Números elevados

Ranking: São Luís é a 3ª cidade do país em condutores sob efeito de bebida alcoólica

Dados são do Vigitel Brasil 2018 e constataram que maior frequência do indicador está em Teresina, 30,2%; Palmas, 27,1%; e, São Luís, 26,6%

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Mais de 25% dos condutores de veículos de São Luís dirigiam sob efeito de álcool
Mais de 25% dos condutores de veículos de São Luís dirigiam sob efeito de álcool (trânsito)

São Luís - São Luís é a terceira cidade, em nível nacional, com maior percentual de condutores de veículos do sexo masculino que admitiram dirigir sob efeito de bebida alcoólica, segundo os dados do Vigitel Brasil 2018 – Comportamento no Trânsito (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). As maiores frequências deste indicador foram encontradas, no sexo masculino, e a capital piauiense, Teresina, foi o município com maior número de ocorrências, um total de 30,2%, seguida de Palmas, no Tocantins, 27,1%; e, São Luís, com 26,6%. Enquanto, Recife, em Pernambuco, apresentou o menor percentual, 5,7%.

Os dados do Vigitel fazem referência ao ano de 2018 e mostram que nas capitais brasileiras 11,4% dos motoristas consumiram algum tipo de bebida alcoólica antes de dirigem. Esse tipo de comportamento preocupa já que, no país, os acidentes de trânsito têm grande impacto na mortalidade, afetando, principalmente, os jovens de 15 a 39 anos, do sexo masculino.

Os dados do Vigitel também apontam que no ano de 2018, a taxa de mortalidade por lesão no trânsito foi de 14,8 óbitos por 100 mil habitantes no país. Enquanto, em 2010, a mesma taxa era de 21,8 óbitos a cada grupo de 100 mil habitantes. Esses dados são resultados de uma pesquisa feita com a participação de mais de 25 mil condutores de veículos nas 27 capitais brasileiras. Em São Luís, 2.004 pessoas foram entrevistadas.

Números de acidentes
De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade da Secretaria de Estado da Saúde (SIM – SES/MA), de 2015 a 2017, um total de 4.728 pessoas morreram em acidente de trânsito no Maranhão. Somente no ano de 2017, o registro foi de 1.348 casos. Dos quais 159 foram pedestres; 33, ciclistas; 650, motociclistas; 151, condutores de automóveis; 21, condutores de veículos pesados e 334 por outras causas.

Em todo o país, foram registradas 32.615 óbitos somente no ano de 2017. Estatisticamente, foram quase 90 vítimas por dia, ou seja, o equivalente a dois ônibus lotados ou um pequeno avião. Anualmente, no mundo, 1,3 milhão de pessoas perdem suas vidas no trânsito e outros 50 milhões de vítimas ficam com sequelas. Neste mês, na Grande Ilha, a polícia já registrou sete mortes em decorrência de acidente de trânsito.

Vítimas
O médico Luís Carlos Cantanhede vítima de acidente de trânsito, em 2018, na Grande Ilha. A polícia informou que o médico estava caminhando pela MA-204, no dia 25 de março, quando foi atropelado e morto por um veículo conduzido por um homem, sob efeito de bebida alcoólica.

O irmão da vítima Antônio Carlos frisou que as leis precisam ser mais severas, para que as pessoas tomem consciência e outras famílias não sofram a perda repentina como a dele. “Ainda é muito difícil, porque nunca imaginávamos que naquele dia, em 25 de março, o meu irmão seria vítima da imprudência de um condutor alcoolizado”, desabafou.

No dia 8 de setembro do ano passado ocorreu mais um acidente de trânsito, segundo a polícia, ocasionado por motorista embriagado, Victor Yan Barros de Araújo, de 26 anos, que resultou na morte de cinco pessoas.

Ainda de acordo com a polícia, Victor Yan Barros perdeu o controle do veículo que dirigia, nas proximidades da cabeceira da Ponte Bandeira Tribuzi, no Jaracati. O carro capotou, colidiu em duas motocicletas e despencou sobre um grupo de pessoas que estava participando de uma festa de aniversário.

O carro ficou destruído e Victor Yan sofreu escoriações leves e foi atendido, ainda no local, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No local do acidente, morreram Maurício Andrey Soares, Henrique Martins Durans Neto e Carla Correa Diniz. No hospital, vieram a falecer Tiana Alves Correa e Ana Lourdes Silva Matos. Victor Yan Barros chegou a ser preso em flagrante e o caso está sendo tramitado no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau.

Monitoramento
Desde o ano de 2006, implantado em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, o Vigitel monitora a frequência e a distribuição dos principais determinantes das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e agravos como lesões no trânsito, por meio de inquérito telefônico.

O Vigitel compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco de DCNT do Ministério da Saúde e, com outros inquéritos, como os domiciliares e o escolar, vem ampliando o conhecimento sobre as DCNT e as causas externas no País. Além de atualizar a frequência e a distribuição dos principais indicadores do Vigitel para o ano de 2018, a presente publicação descreve a evolução anual desses indicadores desde 2012.

Com isso, o Ministério da Saúde cumpre a tarefa de monitorar os principais fatores de risco para ocorrência de lesões no trânsito, contribuindo para a formulação de políticas públicas que promovam a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.

Os resultados desse inquérito subsidiam o monitoramento de fatores de risco prioritários no Programa Vida no Trânsito, que é a principal resposta brasileira à meta global da Década de Ações pela Segurança no Trânsito 2011 a 2020 e à meta 3.6 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Saiba mais

No Mundo

Os acidentes de trânsito ocupam o nono lugar entre as principais causas de morte em todas as faixas etárias no mundo. Em 2016, foram 1,35 milhão de pessoas mortas no mundo e 50 milhões feridas, muitas incapacitadas. Mais da metade de todas as mortes no trânsito ocorrem entre usuários vulneráveis, como pedestres, ciclistas e motociclistas.

O que diz o Código Penal

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:

Infração - gravíssima; Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses.

Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277: Infração - gravíssima; Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze)

Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência.

Números

26,6% dos condutores de veículos de São Luís assumiram, em 2018, que tomaram bebida alcoólica antes de dirigir

4.728 pessoas morreram em acidente de trânsito no Maranhão, de 2015 a 2017; em todo o país, foram 32.615 óbitos dessa natureza

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