Celebração

Missas com público são retomadas após mais de três meses

Na Paróquia São João Batista, poucas pessoas compareceram à igreja, na qual as cadeiras de plástico substituíram os bancos

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Público foi pequeno no primeiro dia de missa com público na Igreja de São João; regras sanitárias foram obedecidas
Público foi pequeno no primeiro dia de missa com público na Igreja de São João; regras sanitárias foram obedecidas (Missa)

São Luís - “Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa”. Para os cristãos, esta mensagem, retirada do Salmo 91, é tudo o que precisam ouvir neste momento de pandemia. Apesar do contexto tenso, nada parece ter abalado a fé, mesmo quando as missas estavam sendo realizadas apenas virtualmente, devido à Covid-19. Nesta quarta-feira, 1º, as celebrações com presença do público, após mais de três meses, foram retomadas na circunscrição da Arquidiocese Metropolitana de São Luís.

O retorno das celebrações presenciais estavam sendo aguardadas com muita alegria pelos católicos, que não recuaram um passo sequer quando houve modificações por causa do avanço do novo coronavírus no Maranhão, o que levou a Arquidiocese de São Luís, por meio do arcebispo dom José Belisário da Silva, a tomar medidas de prevenção. Desde o dia 20 de março, estava em atividade o rito da missa sem povo, conforme Missal Romano, que é o livro usado para as leituras próprias do celebrante e que contém vários tipos de orações eucarísticas.

Missa com povo
Na Paróquia São João Batista, localizada no Centro Histórico de São Luís, houve uma missa ao meio-dia desta quarta-feira, 1º. No lugar dos bancos com genuflexórios, foram colocadas cadeiras de plástico, como medida de distanciamento social. Todos que compareceram estavam utilizando máscaras de proteção. Na nave (onde ficam os fiéis), havia álcool em gel para que as pessoas pudessem limpar as mãos. O público foi pequeno, mas isso pode ser explicado pelo tempo transcorrido durante o qual as celebrações estavam sendo feitas sem a presença do povo. No presbitério, onde ficam os ministros ordenados, a liturgia teve um tom especial.

Naquela paróquia, que engloba as igrejas de Santana e Santo Antônio, as missas são celebradas de terça-feira a sábado, e também aos domingos. Recentemente, inclusive, houve o festejo em homenagem ao “Padroeiro da Amizade”, que batizou Jesus Cristo no Rio Jordão. A comemoração começou no dia 15 de junho e foi encerrada no dia 24. Devido à pandemia da Covid-19, as celebrações foram transmitidas ao vivo pelas redes sociais. Uma novidade para o evento deste ano em louvor a São João Batista foram as lives beneficentes, que ocorreram em prol da comunidade.

Além da Paróquia São João Batista, houve celebrações em outros locais da ilha, como na Catedral Metropolitana de São Luís (Igreja da Sé), no Centro Histórico. A missa ocorreu às 17h30, igualmente com presença do público. Na Igreja Nossa Senhora de Fátima, localizada no bairro Redenção, na capital, ainda não há data prevista para o retorno das missas presenciais. Isso deve acontecer, provavelmente, em agosto, Mas, primeiramente, ocorrerá na Paróquia Santa Terezinha, no Filipinho. Somente depois, será aberto para as comunidades de sua circunscrição, como o Coroado, o Outeiro da Cruz e Sacavém.

Decreto de retomada
Um decreto foi publicado no dia 15 de junho, por dom Belisário, arcebispo de São Luís, e também pelo bispo auxiliar da Arquidiocese, dom Esmeraldo Barreto de Farias, e pelo coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Jadson Borba e Silva. O documento discorre sobre normas para o funcionamento das paróquias, comunidades, pastorais e movimentos e outros serviços, e normatiza, sobretudo, a reabertura das igrejas para a celebração da missa com a presença de fiéis.

As novas normas foram estabelecidas após a Arquidiocese ter consultado padres, diáconos e representantes de cristãos/leigos. “O documento é claro que ainda não se trata da liberação geral das dependências, muito menos o abandono das práticas sanitárias adotadas mesmo quando fechadas. Ao contrário, permite, porém, regula a quantidade (em porcentagem) de pessoas, reforça os cuidados e propõe uma retomada gradual da vida eclesial”, frisou a Arquidiocese Metropolitana de São Luís, que é composta por 15 municípios. Destes, quatro são da região metropolitana, e outros 11 são do interior. No total, são 58 paróquias e 10 foranias, que é um grupo determinado de paróquias dentro de um vicariato (instância de hierarquia inferior às dioceses).

Novas normas
Segundo o decreto, a higienização do espaço celebrativo deverá ser rigorosa, obedecendo-se às orientações das autoridades sanitárias. Esse local deve ser aberto e ventilado, evitando-se o uso de ar condicionado. A ocupação máxima não poderá ultrapassar 50% da sua capacidade. Os responsáveis pelas igrejas deverão informar, por meio de cartazes, sobre o número máximo de pessoas que poderão ocupar o ambiente. Na entrada, deverão oferecer álcool em gel 70%, para desinfecção das mãos de quem adentrar para acompanhar as missas.

Os locais onde os fiéis ficarão precisam ser assinalados, e deve haver demarcação no chão dos corredores do espaço celebrativo, da distância mínima exigida de dois metros.

Participação dos fiéis
O decreto estabelece que todos os que pertencem ao grupo de risco, categorizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), devem permanecer em casa, mesmo sendo ministros. Essa lista inclui idosos, hipertensos, diabéticos, portadores de doenças crônicas e gestantes, assim como quem esteja com sintomas gripais. Todas as pessoas deverão usar máscara de proteção, com exceção de quem presidirá a missa. Não será permitida a promoção de quaisquer ações de contato, tais como saudação e abraço da paz.

“Pessoas encarregadas e devidamente preparadas passarão, no momento oportuno, para recolher as ofertas em dinheiro. A comunhão, sempre em uma única espécie, deverá ser entregue na mão de cada comungante. Não entregar aos participantes folhas de canto ou qualquer outro objeto”, diz o decreto.

Equipe e celebrações
De acordo com o documento, a equipe celebrativa deverá ser composta do menor número possível de pessoas, incluindo os coroinhas. Além disso, será necessário fazer sempre a higienização das mãos antes do início de cada missa. Instrumentos ou objetos utilizados na liturgia, como microfones, não poderão ser compartilhados. Os cuidados com o missal e o lecionário deverão ser respeitados. No momento do ofertório até a comunhão, a âmbula deverá permanecer coberta.

A Arquidiocese determina que as celebrações deverão continuar sendo transmitidas pelas redes sociais, apesar do retorno gradual do público nos locais. As celebrações eucarísticas serão realizadas nos espaços que permitam o distanciamento físico. Após cada missa, os ambientes deverão ser higienizados. “Sempre que possível e obedecendo às recomendações das autoridades sanitárias, os ministros – padres, diáconos ou ministros da esperança que não façam parte do grupo de risco – podem celebrar as exéquias dos fiéis falecidos, a pedido dos familiares ou de outros interessados”, pontua o documento.

O decreto salienta que batizados e casamentos só deverão ser realizados em casos de urgência. Já as confissões poderão ser celebradas em pequenos grupos, observando-se o que está estabelecido para as demais celebrações. E que não será permitido que façam procissões e outros atos devocionais que possam aglomerar pessoas. Por fim o documento observa que caberá às paróquias oferecer as orientações para o funcionamento da secretaria paroquial. As determinações terão validade enquanto não forem publicadas outras orientações diferentes dessas.

SAIBA MAIS

Círio no interior

No interior maranhense, ocorrerá, no dia 6 de agosto, a abertura da Novena Mariana. O evento é promovido pelo Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Nazaré, na Vila Distrito de Estandarte, na cidade de Cândido Mendes, da Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, que integra a Diocese de Zé Doca. A festividade marca o segundo ano de ereção do referido santuário, inaugurado por meio de decreto do bispo diocesano Dom João Kot, OMI (congregação Oblatos de Maria Imaculada), e que tem como reitor o padre Alvelino Santos.

Em preparação ao momento festivo, a imagem secular de Nossa Senhora de Nazaré, da Vila de Estandarte, recebeu uma sutil restauração, sendo a mesma que foi trazida de Belém, no Pará, há mais de 94 anos, por uma devota. Neste ano, o cartaz do Círio de Nazaré retrata o manto de 2019, que homenageou as romarias, com destaque para o Santuário de Nazaré. Outro elemento é a paisagem do cenário amazônico em referência ao Sínodo da Amazônia 2019, barcos às velas, flores e arabesco.

O tema “Maria partiu apressada para servir a Isabel” e lema “Ama o próximo com a ti mesmo” têm relação com a Campanha da Fraternidade 2020. Por causa da pandemia da Covid-19, algumas medidas de segurança/higiene serão tomadas durante a festividade. De acordo com o bispo dom João Kot, será levado em consideração o contexto do novo coronavírus e o desenrolar dos acontecimentos no que se refere à vigilância sanitária, com possibilidade de, nos dias da realização do círio, ocorrerem modificações necessárias para preservar a vida de todos com responsabilidade.

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