Pandemia

Covid-19 : taxa de ocupação de leitos de enfermarias tem redução em SL

Além das unidades da rede estadual, também já é possível perceber a redução no número de pacientes nas enfermarias do HU-UFMA; leitos de UTI, no entanto, prosseguem sem redução

Bárbara Lauria / Equipe O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19
Ocupação de enfermarias exclusivas para pacientes de Covid-19 teve redução no HU-UFMA
Ocupação de enfermarias exclusivas para pacientes de Covid-19 teve redução no HU-UFMA (HU-UFMA)

São Luís – A redução na ocupação dos leitos de enfermaria já é perceptível na Grande Ilha. Segundo o boletim da Secretária de Estado da Saúde (SES) divulgado no dia primeiro de junho, apenas 35,51% dos leitos de enfermaria da capital estão ocupados, ou seja, há 485 leitos livres de enfermaria da rede estadual em toda a Região Metropolitana de São Luís.

O Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA) também teve redução na ocupação desses leitos. Segundo o boletim diário do HU, o hospital está com taxa de ocupação dos leitos de enfermaria de 61,5%. Ou seja, dos 65 leitos, 25 estão livres.

Essa redução na ocupação dos leitos da capital é resultado da diminuição do número de casos, após a série de medidas para tentar controlar a doença. Em entrevista para O Estado realizada no dia 29 de maio, o epidemiologista, e professor da Universidade Federal do Maranhão, Antonio Augusto Silva, explicou que a redução de casos ainda é resultado colhido pelo lockdown na capital maranhense. “Há um retardo entre a tomada de uma medida e o efeito no número de casos e óbitos. No momento estamos colhendo os frutos do lockdown”, explicou.

No HU-UFMA, comparado com o boletim divulgado no dia 18 de maio, a taxa de ocupação das enfermarias reduziu até o dia 1º de junho em 8,5%. Nas redes estaduais, no mesmo período, a redução foi de 32,58%.

Região Tocantina
Ao contrário da capital maranhense, a Região Tocantina tem sentido o aumento no número de casos da doença. Imperatriz, segundo maior município do estado, amanheceu ontem (2) com 100% dos seus leitos de enfermaria ocupados.

De acordo com o Governador do Maranhão, Flávio Dino, novos leitos serão entregues para atender a população da área. No momento, a cidade de Imperatriz tem 81 leitos de enfermaria. Na Grande Ilha existem 752 leitos de enfermaria pela rede estadual.

Perigo de reaumento de casos
Devido a reabertura gradual do comércio e o retorno de atividades que haviam sido suspensas para garantir o distanciamento social, especialistas estão preocupados com a possibilidade de novo aumento no número de casos da Covid-19 em São Luís.

A O Estado, o epidemiologista Antonio Augusto Silva explicou que apesar de no momento a capital estar colhendo os resultados do lockdown, anda há perigo de voltar a crescer o número de casos na Grande Ilha.

Segundo ele, com o lockdown a progressão da transmissão diminuiu, mas não o suficiente para se manter a epidemia sob controle. O ideal seria a taxa de transmissão estar abaixo de 1 e ter a ocupação dos leitos de UTI em até 50%, porém, no momento a taxa está em 1,2, e há 97,50% de ocupação dos leitos de UTI da rede estadual. No HU-UFMA, a taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 102,5%.

O cálculo do controle epidemiológico é feito a partir um parâmetro chamado R, que indica para quantas pessoas em média um infectado transmite a doença por dia. Ele precisa ficar por um tempo prolongado abaixo de 1 para que se possa recomendar tecnicamente a flexibilização do distanciamento social. Se o R ficar abaixo de 1 a doença vai deixar de ser transmitida com o tempo, passando a ter redução dos casos.

“Sem nenhum controle, cada pessoa em média contamina outras três. Essas três contaminam nove e daí por diante. Hoje cada infectado está contaminando 1,2 pessoa. Por isso o R está em 1,2”, explicou o professor. “A reabertura do comércio aumenta a taxa de contatos entre as pessoas. Quanto mais contato mais a transmissão ocorre. A dinâmica de transmissão pode ser acompanhada em modelos matemáticos pelo R. Hoje ele está em 1,2, insuficiente para controlar a transmissão. Com a flexibilização agora o R deve aumentar e se o contágio aumenta se espera que ocorra junto aumento de casos. O aumento dos casos é esperado cerca de sete a 10 dias após a medida de abertura por causa do período de incubação da doença”, continuou.

O índice acima do ideal, e a alta ocupação dos leitos, são os principais fatores que preocupam os pesquisadores em relação a reabertura do comércio. Apesar dos leitos de enfermaria terem tido reduções consideráveis, os leitos de UTI permanecem com taxas altas, principalmente por serem ocupados por pacientes que precisam de um tempo maior de ocupação nesses leitos devido suas condições de saúde.

O epidemiologista também afirmou que é possível a necessidade de um segundo lockdown no futuro. “É bastante provável, talvez em dias não em meses, um segundo lockdown. Ainda não passou a primeira onda e não sabemos se ela atingiu o pico. A dinâmica da transmissão depende da taxa de contatos que depende do comportamento das pessoas. Essa doença se transmite fundamentalmente de pessoa para pessoa. Gostaria de citar o exemplo do Chile que no início ficou em distanciamento social e a transmissão foi bastante reduzida. Mas a flexibilização do distanciamento ocorreu de forma precoce e hoje os casos sobem exponencialmente e junto com isso os óbitos tiveram forte ascensão”, enfatizou.

SAIBA MAIS

É Fake!

Nos últimos dias foram transmitidas em redes sociais informações de que no dia 29 de maio o Hospital Universitário teria fechado o seu primeiro leito de enfermaria para Covid-19, devido a redução no número de atendimentos. Contudo, a assessoria do HU-UFMA informou que todas os leitos continuam funcionando normalmente e que nenhuma enfermaria foi fechada.

NÚMEROS

32,58% de redução na ocupação dos leitos de enfermagem da rede estadual em São Luís, desde o dia 18 de maio
8,5% de redução na ocupação dos leitos de enfermagem do HU-UFMA em São Luís, desde o dia 18 de maio

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