Mudança

Dia do autocuidado sugere reflexão sobre os efeitos da pandemia

Dia do autocuidado é celebrado nesta sexta-feira e reforça, mais do que nunca, o quão importante é discutir o impacto da pandemia do Covid-19 nos hábitos e atitudes individuais.

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
O autocuidado exige um olhar permanente para a sua saúde
O autocuidado exige um olhar permanente para a sua saúde (AUTocuidado)

SÃO PAULO- Engana-se quem pensa que o autocuidado, amplamente propagado durante o isolamento social exigido pela pandemia da Covid-19, se resume aos cuidados com a pele e a aparência em geral. Criado intencionalmente no dia 24 de julho, o Dia Internacional do Autocuidado destaca a importância de cuidar de forma responsável da própria saúde, 24 horas por dia, sete dias por semana, embasado em sete pilares essenciais: fontes confiáveis de informações; autoconhecimento; prática de atividade física; adoção de alimentação saudável; redução de hábitos ruins (como fumar e consumir bebida alcoólica em excesso); hábitos de higiene e a correta utilização dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs).

Diante do atual cenário da Covid-19, discutir a prática do autocuidado se faz altamente necessário, afinal a pandemia evidenciou o quanto os hábitos e as atitudes individuais atuam na preservação da nossa saúde e, principalmente, impactam na sustentabilidade dos serviços público e privado de saúde. Para Marli Sileci, Vice-Presidente Executiva da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (ABIMIP), o autocuidado deve ser parte da estratégia de saúde pública do Brasil. "Uma população com melhor qualidade de vida tem inúmeros reflexos sociais, políticos e econômicos. Se considerarmos apenas o impacto provocado pela correta utilização dos MIPs, por exemplo, já contaríamos com enorme economia gerada por idas desnecessárias aos hospitais e consultórios médicos", explica.

Este impacto positivo na economia já foi comprovado em um levantamento realizado pela Associação Latino-americana de Autocuidado Responsável (ILAR), que reuniu dados de cinco países - Brasil, México, Argentina, Colômbia e Chile. Por ano, em média, os cinco países gastam juntos US﹩2,7 bilhões de dólares anuais em consultas e procedimentos desnecessários na saúde pública. Caso a prática do autocuidado fosse difundida e implementada em seus programas para cuidar apenas de 50% dos casos de quatro doenças simples - diarreia, resfriado, lombalgia e candidíase vaginal - a economia em seus sistemas públicos poderia ser de aproximadamente US﹩1,3 bilhão.

Um outro estudo, publicado no Jornal Brasileiro de Economia e Saúde, mostrou que no Brasil o uso responsável dos medicamentos isentos de prescrição é capaz de gerar uma economia de R﹩400 milhões ao sistema público de saúde. O trabalho também calculou o impacto de retorno de investimento: para cada R﹩ 1,00 gasto com um MIP, foram economizados até R﹩ 7,00.

Orientação
No Brasil, ainda há muito a ser feito, principalmente no que diz respeito à orientação e educação da população sobre a correta utilização dos medicamentos isentos de prescrição. "Há uma diferença entre autoprescrição e automedicação responsável como forma de autocuidado definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No primeiro caso, o paciente faz uso de medicamentos tarjados sem a prescrição médica. Com o autocuidado, o paciente - além de poder contar com a orientação de um farmacêutico ou outros profissionais da saúde - faz uso de remédios que não exigem receita por conta de sua eficácia e segurança comprovada", explica Juan Thompson, diretor geral da Associação Latino-americana de Autocuidado Responsável (ILAR).

E é neste sentido que a ABIMIP vem atuando, tanto na orientação e educação da população e da indústria, quanto na sensibilização dos setores públicos para a correta discussão sobre o impacto econômico dessa categoria de medicamentos. "Desejamos que essa data também se replique nacionalmente. O Projeto de Lei do Deputado Federal, Juninho do Pneu, para criação do Dia Nacional do Autocuidado já está em tramitação na Câmara dos Deputados (PL 3099/2019) e aguarda parecer da Comissão de Seguridade Social e Família. Com a inclusão desta data em nosso calendário local, seríamos capazes de criar programas de política pública para valorizar ainda mais a prática do autocuidado", afirma Marli. Sileci.

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