IPCA

Inflação tem alta no mês de agosto em São Luís, aponta levantamento do IBGE

Segundo dados, elevação é de 0,38%, atingindo os grupos de habitação, transportes, saúde e cuidados pessoais e artigos de residência

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Habitação foi o item de despesa que teve maior impacto para a alta do IPCA de São Luís em agosto
Habitação foi o item de despesa que teve maior impacto para a alta do IPCA de São Luís em agosto (ipca slz)

SÃO LUÍS - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, em São Luís, registrou elevação de 0,38%, um aumento de preços em ritmo menor do que o registrado no mês anterior, julho/2020, que foi de 0,57%.

Das 16 regiões pesquisadas pelo IBGE, em 11 houve quadro inflacionário e São Luís teve a sexta maior inflação dentre elas. As três maiores inflações foram detectadas nas regiões de pesquisa localizadas no Centro-Oeste do país: Campo Grande (1,04%), Goiânia (0,66%) e Brasília (0,58%). Foi detectado estado de deflação no mês de agosto nas seguintes regiões de pesquisa do IBGE: Região Metropolitana (RM) de Vitória (-0,03%), RM de Belém (-0,04%), RM do Rio de Janeiro (-0,13%), RM de Fortaleza (-0,23%) e no município de Aracaju (-0,30%).

Tanto o IPCA de São Luís quanto o IPCA de Brasil continuam abaixo da meta inflacionária definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4% no ano de 2020, podendo variar 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima ou 1,5 p.p. para baixo. Nos oito primeiros meses do ano, tanto para São Luís quanto para Brasil, os números estão bem abaixo do piso da meta inflacionária (2,5%). Observando o acumulado em 12 meses, também, ambas as regiões indicadas estão num patamar abaixo do piso inflacionário estabelecido pelas autoridades monetárias.

Dos nove grupos de despesa pesquisados, seis apresentaram inflação em São Luís: habitação (2,01%), comunicação (1,78%), transportes (1,73%), saúde e cuidados pessoais (0,94%), artigos de residência (0,84%) e despesas pessoais (0,14%). Os grupos de despesa que tiveram recuo de preço no mês de agosto, em São Luís, foram: educação (-8,35%), alimentação e bebidas (-0,06%) e vestuário (-0,34%).

Dos grupos de despesa que apontaram inflação, os que mais impulsionaram o comportamento de elevação de preços em agosto foram, uma vez mais, transporte e habitação, com impactos de 0,31 p.p. e 0,30 p.p., respectivamente.

Transporte

Em relação ao grupo transporte, aumento de preços na gasolina, 5,54% (impacto de 0,2694 p.p.), automóvel usado, 2,13% (impacto de 0,0263 p.p.), automóvel novo, 0,92%, (impacto de 0,0207 p.p.) e óleo diesel, 2,53% (impacto de 0,0075 p.p.) foram os maiores impulsionadores para o quadro inflacionário nesse grupo de despesas. Gasolina foi o subitem que mais impactou a subida do IPCA de São Luís, no mês de agosto, devido ao peso desse elemento de consumo nas despesas das famílias residentes na capital.

No grupo habitação, o subitem de despesa que teve o maior impacto para o aumento de preço nesse grupo de despesas foi energia elétrica residencial (3,17%; 0,1780 p.p. de impacto). O aumento pode ser explicado pela elevação da alíquota do PIS/COFINS. Esse foi o subitem de consumo das famílias que mais impactou, depois da gasolina, o comportamento geral do IPCA de São Luís no mês de agosto. Energia elétrica residencial é o subitem com maior peso nas despesas das famílias que residem em São Luís: 5,61%.

Ainda referente ao grupo habitação, foi constatada elevação de preços em outro importante subitem de consumo das famílias, o gás de botijão: 1,18%, com impacto de 0,0255 p.p.. Detectou-se novamente elevação nos preços de alguns itens de material de construção, com destaque para cimento (6,34%, impacto de 0,0180 p.p.), tijolo (8,31%, impacto de 0,0165 p.p.) e telha (3,78%, impacto de 0,0065 p.p.). Houve ainda elevação de preços do aluguel residencial: 0,79%.

Saúde

No grupo saúde e cuidados pessoais, aumento de 0,94% e terceiro maior impacto na formatação final do IPCA de São Luís no mês de agosto, os destaques de aumento ficaram com perfume (3,48%) – produto de peso e, por conseguinte, com impacto nas despesas das famílias – , serviços médicos (1,53%), analgésico e antitérmico (2,01%) e óculos de grau (2,43%).

O grupo comunicação, que teve o segundo maior aumento de preços dentre os nove grupos de despesas, 1,78%, teve o quarto maior impacto (0,09 p.p.) na formatação final do IPCA de São Luís no mês de agosto. O serviço de acesso à internet, com elevação de preços na ordem de 12,18%, foi o subitem que teve o terceiro maior impacto na consolidação do IPCA de São Luís. Interessante observar que das 16 regiões pesquisadas, apenas na RM de São Paulo e na RM de Curitiba os preços desse subitem não se movimentaram: 0,0%.

Já o grupo artigos de residência teve aceleração no aumento de preços, em agosto, 0,84%, depois de um ritmo menor observado no mês anterior, julho, que foi de 0,14%. Em junho, o aumento de preços desse grupo de despesas foi de 0,95%. Subitens como aparelho de TV (2,70%, impacto de 0,0181 p.p.), computador pessoal (4,19%, impacto de 0,0081 p.p.), ventilador (2,95%, impacto de 0,0060 p.p.), aparelho de som (3,03%, impacto de 0,0044 p.p.) e móvel para sala (1,72%, 0,0042 p.p. de impacto) foram os maiores destaques quanto ao comportamento de preços nesse grupo de despesas.

Por fim, o grupo despesas pessoais, novamente, teve aumento de preços, 0,14%, porém num ritmo mais intenso do que o ocorrido nos dois meses anteriores: 0,09%, em junho, e 0,04%, em julho. Aumento de preços em subitens como serviços bancários (0,28%), alimento para animais (1,88%), hospedagem (3,23%) e cabeleireiro e barbeiro (0,33%) foram os destaques.

Em queda

Na contramão desse movimento ascendente de preços, os grupos educação, alimentação e bebidas e vestuário, tiveram queda de preços. Queda significativa aconteceu no grupo educação: -8,35%. Em todas as Unidades da Federação foram observadas retrações de preços, sendo que as maiores foram detectadas na RM de Vitória (-8,62%) e em São Luís (-8,35%). Na média Brasil, o grupo educação teve recuo de preços na ordem de 3,47%. No caso de São Luís, queda de preços no item cursos regulares, -11,46%, que envolve os cursos pré-escolar, fundamental, médio, EJA, superior e pós-graduação, foi o grande responsável pelo quadro de deflação nesse grupo de despesas. Também, queda no item papelaria, -1,32%, provocou esse comportamento deflacionário.

Quanto ao grupo alimentação e bebidas, os preços de diversos subitens que compõem a cesta de consumo das famílias residentes em São Luís, tiveram, na média, um leve recuo na ordem de -0,06%. O levantamento de preços do IPCA teve a última semana finda no dia 27 de agosto. Portanto, detectou-se comportamento de preço até esse último dia citado. Essa deflação veio depois de uma inflação em julho na ordem de 0,26%. Enquanto foi observado aumento de preços em subitens como arroz (2,06%), carne de porco (7,68%), costela (4,94%), leite em pó (3,24%), leite longa vida (4,47%) e óleo de soja (6,18%), também foi detectada queda de preços em importantes subitens do consumo das famílias residentes em São Luís, no mês de agosto: frango inteiro (-3,30%), contra-filé (-1,96%), banana prata (-8,48%), tomate (-8,53%), cebola (-8,21%), alho (-12,79%), batata inglesa (-12,55%) e açaí (-6,41%). Ao se fazer as devidas ponderações a respeito do peso de cada subitem do grupo alimentação e bebidas, o cálculo final levou a uma leve deflação. De todo modo, esse grupo de despesas, tanto em São Luís quanto no Brasil, tem um acumulado no ano maior que a média geral do IPCA.

O grupo de despesas vestuário, pela 7ª vez no ano, teve diminuição de preços: -0,34%. O acumulado do ano nesse grupo de despesas, em São Luís, está na casa de -3,38%.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange, ao todo, 16 regiões: dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília. Para o cálculo do índice do mês de agosto/2020, foram comparados os preços coletados no período de 29 de julho a 27 de agosto de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 1º de julho a 28 de julho de 2020 (base). Cabe ressaltar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC de agosto variou 0,37% em São Luís

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), assim como ocorreu com o IPCA, apresentou quadro de inflação, com taxa de 0,37% em São Luís, numa aceleração menor do que a observada no mês anterior, 0,50%. O INPC do Brasil, no mês de agosto, foi de 0,36%.

O acumulado do INPC, no ano (de janeiro a agosto de 2020), em São Luís, é de 0,26%. O acumulado para Brasil é de 1,16%. Das 16 regiões de pesquisas do IBGE, apenas duas apresentaram comportamento deflacionário dos preços: Fortaleza, -0,16%, e Aracaju, -0,23%. O maior INPC de agosto foi detectado na capital Campo Grande, 1,33%.

Em São Luís, houve alta de preços nos grupos de despesas habitação, 2,05%, artigos de residência, 0,78%, transportes, 1,63%, saúde e cuidados pessoais, 1,11%, despesas pessoais, 0,12%, e comunicação, 1,74%. Os grupos que mais impactaram o INPC de São Luís, no mês de agosto, puxando os preços para cima, foram habitação (0,30 p.p. de impacto) e transportes (0,25 p.p.).

O INPC mede uma cesta de bens e serviços para famílias que auferem de 1 a 5 salários mínimos, sendo o chefe assalariado. É um índice de preços voltado a famílias de menor poder aquisitivo, pois a cesta de bens e serviços dele tem subitens mais essenciais e menos sofisticados que a cesta do IPCA.

Para o cálculo do INPC do mês de agosto/2020, foram comparados os preços coletados no período de 29 de julho a 27 de agosto de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 1º de julho a 28 de julho de 2020 (base).

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