Pandemia

Brasil investiu R$ 413 bilhões em ações de combate à Covid-19, segundo Ipea

Números foram apresentados durante a entrega do Prêmio ABDE-BID; do total, mais da metade (R$ 217 bi) foi destinada a pagar auxílio emergencial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
(PANDEMIA BRASIL )

BRASÍLIA - O governo federal desembolsou, até o dia 23 de setembro, R$ 413,3 bilhões para ações de enfrentamento ao Covid-19. Mais da metade foi destinado para o auxílio emergencial a pessoas em situação de vulnerabilidade: R$ 217,4 bilhões. O auxílio financeiro aos estados, municípios e Distrito Federal somou outros R$ 74,39 bilhões. Os números foram apresentados pelo diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), José Ronaldo Souza, durante solenidade de entrega do Prêmio ABDE-BID, realizado nesta quinta-feira (10), de forma virtual.

Os demais gastos da União no combate ao coronavírus referem-se às despesas adicionais do Ministério da Saúde e demais pastas (R$ 35,97 bilhões); benefício emergencial de manutenção de emprego e renda (R$ 24,94 bilhões); cota dos Fundos Garantidores de Operações de Crédito (R$ 42,90 bilhões); concessão de financiamento para pagamento de folha salarial (R$17 bilhões); transferência para a Conta de Desenvolvimento Energético (R$ 900 milhões); e ampliação do Bolsa Família (R$ 370 milhões).

Diante do aumento de gastos da União, o Ipea calcula um déficit primário de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) até setembro. A dívida pública também disparou e em agosto atingiu quase 90% do PIB. Por fim, o investimento líquido atingiu o menor patamar desde o início da série história, em 1947, e pela primeira vez ficou negativo. Ou seja, os investimentos não têm sido suficientes sequer para evitar a depreciação do estoque de capital fixo já instalado.

"A transferência de renda e para os estados e municípios foram os principais pontos de gastos relacionados à Covid. O auxílio emergencial contribuiu para uma resposta rápida da economia e para evitar um problema social mais grave", afirma Souza.

Parcerias

O presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), Sergio Gusmão Suchodolski, sinalizou que a ABDE trabalha para apoiar o país a buscar mais recursos por meio de parcerias com organismos internacionais. "É um grande desafio que temos pela frente. As instituições financeiras de desenvolvimento estão trabalhando para alavancar o volume de investimentos para projetos de desenvolvimento no Brasil e auxiliar o país nessa retomada da economia", diz.

Para o representante do BID no Brasil, Morgan Doyle, é necessário somar esforços para apoiar o país no momento de necessidade. "O BID mobilizou quase US$ 2 bilhões, tendo como alvo mais de 70 mil pequenas e médias em presas. O objetivo é ajudar o empreendedor e toda a cadeia a atravessar um dos momentos mais complexos da história".

Prêmio ABDE-BID

Criado para impulsionar a produção de projetos que contribuam de forma efetiva para o desenvolvimento sustentável, o Prêmio ABDE-BID contemplou os vencedores nesta quinta-feira. Além do presidente da ABDE e do representante do BID, a solenidade contou ainda com as participações da gerente de Relações Institucionais da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Fabíola Nader Motta; e do economista e ex-diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil, Otaviano Canuto.

A novidade deste ano foi a categoria especial sobre a Covid-19, com os desafios e medidas de enfrentamento à crise, que foi dividida em dois grupos: "Debates e Propostas", e "Melhores práticas do Sistema Nacional de Fomento". No primeiro, o trabalho vencedor foi "Impactos da COVID-19 no mercado de trabalho: uma análise sob a perspectiva da rede de resposta". Já no segundo grupo, o Desenvolve SP levou o prêmio com o trabalho "Melhores práticas do Desenvolve SP - O Banco do empreendedor no combate à Covid-19".

O Prêmio também recebeu trabalhos nos seus tradicionais temas do Desenvolvimento em Debate e do Cooperativismo de Crédito. A primeira categoria teve como ganhador o trabalho "Pobreza na primeira infância rural brasileira: uma análise multidimensional do fenômeno", enquanto o vencedor da segunda categoria foi o trabalho "Potencial de bancarização do cooperativismo de crédito nos municípios brasileiros desassistidos pelo SFN", produzido por Leonardo Custodio Machado e Ana Martha Bülow.

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