Rivalidade

Assassinato na Camboa pode causar retomada de confronto entre facções

"Gugu Branco" havia liderado a invasão da Camboa no início deste ano, quando faccionados rivais foram expulsos pelo grupo

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Gugu Branco foi assassinado no fim de semana
Gugu Branco foi assassinado no fim de semana (GUGU BRANCO CAMBOA )

SÃO LUÍS - A Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) está apurando um caso que aconteceu no último fim de semana, em São Luís, no bairro Camboa. Conforme o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), mataram Carlos Augusto Reis Máximo Filho, mais conhecido como “Gugu Branco”. Em fevereiro deste ano, ele participou da invasão de faccionados naquela região, quando apareceu em um vídeo se preparando para o ataque manuseando várias armas de fogo.
De acordo com o Ciops, “Gugu Branco” foi assassinado por volta das 9h de sábado, 9, na Camboa. Na ocasião, passou um carro, de modelo desconhecido, que estava ocupado por três homens. Carlos Augusto, ao observar o veículo passando lentamente, desconfiou e correu para dentro de sua casa, mas, nesse movimento, foi atingido por vários disparos de arma de fogo. Ele ainda conseguiu cambalear até o fundo do imóvel, onde caiu morto perto de um portão.
A investigação aponta que os autores dessa morte são dos apartamentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Camboa, onde faccionados rivais estão morando. Um informante teria avisado os executores sobre a presença de “Gugu Branco” na porta de casa. Carlos Augusto era muito temido naquela comunidade. Ele tinha várias passagens em delegacias e no presídio.

Vídeo com armas

No início deste ano, houve uma invasão na Camboa, promovida por membros de uma facção criminosa. O objetivo era expulsar os rivais da região. Foram vários dias com intensos tiroteios e muita tensão. “Gugu Branco” teria comandado essa “ofensiva”. Em um vídeo que circulou nas redes sociais e que foi utilizado pela Polícia Civil na investigação, ele aparece exibindo pistolas e outras armas de fogo potentes, que foram utilizadas no ataque ao grupo inimigo.
Pouco depois, Carlos Augusto foi preso com uma pistola e dois revólveres. Ele estava sendo procurado pela Diretoria de Inteligência e Assuntos Estratégicos (DIAE) e pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).

“Saidinha”

Em 16 de agosto de 2017, “Gugu Branco” foi preso quando uma “saidinha bancária” foi evitada pela Polícia Civil, no bairro do João Paulo, em São Luís, na porta do Banco Itaú. Policiais das superintendências Estadual de Investigação Criminal e de Homicídios e Proteção à Pessoa participaram da operação, que resultou, ainda, na captura de Carlos André Rocha Veloso, 30, o “Gugu de Brasília”.

Carlos Augusto e Carlos André estavam ao lado da agência bancária, aguardando a vítima, que sairia do banco com uma grande quantidade de dinheiro, para atacá-la e levar a grana em uma motocicleta. Porém, como os policiais já os monitoravam, os dois foram abordados e flagrados com um revólver calibre 38, contendo cinco munições intactas, como foi informado na época pela Seic. Para não chamar a atenção, um dos bandidos, inclusive, trajava um uniforme da Cemar (Equatorial).
Na ocasião, “Gugu Branco” respondia a processo judicial por tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e roubo majorado, sendo condenado a 35 anos de prisão nesses delitos. Apesar das sentenças, o criminoso usufruía de liberdade condicional concedida pela 1ª Vara de Execuções Penais (VEP) desde junho do mesmo ano. “Gugu da Brasília”, por sua vez, fora condenado pelo Estatuto do Desarmamento, mas gozava de prisão domiciliar desde janeiro.

Encaminhados à Seic, os dois capturados foram autuados por associação criminosa e porte ilegal de arma de fogo.

Saiba mais

Atualmente, a Camboa está dividida entre duas facções criminosas. O menor grupo está posicionado nos apartamentos do PAC, de onde não foi expulso pelo inimigo em invasão que ocorreu em fevereiro. Bandidos “pularam” de uma organização para outra durante os confrontos. Os moradores denunciam que o clima ainda é tenso, apesar de os tiroteios terem sido menos frequentes.

A facção que liderou a invasão em fevereiro deseja retirar os rivais do PAC, segundo a polícia. Isso significa que, realmente, os confrontos podem ser retomados.

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