São Luís - O maranhense Thales de Andrade é o mais novo membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), a mais elevada e renomada instituição relacionada à advocacia no Brasil. Trata-se, também, da mais antiga, fundada em 1843. Foi o IAB, aliás, que criou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), órgão de vinculação a todos os advogados. Ele tomou posse na sexta-feira (6), durante uma sessão extraordinária virtual.
No IAB, somente ingressam advogados considerados notáveis em suas áreas, que tenham prestado relevantes serviços jurídicos, isso após a aprovação em uma criteriosa seleção por um Conselho Superior composto pelos mais respeitados advogados do país. “Essa nomeação é de extrema relevância na minha carreira profissional e representa uma grande conquista”, diz Thales de Andrade, que é diretor acadêmico interino da Faculdade Florence.
Para o advogado, é uma honra ingressar na mesma instituição da qual já fizeram e fazem parte juristas da estirpe de Juarez Tavares, Nelson Hungria, Evandro Lins e Silva, Nilo Batista, Pontes de Miranda, Ruy Barbosa, Nabor Bulhões, Alberto Zacharias Toron, Ayres Britto, Lênio Streck, Roberto Barroso, Ney Bello Filho, Eros Grau, Ives Gandra, Agostinho Marques Neto e Técio Lins e Silva, entre muitos outros. “É um prazer inenarrável. Agradeço a todos que contribuíram para mais esta conquista, sobretudo à minha família, aos meus sócios e aos meus alunos”, acrescenta.
Thales é apaixonado pelo Direito. Prova disso é que decidiu ser professor para compartilhar do seu vasto conhecimento. Ele está na profissão há dez anos e leciona pelo mesmo tempo. É graduado pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e tem especialização em Direito Público (PUC/MG) e Direito Penal e Criminologia (PUC/RS). Além disso, é mestre em Direito e Instituições do Sistema de Justiça (UFMA).
Criação
Thales explica que o Instituto dos Advogados Brasileiros foi criado poucos anos após a Independência do Brasil (em 1843), num momento em que o Brasil precisava se organizar como um Estado soberano e afirmar valores de nacionalidade. Além disso, era necessário organizar aqueles que passariam a dirigir o futuro do novo país, em especial, os advogados.
“Os advogados de então atuavam tanto nas questões ainda hoje imprescindíveis, quanto na política e, ainda, na difícil tarefa de redação de todas as leis que substituiriam gradativamente a legislação portuguesa, à época, ainda em vigor. Os primeiros cursos de Direito foram criados em 1827. Assim, desde o final de 1831 já existiam advogados formados em território nacional”, frisa.
Um seleto grupo de intelectuais reuniu-se e concebeu uma nova entidade, o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB). Inicialmente, a tarefa primordial seria a criação da Ordem dos Advogados Brasileiros (ou a Ordem dos Advogados do Brasil), o que só veio a ocorrer quando o IAB já contava com mais de noventa anos de existência.
Se o IAB não era uma entidade de classe, por que continuou a existir? A resposta a essa indagação assinala algo da própria identidade do IAB: mais do que apenas organizar a categoria dos advogados, o IAB sempre contribuiu no sentido da formulação de um projeto de sociedade brasileira.
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