SÃO LUÍS - Classificada pelo Governo Federal logo no início da pandemia como uma atividade essencial para a economia do país, a mineração precisou adotar controles sanitários rigorosos em suas operações para que essa atividade industrial continuasse acontecendo de forma segura para os trabalhadores que atuam no setor. Todo esse esforço permitiu que o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM), instalado em São Luís, alcançasse mais uma marca expressiva de embarque. De janeiro a junho, foram 81,5 milhões de toneladas embarcadas.Outro ponto de destaque, foi o reconhecimento da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que classificou novamente o TMPM entre os portos privados mais sustentáveis do país. O anúncio foi feito esta semana pela agência federal.
Para saber mais sobre os desafios da manter as operações do Terminal em meio ao cenário provocado pela Covid-19, O Estado conversou com Luís Allevato, novo gerente executivo do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira.
O senhor assumiu recentemente o cargo de gerente executivo do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira e já encontrou o desafio de ter que adaptar as operações ao contexto da pandemia da Covid-19. O que foi feito para conseguir manter a produção sem colocar em risco a saúde de quem atua no porto?
Primeiro, quero destacar que desde que a pandemia começou, manter a saúde do nosso time de empregados direto e indireto e fornecedores tem sido nossa prioridade número um. Não tenho dúvida que só alcançamos bons resultados operacionais porque fizemos o dever de casa e não vamos descansar até que tudo isso passe. Ainda em março, adotamos o trabalho remoto para o time administrativo e também para o grupo de risco, a fim de garantir o distanciamento necessário para quem atua nas operações e preservar a saúde das pessoas mais vulneráveis à doença. Implementamos testagem, instalamos triagem nas portarias com aferição de temperatura, rotina de check list para todos, mudanças no layout dos ambientes, no transporte de empregados, uso obrigatório de máscaras, distribuição de álcool em gel, entre outras iniciativas. Suspendemos também as visitas de comunidades e clientes à empresa, incluindo ao Porto, a fim de evitar aglomeração..
Qual o ritmo de produtividade no primeiro semestre e o número de navios atracados? Houve mudança no mercado do minério de ferro exportado por aqui?
De janeiro a junho, embarcamos 81,5 milhões de toneladas de minério de ferro. Neste período, foram recebidos 317 navios no Terminal. Somente no mês de julho, que não contabiliza no número fechado do semestre, já embarcamos 17,2 milhões de toneladas e 64 embarcações atracaram aqui. De agosto a dezembro, a previsão é que a movimentação chegue a 96,7 Mt, o que significa estimar para todo o ano de 2020 um volume embarcado de 195,5 Mt, em mais de 750 navios. Um volume maior que o registrado em 2019, que foi de 189,1 Mt. Continuamos tendo a China como principal comprador de minério de ferro.
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) novamente classificou o TMPM entre os portos privados mais sustentáveis. O que isso significa na prática?
Nesta primeira semana de agosto, a ANTAQ divulgou o resultado do Índice de Desempenho Ambiental (IDA) referente a 2019, no qual classificou o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira em segundo lugar entre os portos privados do Brasil. O resultado é sempre em relação ao ano anterior. O TMPM evoluiu em relação à pontuação de 2018, onde alcançamos 91,79 pontos e fomos classificados em primeiro lugar. Em 2019, chegamos em 98,13 e ficamos em segundo. Mas destaco que mais importante que a classificação é saber que estamos evoluindo ano a ano em um tema fundamental para a Vale e para a sociedade. De maneira geral, o IDA mede o grau de atendimento às conformidades ambientais por parte dos portos públicos e privados do Brasil. É uma referência no setor. Ele é composto por 38 indicadores relacionados às conformidades legais e boas práticas em gestão ambiental, saúde e segurança das operações. Entre os indicadores avaliados estão a situação da licença ambiental e a existência de licença de operação, quantidade e qualidade de técnicos no núcleo ambiental, prevenção de riscos, auditoria ambiental, ação de retirada de resíduos de navios, consumo e eficiência no uso de energia, monitoramento da fauna e da flora e planos de contingência de saúde.
Ainda falando sobre meio ambiente, uma das discussões mais atuais refere-se ao compromisso das indústrias com a redução da emissão de carbono e consequente redução do efeito estufa. A Vale é uma das maiores empresas do Brasil. Com vocês têm se posicionado nesta questão?
A Vale é totalmente ciente da sua responsabilidade e das urgências atuais do planeta, por isso reforçamos publicamente nosso pacto com a sociedade e estamos buscando ser uma empresa neutra em emissão de carbono até 2050. A empresa deve investir US$ 2 bilhões para reduzir em 33% as emissões de carbono das nossas operações até 2030. Vários projetos estão em fases de testes para serem implantados em breve. No Porto de Ponta da Madeira, por exemplo, estamos desenvolvendo um processo que dispensará o uso de combustível fóssil no processo de secagem das pilhas de minério nos pátios. A secagem passará a utilizar micro-ondas no lugar de combustível. Também há iniciativas na ferrovia e em outras operações locais.
Por fim, que outros dados ou iniciativas você quer destacar em relação ao porto ou à empresa?
Quero dizer que é uma imensa responsabilidade estar à frente de um porto tão estratégico para a Vale, para o Brasil e para o Maranhão, sobretudo porque sei que nossa produção também significa uma série de desdobramentos positivos para as comunidades vizinhas e para o Maranhão como um todo. Fico muito orgulhoso de poder dizer que, mesmo em meio a essa terrível pandemia, os números da influência da Vale no Maranhão no primeiro semestre foram muito positivos. E o Porto contribuiu com isso. Chegamos em junho mantendo 11,4 mil empregos diretos e indiretos no estado. Contratamos 516 pessoas só nesse período. Em imposto, foram pagos R$ 167 milhões (ISS e ICMS). Em compras com empresas genuinamente maranhenses, foram investidos 233 milhões de reais. Em investimento em projetos sociais voluntários e obrigatório foram R$ 24,3 milhões.
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