Suicida

Ação Resgate faz alusão ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio

Somente neste ano já ocorreram 46 casos de suicídio na Ilha; ciclo de palestra sobre valorização da vida é realizado no 24º BIS como sendo uma das ações da campanha Setembro Amarelo

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18

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São Luís - Quarenta e seis casos de suicídio ocorreram desde janeiro até o mês de agosto deste ano, na Grande Ilha, segundo a polícia, um aumento de 28% dos casos, em relação ao mesmo período de 2019, que teve o registro de 36 casos. Somente no mês passado, foram nove ocorrências de suicídio e um caso já foi registrado neste mês na Região Metropolitana de São Luís. Em alusão ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, dia 10 de setembro, o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS AD) do Monte Castelo e a Polícia Civil realizaram nesta quinta-feira (10), mais uma edição da Ação Resgate, no Mercado Central, área do Centro.

O diretor do CAPS AD do Monte Castelo, Marcelo Costa, informou que esta foi a 14ª edição da Ação Resgate neste ano, a oitava somente na região do Mercado Central. “Esse local da cidade é onde há maior número de moradores de rua e usuários de drogas”, frisou Marcelo Costa, ressaltando da necessidade de atendê-los.

Ele ainda declarou que nessa edição da Ação Resgate estavam sendo oferecidos vários serviços para a comunidade, como aferição de pressão arterial, vacinação, teste de glicemia, HIV e Covid-19, além de orientação psicológica. “Há uma psicóloga para orientar a comunidade, inclusive, informar o local onde existe tratamento gratuito”, frisou.

O delegado Joviano Furtado, que também é um dos coordenadores da Ação Resgate, disse que a polícia vem acompanhando os casos de suicídio na Ilha e as 46 ocorrências deste ano representam um aumento de 28% dos casos em relação ao mesmo período do ano passado. “Há uma possibilidade de o aumento dos casos de suicídio ter relação com o isolamento durante o período de pandemia”, explicou Joviano Furtado.

Em relação à Ação Resgate, o delegado informou que durante as edições realizadas ao longo deste ano, mais de 60 usuários de entorpecentes foram encaminhados para fazer o tratamento de forma voluntária na clínica. “A retirada dos dependentes químicos, contribui, de certa forma, com a redução da violência nas ruas”, disse o delegado.

[e-s001]Setembro Amarelo
O Centro de Valorização da Vida (CVV) e as Forças Armadas e Auxiliares iniciaram ontem (10), um ciclo de palestras sobre a prevenção ao suicídio e valorização da vida, como uma das atividades relacionadas a campanha do Setembro Amarelo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, em todo o país, foram registrados 13.467 suicídios durante o ano passado, dos quais 10.203 foram cometidos por homens.

O evento ocorreu na sede do 24º Batalhão de Infantaria de Selva (24º BIS), no João Paulo. A tenente do Exército Joseane Moraes informou que as palestras serão ministradas ao longo deste mês com a finalidade de apresentar aos militares das Forças Armadas e Auxiliares dados relacionados ao suicídio no país, formas de prevenção e estratégias de valorização da vida. “Não devemos nos preocupar em observar apenas o visual ou o financeiro, mas também o psicológico e afirmar que a vida é algo de suma importância”, afirmou a tenente.

A coordenadora do CVV de São Luís, Melissa Claudino, disse que o suicida não deseja tirar a sua vida, mas apenas tenta aliviar a sua dor, então, é necessário que o ser humano conceda atenção ao seu próximo. “É importante ouvir seu próximo e conceder um pouco de atenção”, frisou.

Ela declarou que no decorrer deste mês, a CVV estará realizando várias palestras nas escolas, órgãos públicos, universidades e hospitais, em atividades da campanha Setembro Amarelo, que tem como objetivo prevenir e reduzir os casos de suicídio no Brasil.

Ainda de acordo com Melissa Claudino, a CVV é uma ong que atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, por meio do telefone 188 e também por chat, e-mail e pessoalmente. É membro fundador do Befrienders Worlwide e ativo junto a Associação Internacional para Prevenção do Suicídio como também a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio e outros órgãos internacionais que atuam pela causa. “A CVV atende mais de 12 mil pessoas diariamente por telefone, em todo o país e, no Maranhão, cerca de 1.200 atendimentos”, frisou Melissa Claudino.

SAIBA MAIS

Setembro Amarelo

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo, segundo dados da OMS. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

A campanha do Setembro Amarelo tem o objetivo de prevenir e reduzir os números de suicídio no país. O maior desafio do Setembro Amarelo é conscientizar a sociedade em geral que problemas como a depressão, que estão diretamente associados ao suicídio, é uma doença e deve ser tratada.

Ideação suicida

A psicóloga Marta Erre informou que a ideação suicida, conhecida como pensamentos suicidas, é pensar ou planejar suicídio é considerado como um fator de risco. “Esse tipo de pensamento é geralmente associado a depressão e outros transtornos de humor, no entanto, parece ter associação a outros tipos de transtornos como também a eventos da vida e familiares”, explicou.

NÍMERO

46 casos de suicídios ocorreram durante janeiro deste ano até o mês passado na Grande Ilha

Linha do tempo do depressivo

Antes da depressão
Início da depressão (acontecimento significativo)
Vícios
Remédios controlados
Vida sem sentido
Suicídio

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