Centro Histórico

Prefeitura entrega a Praça João Lisboa, Largo do Carmo e Rua de Nazaré revitalizados

A obra do logradouro foi executada pela Prefeitura de São Luís em parceria com o Iphan

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Edivaldo Holanda Júnior e Maurício Itapary descerram placa no Largo do Carmo
Edivaldo Holanda Júnior e Maurício Itapary descerram placa no Largo do Carmo (Praça do Carmo)

SÃO LUÍS - A Praça João Lisboa, Largo do Carmo, Rua de Nazaré e entorno foram entregues ontem,11, reformados e revitalizados pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior. A área de 12 mil metros quadrados, tombada pelo Patrimônio Mundia, estava com sua estrutura física e monumentos danificados pelo vandalismo e pela falta de manutenção.

A reforma foi executada pela Prefeitura, por meio do Programa São Luís em Obra, em parceria com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O valor da obra está orçado em mais de R$ 6,5 milhões.

Holanda Júnior disse, na ocasião, que tem acompanha todas as obras que estão sendo realizadas na capital e uma delas foi a reforma da Praça João Lisboa, que servirá como espaço de lazer e cartão postal. “Esse local se confunde com a própria história da cidade e agora está sendo devolvida para a população totalmente reformada e revitalizada”, afirmou o prefeito. Ele disse ainda que no decorrer deste ano outras obras serão inauguradas, como as praças da Misericórdia, da Saudade e a Fonte do Bispo. A Guarda Municipal.

O presidente do Instituto Municipal da Paisagem Urbana (Impur), Fábio Henrique Carvalho, destacou a importância da revitalização do centro da cidade. Segundo ele, a Praça João Lisboa e o Largo do Carmo serão locais de lazer para a população e turistas.

O superintendente do Iphan, Maurício Itapary disse que o órgão tem realizado diversos trabalhos na cidade em parceria com a Prefeitura. Um deles é a Praça das Mercês, que será entregue ainda este ano. “Espero que próximo gestor municipal possa ter essa ligação positiva com o Iphan”, frisou.

Aceitação

A reforma da Praça João Lisboa, Largo do Carmo e a Rua de Nazaré foi elogiada pelo aposentado Almir Correa, de 60 anos. Segundo ele, a área precisava ser revitalizada. Já o frei Wanderlan Carvalho, de 46 anos, disse que o local revitalizado, além de desenvolver o turismo, vai atrair mais fiéis para a Igreja do Carmo. “Um local bem cuidado acaba atraindo o povo e, consequentemente, frequentadores para a igreja”, ressaltou o religioso.

Para a funcionária pública Solange Azevedo, de 60 anos, a Prefeitura e a polícia devem atuar no sentindo de preservar os logradouros, evitando a prática de vandalismo.

Praça renovada

O piso da Praça João Lisboa foi trocado e colocado granito. O pavimento ganhou uma nova decoração artística. Para fazer as intervenções no local, foi trocada a rede elétrica, hidráulica e de drenagem.A iluminação também passou por modificações, mas foi preservado a estética histórica. As luminárias em formato de lampiões coloniais agora fazem parte da paisagem, porém, com lâmpadas de LED, que são mais econômicas.

Foi instalado um bicicletário na praça e uma nova sinalização turística, com placas trazendo informações históricas sobre o espaço. O projeto executado incluiu a adaptação para acessibilidade de pessoas com deficiência, com a implantação de rampas, piso tátil e tradução em braile nas placas.

Local acessível

Também houve mudanças no Largo do Carmo. O local recebeu novo piso em granito com decoração. As calçadas foram recuperadas, como também os canteiros que receberam um novo gramado e flores.

Ainda foram colocados novos mobiliários e os antigos bancos foram restaurados. As novas configurações de placas informativas e acessibilidade também foram adotadas no largo. Já o antigo “Abrigo”, que estava deteriorado e sob o risco de desabar, foi demolido e em seu lugar
foi iniciada a reconstrução da antiga praça e jardim que compunham a paisagem original do
largo.

Revitalização

As ruas que fazem o entorno da Praça João Lisboa e do Largo do Carmo passaram pelo processo de revitalização. Na Rua de Nazaré, no trecho entre as praças João Lisboa e Benedito Leite, o piso em granito foi recuperado. Os cinco canteiros ao longo da via foram recuperados e implantado um novo projeto de paisagismo e iluminação para ressaltar a beleza, principalmente, dos prédios colônias.

As ruas do Sol, da Paz e do Egito tiveram trechos do pavimento recuperados com a
recolocação de paralelepípedos para que retomassem o aspecto da arquitetura colonial
portuguesa. As calçadas e sarjetas também foram recuperadas, além de nova sinalização horizontal, incluindo faixas de pedestres para disciplinamento do tráfego de veículos.

A Avenida Magalhães de Almeida também teve o pavimento recuperado com a
recolocação de paralelepípedos. Durante a retirada do asfalto foi encontrado parte dos trilhos
que serviam para a passagem dos bondes. O trilho foi deixado à mostra como referência a este período da história da cidade. As calçadas e sarjetas também foram recuperadas.

Monumentos restaurados

A estátua do jornalista e escritor João Lisboa, na praça que leva o seu nome, passou por um processo de restauração. Foi realizada limpeza de todo o monumento para retirar a
sujeira orgânica e química – resultado do processo de oxidação do bronze, metal do qual é
feita a estátua, criação do artista francês Jean Magrou.

Quem passou pelo mesmo processo foi o busto do frei Carlo da San Martino Olearo, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos da província religiosa da Lombardia, do norte da Itália. Ele foi o primeiro superior regular da Missão do Maranhão, responsável pela catequização indígena no estado.

Local histórico

A Praça João Lisboa ou Largo do Carmo já foi considerado o centro financeiro e de moradia dos ricaços portugueses que, por séculos, dominaram a capital maranhense com suas construções de azulejos e intelectuais. Mas, desde o meado do século XX, o espaço foi perdendo seus habitantes, suas lojas, como magazine Ferro de Engomar, escritórios de advocacia, bancos, bares de boêmios e o ponto final da linha de bondes.

A Praça João Lisboa está ligada a fatos históricos importantes da cidade, como a batalha entre holandeses e portugueses. Foi o local da primeira feira de São Luís, antes do Mercado da Praia Grande, do primeiro abrigo público, e do pelourinho, destruído após a Proclamação da República.

Nesse local realizava a Festa de Santa Filomena, acontecimento de importância na vida de São Luís. Em 1901, por meio de decreto municipal, recebeu a denominação de Praça João Lisboa em homenagem ao escritor e jornalista maranhense João Francisco Lisboa, que ali residiu.No ano de 1918 foi erguido uma estátua de João Lisboa. O logradouro também ficou conhecido como Praça da Liberdade.

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