes, o número usado pelo estelionatário para fazer os contatos com o ministro era oriundo do Distrito Federal.

Entenda o caso
No mês de setembro de 2015, O Estado publicou que o estelionatário, que tem uma empresa aparentemente de “fachada” e intitulada C.R.Melo Prado Eireli, com sede em São José de Ribamar (Região Metropolitana de São Luís), recebia valores de empresas sob a alegação de que os recursos seriam usados para a promoção de eventos ligados a grupos de bumba meu boi.

De acordo com a nota fiscal encaminhada no dia 20 de agosto de 2015 e endereçada à empresa alvo do golpe, o valor para a promoção das atividades seria de R$ 78 mil. Além da ajuda ao grupo de bumba-boi, a verba também seria utilizada para apoio a uma campanha de saúde.

Em outro e-mail, o estelionatário Carlos Prado (denominando-se como diretor Cultural e Financeiro da empresa C.R. Melo Prado Eireli) pede da empresa farmacêutica o endereço correto da mesma para encaminhamento da nota fiscal, para repasse da verba. Segundo trecho, Carlos Prado “solicita urgência” para que, com base nos dados da empresa farmacêutica, sejam encaminhadas duas vias da nota fiscal via sedex.

Em 2010, o estelionatário foi preso após se passar, à época, por pessoas importantes, entre elas empresários e políticos, para conseguir extorquir dinheiro de suas vítimas. Em dezembro de 2014, Prado Carioca tentou extorquir R$ 68 mil de um empresário e dono de uma empresa de aviação na cidade de Manaus, capital do Amazonas. Na ocasião, o estelionatário alegara patrocínio para um grupo folclórico intitulado “Encanto do Maranhão”, que iria se apresentar nos dias 15,16 e 17 de dezembro do ano passado nas cidades de Belém, Santarém e Altamira.

Antes, em 2013, Prado Carioca enviou o mesmo pedido de patrocínio para empresas em Brasília e Fortaleza, com alegações idênticas, ou seja, participar de eventos relativos à cultura e à importância do meio ambiente no país. Em todas estas ocasiões, como forma de ganhar a confiança de sua vítima, Prado fez uso do nome do empresário Fernando Sarney.

Em 2003, Prado já havia sido preso pelo crime de estelionato. Em 2009, Prado se passou pelo senador Epitácio Cafeteira (PTB) para tentar extorquir dinheiro da Petrobras. À época, o estelionatário encaminhou ofício com uma assinatura falsa do político à diretoria de Petróleo e Gás da empresa, no Rio de Janeiro.

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