Saúde

Altas temperaturas acendem sinal de alerta para saúde dos idosos

Fragilidade física contribui para quadros como desidratação e hipertermia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
(idosos)

SÃO PAULO- Como habitantes de um país tropical, os brasileiros estão acostumados a encarar as altas temperaturas do verão com naturalidade, mas isso não significa que a população cuide do corpo como deveria. Entre os grupos que precisam ter atenção redobrada neste período estão os idosos, que, em função da fragilidade física, tendem a sofrer mais com desidratação e hipertermia, como é chamado o aumento da temperatura corporal devido ao calor, condições que podem gerar uma rápida desestabilização do quadro geral de saúde, com risco de morte.

Primordial para o funcionamento adequado de todos os órgãos e sistemas, a água é um dos principais componentes do corpo humano. Os idosos, por conta do próprio metabolismo, tendem a sentir menos sede, o que não significa que precisem de menos água para sobreviver. Essa condição é um dos fatores preponderantes para o alto número de ocorrências de desidratação e hipertermia em pessoas com idade mais avançada. "Somado ao consumo de diuréticos, como os medicamentos para controle da pressão arterial, por exemplo, isso contribui para uma perda efetiva de líquido no organismo", explica a Dra. Ana Catarina Quadrante, médica geriatra da Cora Residencial Senior, especializada na promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida de idosos.

Esse grupo também costuma apresentar mais dificuldade para o controle da temperatura corporal. "Geralmente, os idosos sentem mais frio e se agasalham mais, mesmo em altas temperaturas, o que acaba contribuindo para que suem mais e eliminem água e sais minerais, abrindo caminho para a desidratação", afirma a médica.

Com a previsão de dias mais quentes se aproximando, é fundamental que familiares e cuidadores adotem medidas preventivas para manter os níveis de hidratação e redobrem a atenção à presença dos primeiros sintomas para evitar a evolução para quadros mais graves. "A ação em estágios iniciais é essencial para que o paciente melhore rapidamente. Dores de cabeça, boca seca e amarga e olhos lacrimejantes podem ser indicativos de problema", revela Ana Catarina.

No residencial Cora, especializado em idosos, por exemplo, algumas iniciativas criativas, desenvolvidas pela equipe de nutricionistas, contribuem para que os moradores estejam sempre atentos em relação aos níveis de hidratação. Relógios e mensagens são posicionados próximos aos pontos onde bebidas são disponibilizadas para que todos se lembrem da importância de ingerir líquidos ao longo do dia.

Outra dica interessante para monitorar a hidratação ao longo do dia, são os aplicativos para smartphones, que oferecem interface simples e permitem tanto que o usuário registre o volume de água ingerido, como programe alarmes para lembrá-lo em intervalos programados.

A preocupação tem fundamento, pois, em níveis críticos, a desidratação pode levar ao comprometimento das funções renais, gerando desequilíbrio de eletrólitos, como sódio e potássio, e diminuição de nível de consciência. Quando somadas a doenças já comuns em idosos, essa condição pode agravar bastante o quadro geral de saúde, chegando até a ser fatal.

"O recomendado é que sejam ingeridos, em média, dois litros de líquido por dia, ainda que a pessoa não sinta sede. Podem ser consumidos sucos, água de coco, chás e frutas", indica a Dra. Ana. Tudo isso é fundamental para manter os níveis de hidratação, mas outros cuidados devem estar associados, como a manutenção de uma dieta leve e balanceada, evitando alimentos pesados que dificultem a digestão; uso de roupas adequadas para altas temperaturas e manutenção de ambientes arejados para prevenir a hipertermia; uso de protetor solar e evitar exposição ao sol por tempo prolongado; além de ter cautela nas atividades físicas, avaliando sempre os limites do corpo e priorizando os horários em que a temperatura esteja mais amena.

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