Cinema

Maranhense integra projeto nacional "70 Olhares sobre os Direitos Humanos"

João Miguel Belo Carvalhêdo foi um dos 60 alunos do Brasil selecionados via edital; ele assina o documentário "Vozes Silenciadas"

Carla Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
João Miguel participa do projeto
João Miguel participa do projeto (joão miguel)

SÃO LUÍS- Cineastas consagrados, como Tizuka Yamasaki, além de outros nove cineastas convidados e 60 estudantes selecionados por meio de edital, assinam 70 filmes inéditos, com um minuto de duração cada, que integram o projeto “70 Olhares sobre os Direitos Humanos”. Do Maranhão, o representante é o estudante de São Luís João Miguel Belo Carvalhêdo, do curso de Direito da Universidade Dom Bosco (UnDB).

Ele teve o documentário “Vozes Silenciadas” aprovado na seleção. O trabalho fala sobre a justiça restaurativa como um meio de garantir a reconstrução dos laços e relações quebradas. O filme é inspirado no artigo 7 da Declaração Universal dos Direitos Humanos que trata do Direito à Justiça.

João Miguel tem 22 anos e conta que ficou sabendo na faculdade sobre o edital. “Estava pesquisando uma área específica com a orientação da professora Maira Castro e resolvi submeter o roteiro neste edital. Para mim é uma alegria pois com o trabalho poso dar visibilidade a uma área ainda pouco conhecida que é a justiça restaurativa. Com ela se dá voz para a vítima e também para o jovem que cometeu o ato infracional”, diz ele que contou com a participação dos profissionais do Núcleo de Justiça Restaurativa do Maranhão do Centro Integrado de Justiça Juvenil.

“70 Olhares Sobre os Direitos Humanos” é uma realização do Ministério da Cidadania, com a produção do Instituto Cultura em Movimento – ICEM. O ICEM é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público que, desde 2002, que atua nas 27 unidades da federação e tem como missão ampliar a circulação de produtos culturais através da criação e articulação de redes de distribuição e difusão audiovisual.

O projeto teve início em outubro de 2019, com a seleção dos roteiros, filmagem e finalização. O Instituto Cultura em Movimento começa agora a etapa de distribuição: estarão abertas até o dia 31 de maio as inscrições para instituições culturais e educacionais de todo o Brasil interessadas em receber e exibir os filmes.

Serão distribuídos gratuitamente 150 kits que incluem os 70 filmes e material pedagógico para apoio às sessões seguidas de debates. O material de apoio traz noções básicas sobre a DUDH, o contexto de seu surgimento e sua aplicação no Brasil, além de sugestões de atividades para promover o debate a partir da exibição dos filmes.

Podem receber o material universidades, escolas, institutos e organizações da sociedade civil, que disponham de recursos técnicos para a realização de exibições gratuitas. O regulamento completo para as instituições interessadas em receber os kits está disponível no site do projeto: www.70olhares.org.

“O objetivo deste projeto é promover a visibilidade sobre os artigos, a história e as conquistas da Declaração Universal dos Direitos Humanos através dos filmes”, diz a diretora-executiva do Icem, Luciana Boal. “Além disso, queremos ampliar o alcance desses produtos culturais audiovisuais e facilitar o acesso às populações excluídas, seja por motivos econômicos ou geográficos”, afirma Luciana. Para atender a essa demanda, o projeto foi pensado também de forma a garantir a acessibilidade a todos os públicos: todos os filmes possuem Closed Caption, legenda, áudio descrição e Libras.

Temáticas

Os 70 filmes produzidos abordam temáticas variadas, como direito à educação, racismo, refugiados e imigrantes, população indígena, Direito LGBT, religião, intolerância, desigualdade social, liberdade de expressão, meio ambiente, ditadura, mobilidade urbana, entre outros temas presentes na DUDH.

As obras foram realizadas em diferentes formatos: 43 ficções, 12 documentários, 7 animações e 8 filmes experimentais. O cineasta Victor Lopes, por exemplo, assina uma obra experimental com imagens e vozes de artistas e cientistas para falar sobre o direito à cultura. Tizuka Yamasaki usa a ficção para abordar os direitos da pessoa idosa. Takumã Kaiukuro, outro cineasta convidado, fala sobre os direitos da população indígena no filme “O Sal do Xingu”. Já a cineasta Cristiane Garcia, de Manaus – AM, usa a Malhação de Judas para falar sobre direito à Justiça.

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