Decretado no último da 5 de maio, o lockdown e seus efeitos dividem a opinião dos parlamentares federais maranhenses. Todos concordam que o isolamento social tem se mostrado como a melhor alternativa para salvar vidas. No entanto, as opiniões sobre a forma como o confinamento vem sendo conduzido, bem como seus efeitos, divide opiniões.
O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) afirmou que o decreto do lockdown foi forçado pelos números. “Foi necessário em face do aumento dos casos de COVID 19 na grande São Luís. Como sabido o distanciamento social é a medida mais eficaz até agora para conter a proliferação do novo coronavírus”, disse.
Jerry defendeu os resultados da medida. Segundo o parlamentar, são satisfatórios e visíveis. “Obviamente por terem feito com que houvesse diminuição acentuada de pessoas nas ruas”, esclareceu.
Assim como o comunista, o deputado federal Edilázio Jr (PSD) defendeu o isolamento como medida. “Não podemos ir contra a ciência. O lockdown, desde que feito de forma ponderada e planejada é uma medida que eu apoio. Quando se fala de salvar vidas, não há meio-termo. Tudo o que puder ser feito, deve ser feito”, afirmou.
Para Edilázio, no entanto, a teoria não está sendo aplicada de forma adequada na prática. “O problema é que no Maranhão o decreto do lockdown não teve ponderação e muito menos planejamento. O governador começou jogando a responsabilidade para o Judiciário, que arcou com a responsabilidade de instaurar o decreto. Feito o lockdown, Flávio Dino mais se preocupa em dar entrevistas do que mostrar resultados. Espero que o lockdown dê certo e torço para estar errado. No entanto, minha impressão é que isso tudo não terá nenhum efeito porque está sendo apenas jogo de cena”, disse.
Para o deputado federal André Fufuca (PP), a falta de uma vacina e de remédios eficientes tornaram o isolamento social em única medida cabível. “Não se pode, em nenhuma hipótese, considerar outra alternativa que não essa. Portanto, acredito que ao acatar a decisão judicial, o governador foi muito feliz em sua decisão”, disse Fufuca.
Juscelino Filho (DEM) afirmou que “a decisão sobre o grau de isolamento e de confinamento necessário tem de ser tomada a partir da realidade, dos fatos, da situação, das evidências objetivas e dos números”. E o limite do sistema de saúde de São Luís foi alcançado segundo o parlamentar. Em relação aos efeitos, o deputado acredita que a conscientização irá ditar o sucesso da medida. “Quem pode ficar em casa até voluntariamente deve fazer isso, é uma atitude consciente e responsável, é um gesto de amor ao próximo e a si mesmo”.
Gastão Vieira (PROS) afirmou que o decreto do lockdown se tornou inevitável pelos fatos que o antecederam. “A influência do presidente nas classes mais favorecidas prejudicou o isolamento. Muitos empresários evitaram a dispensa de funcionários que transitaram por dias e que essa situação colaborou para o avanço da pandemia no estado. Junto com o isso, o pagamento público do final de mês, as filas para receber o auxílio emergencial e crendice religiosa também tornaram a medida forçoso”, disse.
Gastão Vieira concordou com Márcio Jerry em relação aos efeitos. “O número de pessoas com máscaras aumentou, os ônibus estão bem mais vazios e a ajuda emergencial chegando. A mudança de comportamento é notória. Agora nos resta saber se essa mudança de comportamento irá se impor em números positivos”, disse o deputado.
Gil Cutrim foi o único parlamentar que, apesar de defender o lockdown, lamentou a implantação da medida. “É algo fora do comum, é uma medida dura, para todos, sem exceção. Porém, a gente precisa entender de onde saiu a determinação. Acredito que as orientações do governo do estado visam salvar vidas e impedir um colapso na rede de saúde”.
Deputados criticam propaganda com a medida de isolamento
João Marcelo (MDB) afirmou que “já havia pensado nisso (lockdown) antes, inclusive porque as regiões do Munim e da Baixada estão sendo muito afetadas com a grande circulação de pessoas partindo/chegando em São Luís. O que ninguém esperava que um juiz determinasse a medida”.
Quanto a maneira como Governo do Estado, o deputado considerou “decepcionante”. “Agora que vai montar um hospital de campanha com 200 leitos e somente 10 destinados UTI, enquanto que governadores de outros Estados já concluíram essas obras, e até prefeituras já fizeram hospitais de campanha?”.
“É uma decepção! É um governador com muitas falas e um discurso bonito, porém com pouca ação para cuidar do povo maranhense, do povo ludovicense e da grande ilha. Ao que parece, ele está pensando somente no cargo que pretende concorrer em 2022, que seja um cargo nacional e polarizar com o governo federal”.
Você impõe em poucos dias uma situação que é de desconhecimento total do povo e não faz nenhum tipo de ação para esclarecer? Isso é muito errado”Aluísio Mendes, deputado federal
Aluísio Mendes (PSC) fez questão de frisar que a medida foi tomada por vias judiciais. “O governo se eximiu, quem assumiu a reponsabilidade foi o judiciário sem planejamento”, disse.
Ele também é entusiasta do isolamento social. Mas, teme pela falta de campanhas de conscientização por parte do governo. “Você impõe em poucos dias uma situação que é de desconhecimento total do povo e não faz nenhum tipo de ação para esclarecer? Isso é muito errado”, disse.
Segundo Aluísio, o momento não permite dar opiniões sobre os efeitos da medida. “O período de incubação do vírus. Apenas o tempo irá nos dizer se o que foi feito teve resultado positivo ou não”.
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