SÃO LUÍS- Celebrado no dia 8 de maio, do Dia Municipal do Bloco Tradicional este ano, devido à pandemia e estado de lockdown vividos em São Luís não terá a famosa batucada das manifestações a ecoar pelas ruas estreitas e praças da cidade. Pelas mesmas razões, o lançamento da versão impressa do livro “O vai querer dos Blocos Tradicionais!”, do professor mestre Euclides Moreira Neto, que havia sido anunciado para esta data, será reprogramado. O conteúdo digital do livro para os interessados, estudantes, investigadores científicos e praticantes da manifestação cultural poderá ser acessado gratuitamente na plataforma da Editoria da Universidade Federal do Maranhão (EdUFMA) no endereço edufma.ufma.br ou no link https://www.sendspace.com/filegroup/xf%.
A publicação “O vai querer dos Blocos Tradicionais” analisa e relata procedimentos metodológicos desenvolvidos durante a execução do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) da manifestação dos Blocos Tradicionais do Maranhão (BTMs), promovida pela Fundação Municipal de Cultura (Func) da Prefeitura de São Luís sob a supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao Ministério da Cultura (MinC) do Governo Federal, objetivando a obtenção do título de manifestação Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
A investigação apresenta conceituação sobre a organização e o desenvolvimento musical dos BTMs, além de dados levantados durante a execução do INRC, incluindo uma vasta documentação fotográfica referente às ações realizadas no período de 2009 a 2012, quando o inventário foi executado. “Esta investigação tem por objetivo resgatar as ações empreendidas pelo Inventário Nacional de Referências Culturais dos Blocos Tradicionais do Maranhão, proposto e desenvolvido pela Fundação Municipal de Cultural da Prefeitura de São Luís, no período de 2009-2012, para que sirva de estímulo e exemplo aos demais grupos culturais da região, quando estiverem propensos a desenvolver algo similar”, diz o professor.
Moreira Neto explica ainda que no caso dos inventários dos grupos de Blocos Tradicionais do Maranhão, o objetivo era resgatar a própria história desse segmento cultural, que nunca havia sido investigado cientificamente, por isso era fundamental a apropriação da história de cada grupo para que fosse catalogada, sistematizada, classificada e reunida em um projeto que tivesse reconhecimento por parte das instituições do meio cultural.
Com história que remonta a 1920, os blocos tradicionais são um tipo de grupo carnavalesco em São Luís que possui diversas peculiaridades, como as vestimentas e até o som que produzem. Na capital maranhense existem, atualmente, 30 blocos.
Cada bloco tradicional possui um figurino próprio que carrega vivacidade e ritmo. As batucadas nos tambores são feitas com as mãos espalmadas, com força e precisão nos intervalos entre uma batida e outra para que haja cadência. Segundo o pesquisador Euclides Moreira Neto, o primeiro bloco a surgir se chamava Os Viralatas e os blocos eram formados por famílias abastadas, mas com o tempo, o ritmo foi naturalizado na periferia e hoje a maioria dos grupos é da periferia.
Pesquisador
Euclides Barbosa Moreira Neto é professor do Curso de Comunicação Social, da Universidade Federal do Maranhão, ministrando as disciplinas Jornalismo Cultural, Produção Cultural, Jornalismo de Revista e Laboratório de Telejornalismo.
Foi coordenador do Núcleo de Atividades Visuais do Departamento de Assuntos Culturais da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis da UFMA, além de diretor daquele departamento por 12 anos consecutivos (1996-2008). Como diretor do DAC desenvolveu extensa grade de projetos e atividades artístico-culturais, motivando sempre o envolvimento dos Departamentos Acadêmicos nas ações executadas com o objetivo de revelar novos talentos e propiciar a participação de alunos e professores nos projetos propostos e/ou desenvolvidos por aquele Departamento.
Foi ainda presidente da Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de São Luís. Tem se dedicado a pesquisar a atuação das manifestações culturais maranhenses, especialmente os movimentos de canto coral, Carnaval, audiovisual e reggae.
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