São Luís – Devido à pandemia da covid-19 e as orientações de saúde para a prevenção contra a contaminação da doença, as igrejas do Maranhão estavam de portas fechadas para missas presenciais desde o início da quarentena. Contudo, conforme a portaria publicada pelo Governo Estadual no dia 10 de junho, as igrejas católicas começam a abrir a partir de hoje (1º), gradativamente, após adotar medidas de segurança.

A portaria publicada permite que casas religiosas possam ter suas portas reabertas para celebrações presenciais, contanto que sigam as orientações de prevenção contra o coronavírus, e tenham número reduzido de fiéis presentes em relação a sua capacidade total. Tendo isso em vista, a Arquidiocese de São Luís publicou um decreto, assinado pelo arcebispo metropolitano dom José Belizário, em que o reinício das missas presenciais começaria a partir de hoje, para que houvesse tempo para as que paróquias adotassem as medidas necessárias.

Apesar do decreto liberar a reabertura de todas as casas religiosas com a capacidade reduzida, as igrejas católicas estão reabrindo aos poucos, de acordo com a necessidade de cada paróquia, tendo ainda, de acordo com a Arquidiocese, algumas paróquias que não reabrirão pelo seu tamanho e estrutura. Para evitar que as missas fiquem limitadas aos fiéis que poderão ir até as igrejas, a arquidiocese também determinou que as transmissões ao vivo das celebrações me manterão.

De acordo com o padre Roney Carvalho, da Igreja da Sé, devido aos horários reduzidos dos funcionários, as medidas foram realizadas aos poucos, de semana em semana, para garantir a proteção dos fiéis no momento em que as portas forem reabertas.

“O decreto dá as orientações principais, ou seja, daqui não pode passar, tem que seguir esse caminho. Então, cada paróquia vai, a partir da sua realidade, se adaptar obedecendo, tanto o que diz a portaria, quanto o decreto do arcebispo”, frisou a arquidiocese municipal, ao explicar porque a reabertura acontecerá de forma gradual e apenas em algumas paróquias. “É uma data de liberação, não de imposição para a reabertura”, concluiu.

Medidas preventivas
A Arquidiocese de São Luís explicou sobre as medidas de prevenção. “Todas as medidas que já haviam sendo adotados, agora serão mantidas de forma mais rigorosa”. De acordo ainda com o arcebispado, as paróquias foram higienizadas com auxílio do exército (24º Batalhão de Infantaria da Selva) e de empresas, para receber os fiéis em segurança. Além disso, após cada missa, as paróquias irão realizar a limpeza do espaço, para que o local esteja descontaminado.

A igreja da Sé, no centro da cidade, e a igreja da Nossa Senhora da Conceição, no Monte Castelo, foram umas das que receberam higienização na tarde de ontem (30). Ambos os locais tiveram seus bancos retirados e seu espaço lavado para que as próximas medidas de proteção pudessem ser acrescentadas.

Além da higienização, o decreto da arquidiocese pede que os locais das paróquias sejam marcados, para evitar proximidade entre fiéis durante a missa, tanto nas cadeiras, quanto no chão. Em algumas paróquias, dependendo do tamanho de sua estrutura, será delimitado também o espaço em que os fiéis possam transitar.

“A demarcação dos locais é feita de uma forma específica, com cadeiras, já que tiramos os bancos, e vamos colocar uma demarcação no chão, com uma fita não agressiva, para preservar o piso antigo, e em cima dessas marcações ficarão as cadeiras que vão entrar e sair para higienizar após cada missa. Também terá delimitação dos locais em que os fiéis poderão transitar e dos altares, pois muitos que vem ao locam tocam nas imagens e nas toalhas e pensamos que seria melhor delimitar o espaço para evitar contaminação por contato”, explicou o padre Roney Carvalho.

A Arquidiocese também informou que não serão entregues materiais como panfletos e folhetos de acompanhamento da missa, pois esses objetos podem auxiliar na transmissão do vírus de uma pessoa para a outra. Também serão disponibilizados álcool em gel nas entradas das igrejas para os fiéis utilizarem ao entrar e sair do espaço sagrado.

As igrejas também vão operar com apenas até 50 %, da sua capacidade. Isso ficará de acordo com a realidade paroquial de cada região. “Algumas permanecerão como estão, pois, a igreja é pequena”, esclareceu a arquidiocese. Além disso, também é orientado que os fiéis que pertencem aos grupos de risco, como idosos e pessoas com doenças pré-existentes, permaneçam assistindo as missas via transmissões ao vivo.

“O único apelo que a gente faz aos nossos fiéis é que os idosos ainda tenham paciência para o nosso retorno, porque a igreja pede de acordo com a situação de que ainda vivemos, em que o vírus não desapareceu, e que as mortes continuam acontecendo. Então a gente pede que os idosos esperem um pouco que as coisas melhorem para, quem sabe que daqui um mês, eles possam voltar com mais tranquilidade e segurança para retomarem aos seus atos de fé”, concluiu o padre Roney Carvalho.

Mudanças nas missas
Para garantir a segurança dos fiéis, também vão ocorrer mudanças em partes da missa em que comumente ocorria contato físico, como o abraço da paz – momento da missa em que os fiéis se abraçam – que foi vetado para evitar a contaminação.

A hora da comunhão, momento da entrega das hóstias para os fiéis, também sofreu algumas alterações, mas não foi suspensa. Segundo a Arquidiocese, em vez de os fiéis ficarem em pé em uma fileira e irem até o padre, como de costume, eles fiarão em locais demarcados e o padre levará a hóstia e terá as mãos higienizadas com álcool em gel antes de cada entrega.

Em algumas igrejas, com a redução da capacidade, também haverá agendamento para a participação presencial das missas, como o caso da Igreja da Sé. No local, como apenas 60 fiéis poderão participar da missa presencial, em dias com mais demanda, como os fins de semana, os fiéis terão de agendar a sua presença, por meio do número de WhatsApp (9185-6484). A Igreja da Sé também realizará as transmissões ao vivo em horário específico, na missa das 10h da manhã.

SAIBA MAIS

Suspensão das atividades

A arquidiocese de São Luís também informou que, como medida protetiva, as pastorais e grupos de estudos permanecem suspensas no momento. Já casamentos e batizados só irão ocorrer em casos de emergência, como problemas de saúde, por exemplo.

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