São Luís - Quem passa pela Praça João Lisboa, no Centro Histórico de São Luís, observa que o tradicional relógio posicionado em frente à Igreja do Carmo está de volta, ou seja, foi completamente restaurado. O acessório é um dos mais conhecidos e lembrados pela memória popular, pois é cercado de histórias curiosas, tendo sido, inclusive, alvo de críticas de autores de artigos e escritores, no passado. No entanto, acima de tudo, integra o cenário de um dos cartões-postais mais conhecidos da cidade.

O relógio foi removido pelo Instituto Municipal da Paisagem Urbana (Impur) no mês de julho, para restauração dentro do projeto de revitalização do Largo do Carmo, uma obra da Prefeitura de São Luís em via de finalização. Um dos principais objetivos era manter sua originalidade, assim como a das demais peças históricas componentes da praça e que também foram removidas.

No caso do relógio, foram reparadas a moldura e proteção, que estavam deterioradas, inclusive pela falta de reparos. O mesmo foi feito com outros monumentos lá existentes, a exemplo da estátua de bronze de Frei Capuchinho, castigada pela ação do tempo. “Quando retiraram o relógio, foi uma das primeiras coisas de que senti falta. Embora não funcionasse, eu costumava admirar, como se ele quisesse voltar a trabalhar”, comentou o aposentado Jurandir Fonseca, frequentador assíduo da Praça João Lisboa.

O trabalho ficou aos cuidados do restaurador Arimatheia Furtado. “Sem dúvida, é uma das peças mais complexas e fascinantes que coloco para trabalhar”, disse o restaurador.

O relógio foi colocado na praça no século XX, provavelmente em época coincidente com a Segunda Guerra Mundial, conforme reportagens de jornais maranhenses da década de 1950. Há quem diga que, nos primeiros anos de funcionamento, era movido a corda, e havia pessoas responsáveis, de forma espontânea, por mover e dar a corda.

Vidro e lâmpadas

Trata-se de um relógio com quatro faces em acrílico branco, com números algébricos em preto e ponteiros, contendo, ainda, vidro de proteção e cuja parte interna era iluminada por lâmpadas fluorescentes de 20 watts. No início da década de 1940, por intervenção de Paulo Ramos, São Luís apresentava à população da época várias obras que, de acordo com o poder público, seriam fundamentais para a mudança visual urbanístico. Modificações, como por exemplo, na dinâmica da Pedro II eram consideradas fundamentais para a transformação que se avizinhava na cidade. Foi nesse contexto que a cidade ganhou o relógio da Praça João Lisboa.

As ações de revitalização da Praça João Lisboa, Largo do Carmo, Rua de Nazaré e entorno fazem parte do programa “São Luís em Obras”, iniciativa que amplia os investimentos realizados pela gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior na região do Centro Histórico de São Luís.

Recentemente, a Prefeitura, com autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), demoliu o abrigo construído sobre a praça, desobstruindo a área, conforme o projeto original. Foram, também, executados serviços de construção da rampa de acesso à Igreja do Carmo e a remoção dos bancos para revitalização, entre outros serviços.

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