Mais cara

Bolsonaro justifica alta na conta de luz e fala em risco de apagões

Presidente disse que as represas estão em níveis baixíssimos e que o período chuvoso ainda não chegou

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
(Bolsonaro e o presidente do Paraguai)

BRASÍLIA - Ao justificar o aumento na conta de luz, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou via redes sociais nesta terça-feira, 1º de dezembro, que o País corre o risco de ter apagões. Em resposta a um comentário em sua página oficial no Facebook, o chefe do Executivo ressaltou que "as represas estão em níveis baixíssimos" e que o período de chuvas ainda não veio. A fala foi direcionada ao comentário de um usuário que disse: "A conta de luz vai aumentar. Obrigado PR."

Na segunda-feira, 30, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a retomada do sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz a partir desta terça. Por conta da pandemia da covid-19, o mecanismo havia sido suspenso em maio.

A agência havia acionado a bandeira verde, sem cobrança de taxa extra, até o fim deste ano, mas a decisão foi revisada na segunda-feira, para a vermelha patamar dois.

"As represas estão níveis baixíssimos. Se nada fizermos poderemos ter apagões. O período de chuvas, que deveriam começar em outubro, ainda não veio. Iniciamos também campanha contra o desperdício", escreveu Bolsonaro.

De acordo com a Aneel, não é possível manter a bandeira verde nas atuais condições. Agora, as tarifas terão bandeira vermelha em seu segundo patamar, com uma taxa extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh.

A justificativa relacionada à seca também foi apresentada pelo diretor da Aneel, Efrain Pereira da Cruz. Ele destacou "afluências críticas" nos principais reservatórios do País, no Sudeste e Centro-Oeste, além do Sul, e deterioração nos meses de outubro e novembro.

A situação já implicou no acionamento de termelétricas, o que pressionou o custo de geração de energia no País, que desde setembro já retomou o consumo de energia no patamar pré-pandemia

Benefício

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse em visita a Foz do Iguaçu (PR), na terça-feira (1º), que perpetuar alguns benefícios é o caminho certo para a "insucesso". Segundo o blog do Valdo Cruz, a ala política do governo tem feito apelos para que o auxílio emergencial seja prorrogado por mais dois ou três meses em 2021. A expectativa era que o presidente decidisse sobre o benefício logo após as eleições.

O presidente viajou ao Paraná para visitar as obras de construção da Ponte da Integração, que está com 40% das obras realizadas e deve ser entregue em 2022. A estrutura, cujas obras começaram em 2019, vai ficar na fronteira com o Paraguai e a ideia é que desafogue o fluxo na Ponte da Amizade.

Em discurso aos trabalhadores da obra, acompanhado do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, Bolsonaro falou sobre a ajuda que o país ofereceu à parte da população durante a pandemia. O auxílio emergencial começou a ser pago em maio e vai até este mês.

Apesar de o Planalto não ter divulgado uma decisão oficial sobre a extensão ou pagamento de novos auxílios, Bolsonaro afirmou que é preciso ter coragem para tomar decisões.

A ala política do governo defende que o auxílio emergencial continue a ser pago até o Congresso aprovar medidas que garantam a criação do novo programa social ou a reformulação do Bolsa Família. A discussão foi travada pelo próprio presidente por resistência dele à extinção de outros programas sociais -- sugerida pela equipe econômica -- para a criação de um programa mais robusto.

Luz mais cara

Mais cedo, antes de chegar ao Paraná, Bolsonaro comentou a afirmação de um internauta sobre o aumento na conta de luz, que começou a valer nesta terça-feira. "Obrigado PR [presidente]'.

Bolsonaro justificou que há risco de novos 'apagões' caso nada seja feito e justificou que os reservatórios estão com níveis baixíssimos.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu na segunda (30) que haveria cobrança extra na conta de luz dos consumidores a partir desta terça (1º).

Em reunião extraordinária, a agência decidiu que será cobrada a bandeira vermelha patamar 2, cujo valor é o maior no sistema de bandeiras da agência. Com isso, a cobrança extra será de R$ 6,24 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

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