Violência

Maranhão registrou 75 casos de estupro contra crianças e adolescentes em 2020

De acordo com a Polícia Civil, já foram registrados 75 casos de estupro de vulnerável, contra nenhuma ocorrência no ano passado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
No Maranhão, de janeiro a agosto, a Polícia Civil registou um total de 75 casos de estupro contra crianças e adolescentes.
No Maranhão, de janeiro a agosto, a Polícia Civil registou um total de 75 casos de estupro contra crianças e adolescentes. (urso de pelúcia)

São Luís - Durante o isolamento social, os casos de violência e abuso sexual a crianças e adolescentes aumentaram cerca de 26%. As vítimas, em sua maioria, são meninas de até onze anos de idade. Mais de 26 mil denúncias de agressões contra crianças e adolescentes foram registradas pelo Disque-100 desde o início de março em todo país. No Maranhão, de janeiro a agosto, a Polícia Civil registou um total de 75 casos de estupro contra crianças e adolescentes.

No ano passado, de janeiro a dezembro, o órgão não havia registrado nenhum caso dessa natureza. A Polícia Civil também revelou que os casos de violência doméstica tendo como vítimas crianças e adolescentes chegam a 61, contra também nenhum caso verificado ao longo de 2019. Há registros, ainda, de importunação (10), assédio (4) e medida protetiva de urgência (10), sendo que ano passado, com relação a esses três itens, a Polícia Civil maranhense não havia registrado nenhuma ocorrência de janeiro a dezembro.

O quantitativo de Boletins de Ocorrência (BO) instaurados, de janeiro a agosto de 2020, já somam 500, contra 920 no ano passado. Ocorrências relativas a crimes sexuais já perpassam 114, contra 166 em 2019, de janeiro a dezembro. Por outro lado, os números concernentes à violência doméstica até o momento chegam a 35, quando, durante todo o ano passado, foram contabilizados 90. Os inquéritos policiais, por sua vez, somaram 405 em 2019. Este ano já são 184.

Um dos motivos para esse aumento durante a pandemia pode ser a diminuição das visitas dos conselheiros tutelares, que tiveram que reduzir sua atuação para manter o distanciamento social. Além disso, as tensões acumuladas com temores sobre a pandemia, a intensa convivência familiar, a sobrecarga de tarefas domésticas e home office ou a falta de emprego e renda podem ter sido agravantes de conflitos e violência em muitos lares.

Até o mês de julho deste ano, quando os protocolos de isolamento social ainda estavam mais rígidos, o Disque 100 havia registrado, no Maranhão, conforme a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, 86.837 denúncias envolvendo crianças e adolescentes. Desse total, 17.029 referia-se à violência sexual, o que corresponde a 19,6%. Os principais tipos de violência eram negligência (38%), violência psicológica (23%), violência física (21%) e violência sexual (11%).

Os locais em que mais se repetiam os casos de negligência e de abuso sexual eram a casa da vítima e a do suspeito. Durante a pandemia, as autoridades mostraram preocupação com a situação, devido à possibilidade de agravamento do cenário de desigualdade social. Segundo o órgão, 87% dos agressores eram homens e 63% membros da família. Sobre as vítimas, 82% eram meninas e 18% meninos. A violência mais comum é a doméstica, que compreende espancamentos, castigos corporais e a negligência.

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