Coronavírus

Quase 90% dos que morreram no Maranhão tinham outras doenças

Dentre as comorbidades, a Hipertensão Arterial está liderando o ranking com 669 casos em relação ao perfil das vítimas que morreram no estado

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Número de mortos chegou a 1.170 no Maranhão, até o último boletim divulgado
Número de mortos chegou a 1.170 no Maranhão, até o último boletim divulgado (coronavirus profissionais UPA)

são luís - O novo coronavírus já contaminou mais de seis milhões no mundo, segundo dados atualizados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Controlar a fonte de infecção, interromper a rota de transmissão e proteger as pessoas suscetíveis são as únicas maneiras de controlar a propagação de doenças infecciosas. No Maranhão, segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o número de mortos chegou a 1.170. Desse total, 88% possuíam outras doenças, conhecidas como comorbidades.

De acordo com levantamento feito pelo Jornal O Estado, com base o boletim epidemiológico da SES, dentre as pessoas que morreram pelo novo coronavírus no Maranhão, 669 sofriam de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), que tem como principais fatores de risco a idade acima dos 50 anos, sedentarismo e excesso de peso corporal. Já 459 tinham diabetes, 150 tinham cardiopatia, 85 tinham doença renal crônica e 71 sofriam de problemas neurológicos.

Ademais, 53 sofriam de obesidade, 45 eram oncológicos e 14 tinham pneumopatia, termo que se refere às doenças que afetam os pulmões. O boletim da SES mostra que apenas 12% dos mortos pela Covid-19 no Maranhão não possuíam comorbidades.

Sobre o coronavírus

O novo coronavírus é designado como Sars-Cov-2 pela Organização Mundial da Saúde. Covid-19 é o nome da doença causada pelo vírus, que pertence ao Coronavírus, bem como o patógeno que provocou a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Os dois, porém, são diferentes. A maior fonte de infecção até agora são justamente os pacientes contaminados. As vias principais de transmissão são por gotículas no trato respiratório e por contato. Outra maneira é por aerossóis. A transmissão no trato digestivo ainda não foi confirmada.

O período de incubação do vírus no corpo humano é de 1 a 14 dias. Os principais sintomas são febre, fraqueza e tosse seca. Uma menor parte das pessoas também apresenta outros, como obstrução nasal, coriza e diarreia. Alguns contaminados têm apenas febre baixa e fadiga leve.

Grupos de riscos

Segundo a OMS, algumas pessoas são mais suscetíveis ou vulneráveis ao coronavírus. Esse grupo de risco inclui idosos, diabéticos e hipertensos, além de quem possui doença insuficiência renal crônica, respiratória crônica e doença cardiovascular. Quem tem acima de 60 anos também está entre aqueles afetados pelos maiores índices de letalidade quando atingidos. Isso aconteceu porque, conforme infectologistas, o sistema imunológico dos mais velhos costuma ser deficiente por causa da idade.

Além disso, os pulmões e mucosas tornam-se mais frágeis e vulneráveis a doenças virais. No organismo dos idosos, há menos anticorpos, pois as vacinas tomadas na juventude já não são tão eficazes. Segundo o infectologista Kleber Luz, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, essa deterioração do sistema imunológico pela idade é chamada de imunossenescência.

Já com relação aos hipertensos, uma série de fatores colabora para que esse grupo seja mais afetado que a população em geral. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, o vírus pode afetar o músculo cardíaco dos pacientes, que já têm o coração sobrecarregado e causar miocardite (inflamação do miocárdio). Também pode gerar necrose pulmonar, com acúmulo de líquido no pulmão.

Por este motivo, é importante que o hipertenso esteja com a pressão arterial controlada, com as vacinas em dia e procurar ajuda médica imediatamente após o aparecimento do primeiro sintoma.

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