Cobrança

Oposição: Governo tem que comprovar devolução de verba de respiradores

César Pires, Adriano Sarney e Wellington do Curso querem ter acesso aos comprovantes que mostram que mais de R$ 4 mi voltaram aos cofres públicos

Ronaldo Rocha/Da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
César Pires cobra comprovação de devolução de recurso de respiradores
César Pires cobra comprovação de devolução de recurso de respiradores (César Pires)

Parlamentares da oposição da Assembleia Legislativa do Maranhão, na sessão de ontem, cobraram do Executivo a comprovação da devolução dos R$ 4,8 milhões que, de acordo com o próprio Governo do Maranhão, foram pagos de forma antecipada a uma empresa fornecedora de respiradores que não foram entregues. Além do pedido, a base governista também foi cobrada quanto ao uso dos equipamentos em são Luís para o tratamento de pacientes com coronavírus.

Ao usar a tribuna, o deputado estadual Wellington do Curso (PSDB) disse que o pedido de comprovação foi reiterado nas últimas semanas. “Até o momento, o Governo não nos mostrou se o dinheiro retirado dos cofres públicos foi devolvido. Isso precisa ser cobrado por esta Casa”, disse.

O parlamentar também afirmou que os 107 respiradores, adquiridos pelo Governo do Maranhão em abril deste ano e cujo transporte (a chamada “operação de guerra”, expressão dada por aliados à época) foi motivo de apuração pela Receita Federal, não foram sequer usados. “Temos comprovação de que estes equipamentos estão jogados, sem uso”, afirmou o deputado.

Já o deputado César Pires (PV), também ao usar a tribuna, questionou a desproporcionalidade entre – segundo ele – o número de leitos ofertados na rede pública estadual em São Luís e a disponibilidade de respiradores. Dados apresentados pelo parlamentar apontam que 495 leitos distribuídos nos hospitais Real, São José, HCI e de Campanha registravam apenas 50 respiradores instalados.

Para o parlamentar, o número de equipamentos instalados não reflete o saldo divulgado pelo Estado. “Deveria ser feita uma apuração para se saber quantos equipamentos adquiridos pelo Estado foram, de fato, usados. É responsabilidade desta Casa”, afirmou.

Governo responde

O líder do Governo na Casa, Rafael Leitoa (PDT), respondeu aos questionamentos feitos pela oposição. De acordo com ele, devido ao bloqueio das verbas da empresa apontada como a responsável pelo calote aos estados do Consórcio Nordeste, os valores não foram devolvidos.

O parlamentar não deu um prazo para a comprovação do depósito e limitou-se a dizer que é uma obrigação do Governo requerer tais verbas. “A oposição deve também destacar o que vem sendo feito de positivo pelo governador Flávio Dino para o combate ao coronavírus”, disse.

Outro lado

Sobre as informações divulgadas pelo deputado César Pires de desuso de respiradores, até o fechamento desta edição, o Governo do Estado não respondeu.

Mais

Antecipação

Em junho deste ano, O Estado divulgou – por meio

de nota da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan) – o calote sofrido pelo governo maranhense. A ausência na prestação do serviço culminou com operação, pela Polícia Federal, contra a empresa então contratante via Consórcio Nordeste.

Pires pedirá investigação sobre uso de respiradores

O deputado estadual César Pires (PV) pedirá à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa a abertura de investigação para, de acordo com o parlamentar, apurar a aplicação de recursos para o uso de respiradores na estrutura pública estadual.

Segundo ele, o baixo número de equipamentos nos hospitais administrados pelo Executivo não bate com os valores aplicados. Usando o Pequeno Expediente na manhã de ontem, o deputado cobrou explicações. “É obrigação desta Casa apurar os fatos. São muitas vagas e poucos equipamentos usados”, afirmou.

Sem uso

De acordo com o deputado, outra questão a ser apurada é a grande disponibilidade de leitos nunca usados nos hospitais. Segundo César Pires, esta foi a razão para que unidades como o Hospital Real fossem desativados.

O deputado também citou, de acordo com ele, a retirada de 40% no valor da insalubridade aos profissionais da Emserh. Sobre este assunto, a liderança do Governo na Casa não respondeu. O Governo também, até o fechamento, não se manifestou.

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