Após governos estaduais serem alvos de operações policiais em virtude de suspeitas de desvios de recursos federais enviados para o combate à Covid-19, a primeira medida do novo presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) foi uma visita ao ministro interino Eduardo Pazuello. Em meio à reclamação de que motivações políticas contaminam investigações, Carlos Lula, secretário de Saúde do Maranhão, pediu salvaguardas ao trabalho dos secretários, relatando que alguns, com medo, estão deixando de assinar contratos para o combate ao coronavírus.
O encontro ocorreu na segunda, de acordo com a coluna Painel, da Folha de S. Paulo.
Lula chegou ao comando do Conass para substituir Alberto Beltrame, do Pará, um dos alvos da Polícia Federal sob suspeita de desvios de verbas durante a pandemia.
Foram três os principais pedidos de Lula a Pazuello. Um deles foi a criação de uma câmara de conciliação com a participação de tribunais de contas e Ministério Público. “Ele [Pazuello] se mostrou bastante disposto e entendeu a questão. Quem fizer coisa errada tem de pagar. Mas quem for de bem, pode resolver o problema antes de virar um processo”, disse.
A segunda solicitação foi para agilizar um pregão eletrônico da compra de medicamentos para pacientes intubados. O governo federal topou concentrar os processos de aquisições. Antes, iria bancar 10% do valor total. Agora, segundo Lula, o ministério da Saúde deve arcar com 50% dos gastos.
Por último, o secretário do Maranhão pediu a Pazuello ajuda do Itamaraty para que os estados consigam resolver os problemas de compras de equipamentos e remédios para a Covid-19 no exterior. Segundo Lula, quase metade dos estados tiveram obstáculos. Um diplomata foi colocado à disposição.
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